ÁREA: Ambiental

TÍTULO: AVALIAÇÃO DE QUATRO EXTRATORES DE FÓSFORO EM TPI DOS MUNICÍPIOS DE BARREIRINHA, ITACOATIARA, MANAUS E PARINTINS

AUTORES: PESSOA JUNIOR, E.S.F. (UFAM) ; SANTANA, G.P. (UFAM) ; SOUZA, W.B. (UFAM) ; SOUZA, K.S. (UFAM) ; MEDEIROS, A.D. (UFAM) ; GOMES, P.R.F. (UFAM)

RESUMO: RESUMO: A Terra Preta de Índio (TPI) é um solo rico em nutrientes, cuja variação de seus atributos físicos e químicos dificulta a escolha do método de extração de fósforo. No presente trabalho foi avaliada a capacidade de extração dos extratores Mehlich-1, Mehlich-3, Bray-1 e Olsen, a fim de sugerir o melhor método de extração em TPI. Amostras de oito TPI, localizadas no médio e baixo Amazonas, foram coletadas na profundidade de 0-20 cm e submetidas à extração, sendo o teor de fósforo determinado pelo método do molibidato de amônio. Os resultados foram submetidos ao teste t pareado, análise de cluster (HCA) e componentes principais (PCA). A ordem de extração foi à seguinte: Mehlich-1>> Mehlich-3 > Bray-1 > Olsen, cuja sequência esta relacionada com os níveis de matéria orgânica.

PALAVRAS CHAVES: mehlich, bray, olsen.

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: As TPI são solos antrópicos ricos em nutrientes (principalmente fósforo e potássio). Esses solos foram formados a partir da deposição de restos de materiais vegetais e animais por povos antigos da Amazônia (Kern, 1996). Os valores de fósforo total desses solos podem variar de 192,0 a 13.870 mg kg-1 (Lima et al., 2002), enquanto o “fósforo disponível” de 3,0 a 2275 mg kg-1 (Moreira, 2007). Por ser o mais recomendado pela Embrapa, o Mehlich-1 foi método de extração usado para a determinação do fósforo disponível. O problema que esse método é muito questionado na literatura devido algumas restrições como a quantidade de cálcio presente no solo (NOVAIS e SMYTH, 1999), nesses casos a literatura recomenda o uso de outros métodos, como Mehlich-3, Bray-1, e Olsen (Barbosa Filho et al., 1987). Dessa forma, a capacidade de extração de fósforo em TPI foi verificada para Mehlich-1, Mehlich-3, Bray-1 e Olsen.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: A amostragem das TPI foi realizada no baixo e médio Amazonas (AM), nos municípios de Barreirinha (Terra Preta do Limão - Tpl), Itacoatiara (São José do Amatarí – Tpa, e São Pedro de Iracema - Tpi), Manaus (Nova Cidade - Tpnc) e Parintins (Hospital Jofre Cohem - Tph, Parananema - Tpp, Gregoste – Tpg, e Marajó - Tpm). As amostras foram coletadas entre os meses de julho e setembro do ano de 2010, segundo procedimentos recomendado pela Embrapa (1999). A tradagem de 15 amostras na profundidade de 0–20 cm foi feita em ziguezague em área de 1,0 ha, sendo secas ao ar, desagregadas manualmente com auxílio de um rolo de madeira, e separadas em peneira de malha 2,0 mm. A classificação textural; determinação do pH (em água, KCl e CaCl2); carbono orgânico, cátion trocáveis (Na, K, Fe, Zn, Mn, Cu, Ca, Mg e Al) foram realizadas segundo Embrapa (1999). O fósforo total foi determinado segundo Sparks (1996). O fósforo foi extraído pelos métodos Mehlich-1, Mehlich-3, Bray-1 e Olsen segundo Embrapa (1999), e Murphy e Riley (1962). Todas as determinações de fósforo total e extraído foram feitas pelo método do molibdato de amônia. Os resultados foram tratados com o teste estatístico t pareado, ANOVA (one-way), HCA e PCA usando MINITAB versão 14, ORIGIN versão 8.0 e STATISTICA versão 6.1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: De modo geral a classificação textural dos oitos sítios de TPI é distinta: i) Tpl, Tpm e Tpnc possuem textura franco argilo arenosa; ii) Tph, Tpp e Tpg franco arenosa; iii) Tpa franco argilosa; e iv) Tpi franco siltosa. Em termos de fertilidade, os sítios Tpi, Tpa e Tpl se destacam por apresentar as maiores quantidades de matéria orgânica e nutriente (Tabela 1). A análise estatística ANOVA one-way (p < 0,05), revela que apenas o sítio Tpl tem o valor de fósforo total diferente. Por outro lado, as concentrações do fósforo extraído segundo os métodos Mehlich-1, Mehlich-3, Bray-1 e Olsen, mostra a seguinte seqüência de extração: Mehlich-1>> Mehlich-3 > Bray-1 > Olsen (Figura 1). A capacidade de extração de fósforo com Mehlich-1 está relacionada com a quantidade de matéria orgânica em cada sítio de TPI, muito embora, para Lima (2001) este fato foi atribuído e exclusivamente aos compostos de fosfatos de cálcio. Os outros três métodos, praticamente, não apresentaram variação em função do sítio de TPI, com exceção do sítio Tpg para o Mehlich-3. Apenas nos sítios Tpg e Tpnc o Mehlich-1 apresentou a mesma capacidade de extração dos outros extratores. O t pareado mostrou que existe similaridade apenas entre o Mehlich-1 e Mehlich-3. Ao aplicar a análise de HCA e componentes principais PCA, dois grandes grupos foram formados: i) Grupo A, formado por Tpl, Tpi e Tpa e ii) Grupo B, formado por Tpnc, Tpg, Tpp, Tpm e Tph, os resultados mostram que as extrações de fósforo não apresentaram similaridade: Grupo A entre o Mehlich 3-Olsen e Olsen-Bray-1 e Grupo B Olsen-Bray-1. Essa interpretação denota que a diferenças entre os métodos está relacionada às características das TPI.





CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: Os teores de fósforo obtidos pelos extratores foram variados destacando a maior extração para o Mehlich-1 e menor para o Olsen. As maiores extrações do Mehlich-1 em Tpa, Tpl, Tph, Tpp, Tpi e Tpm pode está relacionada as quantidades de matéria orgânica do solo. O teste t pareado para todas as TPI mostrou semelhança entre os métodos Mehlich-1 e Mehlich-3. Por outro lado, ao agrupar as TPI pela análise de HCA praticamente todos os métodos de extração foram semelhantes entre si. Esse fato mostra grande influencia dos atributos das TPI na extração de fósforo com extratores químicos.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: A CNPq pelo pela bolsa de estudo e ao professor Dr. Genilson Pereira Santana pela orientação deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BARBOSA FILHO, M.P.; KINJO, T.; MURAOKA, T. Relações entre fósforo “extraível”, frações inorgânicas de fósforo e crescimento do arroz em função de fontes de fósforo, calagem e tempo de incubação. R. Bras. Ci. Solo, 11:147- 155, 1987.
EMPRESA BRASILEIRA DE AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Manual de análise do solo. Centro Nacional de Pesquisa do Solo. 2ª ed. Ver. Atual. Rio de Janeiro. 212 p., 1999.
KERN, D.C. Geoquímica e pedogeoquímica de sítios arqueológicos com terra preta na floresta nacional de Caxiuanã (Portel-Pa). 1996. 124p . Tese de Doutorado. Centro de Geociências, Universidade Federal do Pará Belém.
LIMA, H.N.; SCHAEFER, C.E.R.; MELLO, J.W.V.; GILKS, R.J.; KER, J.C. Pedogenesis and pre-Colombian land use of “Terra Preta Anthrosols” (“Indian Black Earth”) of Western Amazonia. Geoderma, Amsterdam, v. 110, p. 1 – 17, 2002.
MOREIRA, A. Fertilidade, matéria orgânica e substâncias húmicas em solos antropogênicos da Amazônia Ocidental. In: BRAGANTIA, p. 307-315, 2007.
MURPHY, J.; RILEY, J. P. A modified single solution method for the determination of phosphate in natural waters. Analytica Chimica Acta, v. 27, p 31-36, 1962.
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SPARKS, D. L.; PAGE, A. L.; HELMKE, P. A. Methods of Soil Analysis. Part 3 Chemical Methods. In: KUO, S. Phosphorus,Wisconsin: Madison, 1996, p. 869-919, cap. XXXII.