ÁREA: Ambiental

TÍTULO: Análise Físico-Químico da Lagoa dos Índios (Macapá-AP)

AUTORES: LIMA, M. M. G. (UEAP) ; COSTA, J. S. (UEAP) ; TRINDADE, R. D. (UEAP) ; BITTENCOURT, L. S. (UEAP) ; BRITO, A. U. (UEAP) ; SANTOS, C. B. R. (UNIFAP)

RESUMO: A cidade de Macapá-AP possui várias fontes do líquido mais precioso do mundo, a água. A Lagoa dos Índios é uma dessas fontes que está localizada na zona oeste de Macapá e atravessa o perímetro urbano. Através de realizações de análises físico-químicas em pontos distintos desta Lagoa, observou-se que o valor de ferro, amônia obtido nas cinco amostras são superiores aos recomendados pela resolução CONAMA 357/2005 e Portaria do Ministério da Saúde 518/2004, enquanto que os valores de OD e pH estão abaixo do recomendado. A partir destas análises observou-se que o Ponto 04, mesmo não apresentando as características ideais, mostrou os resultados mais próximos dos estabelecidos pela legislação.

PALAVRAS CHAVES: água, análise físico-química e lagoa dos índios

INTRODUÇÃO: A cidade de Macapá-AP possui várias fontes do líquido mais precioso do mundo, a água. No território da Lagoa o uso dos recursos naturais mudou de sentido, deixou de ser somente para a sobrevivência da comunidade, para converter-se em bem de usufruto econômico privado, demarcando, cada vez mais, o processo de invisibilidade expropriadora a que foi submetida à comunidade desde o século XVIII (BANDEIRA, 1998). Porém a ação natural e antrópica podem transformar essas reservas de água, impróprias para o consumo ou qualquer uso humano e assim perdendo suas características naturais. A demanda por água está rapidamente esgotando o suprimento, fato que pode ser atribuído à razões, como: má administração dos recursos hídricos, aumento da população, ineficiência e desperdício de água em irrigação, uso inadequado das terras e desmatamento (PEREIRA, 2006). O estudo foi realizado na Lagoa dos Índios, região sudeste do Estado do Amapá, no município de Macapá, em cinco pontos fixos, visando analisar parâmetros físico-químicos e comparar os resultados obtidos com os valores estabelecidos pela resolução CONAMA 357/2005 e Portaria do Ministério da Saúde 518/2004.

MATERIAL E MÉTODOS: Uma etapa importante para a determinação quantitativa dos constituintes presentes nas águas é o processo correto de coleta das amostras, obedecendo aos critérios técnicos para evitar o perigo de contaminação e perdas. Sendo que, durante a coleta, foram tomados uma série de cuidados:
- Os frascos de coleta foram esterilizados antes, e no momento da coleta foram lavados com a própria água a ser coletada.
- Para algumas análises, efetuou–se a preservação adequada das amostras (refrigeração) no próprio local de amostragem, com o intuito de estabilizar os constituintes em estudo.
As coletas foram feitas em cinco pontos fixos da Lagoa dos Índios – AP.
O processo de coleta das amostras diferenciava-se de acordo com os parâmetros analisados e do processo analítico a ser adotado (LINS, 2003).
Os parâmetros temperatura, pH e oxigênio dissolvido foram realizados no próprio local de coleta. Sendo usado o termômetro para verificar a temperatura da água, o phmetro digital para verificar o pH e o Oxímetro digital para analisar o oxigênio dissolvido no local. As análises de STD, condutividade e cinzas foram realizadas no Condutivímetro. As análises de ferro na água coletada foi realizada através do método com base no ácido tioglicólico.
O método para análise de cloreto foi baseado nos métodos de Mohr. A determinação de dureza total foi feita com base no método de complexação de EDTA.
A turbidez dos pontos foi calculada através do método nefelomérico. A turbidez foi medida através do turbidímetro, comparando-se o espalhamento de um feixe de luz ao passar pela amostra com o espalhamento de um feixe de igual intensidade ao passar por uma suspensão padrão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As análises realizadas foram repetidas três vezes e desse resultado, obteve-se a média aritmética. Nos resultados abaixo, está sendo demonstrado o resultado da média das análises dos três meses de estiagem e os três meses de chuvas.Na Tabela 1 são mostrados os resultados das análises obtidas nos dois períodos, que foram usados para a avaliação da qualidade das águas estudadas.

Os resultados das análises foram comparados com os índices estabelecidos pela resolução CONAMA 357/2005 e Portaria do Ministério da Saúde 518/2004.

Observa-se que o valor de ferro, amônia obtido nas cinco amostras são superiores aos estabelecidos pela legislação. Os valores de OD e pH estão abaixo do estabelecido pela resolução. Pelas análises observa-se que o Ponto 04, mesmo não apresentando as características ideais, apresentou os resultados mais próximos dos estabelecidos pela legislação.





CONCLUSÕES: Logo de acordo com a resolução CONAMA 357/2005, Portaria do Ministério da Saúde 518/2004 e os valores analisados, a água nos pontos 1, 2, 3 e 5 possuem grandes divergências dos estabelecidos, podendo acarretar em um sério risco para o consumo humano.(LIBÂNIO, 2008)

AGRADECIMENTOS: Universidade Federal do Amapá - UNIFAP
Universidade do Estado do Amapá - UEAP
Ao CNPq pela concessão de bolsas


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério da saúde. Portaria no 518, de 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Diário da união, Brasília/DF, 2004.
BANDEIRA, Maria de Lourdes. Terras Negras: Invisibilidade Expropriadora. In: Congresso Internacional da Escravidão. Anais. São Paulo: s.n., 1998
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. 2005. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento. Acesso em 01 de Fev de 2010.
LIBÂNIO, Marcelo. Fundamentos de qualidade e tratamento de água. Campinas, SP: Editora Átomo, 2008.
LINS, Carlos Alberto Cavalcanti. Manual Técnico da área de Geoquímica. 5ª ed. São Paulo: MME, 2003.
PEREIRA, Lauro Charlet. TOCCHETTO, Marta Regina Lopes. TOCCHETTO, André Lopes. Multiuso da água e educação ambiental: ensaio teórico. EMBRAPA. Jaguariúna, 2006.