ÁREA: Ambiental

TÍTULO: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS HOSPITALARES: RISCOS DE CONTAMINAÇÃO HUMANA E AMBIENTAL NA CIDADE PARNAÍBA-PI

AUTORES: CUNHA, F.P. (IFPI) ; LIMA FILHO, F.S. (IFPI) ; RODRIGUES, H.L. (IFPI) ; VERAS, D.C. (IFPI) ; ALVES, F.G.P. (IFPI) ; SANTOS, E.C. (IFPI)

RESUMO: O lixo hospitalar remete às questões de saúde pública, pois sua composição é rica em resíduos químicos, que se gerenciados de forma inadequada, podem ser patogênicos. Portanto, a apresentação de alternativas para o gerenciamento, e medidas educativas, é necessária para prevenir a contaminação humana e ambiental. O objetivo deste trabalho é diagnosticar o gerenciamento dos resíduos no Hospital Dirceu Arcoverde em Parnaíba-PI a fim de traçar medidas educativas sobre a prevenção de contaminação. A pesquisa foi realizada por meio de visitas de observação ao hospital e aplicação de questionários sobre o tema. Verificou-se que não ocorre um gerenciamento adequado de resíduos hospitalares nos setores pesquisados e a maioria dos participantes não conhecia esse processo.

PALAVRAS CHAVES: resíduos hospitalares, gerenciamento, medidas educativas

INTRODUÇÃO: O crescimento populacional nos últimos anos, na maioria dos países, e o conseqüente aumento do consumo vem causando uma elevação na geração dos resíduos sólidos de diversas naturezas. Vários são os dejetos urbanos produzidos diariamente, dentre eles, destaca-se os resíduos de serviço de saúde (RSS) que devido às suas características necessitam de métodos e cuidados especiais (FADINI, FADINI; 2001 e CONAMA, 2005). O gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde, segundo Monteiro (2001), pode ocorrer em várias etapas sendo a primeira referente à triagem e ao acondicionamento que deve ser realizada no local onde o resíduo foi produzido, sob a responsabilidade de um técnico do setor, observando-se a identificação deste resíduo quanto à natureza, como também o tratamento prévio, quando necessário a fim de evitar a contaminação humana e do ambiente. Dessa forma, esse estudo foi realizado uma vez que na Cidade de Parnaíba não possui um programa de gerenciamento de resíduos hospitalares e através desse trabalho pretende-se fornecer dados reais sobre tal situação que servirá de referência para novas pesquisas a serem realizadas na região, bem como promover medidas educativas aos profissionais da saúde sobre o risco de contaminação e ainda fornecer informações que sirvam de base para a prática de procedimentos de segurança para a saúde pública. E assim, o objetivo desse trabalho é conhecer o gerenciamento dos resíduos hospitalares no Hospital Dirceu Arcoverde na cidade de Parnaíba-PI com o intuito de obter dados significativos para traçar medidas esclarecedoras e educativas aos profissionais da área de saúde sobre o processo, manuseio e descarte dos resíduos a fim de prevenir acidentes e contaminação por meio desses resíduos.

MATERIAL E MÉTODOS: A pesquisa constitui-se em um estudo qualitativo e quantitativo, realizado no Hospital Dirceu Arcoverde na cidade de Parnaíba-PI, durante o mês de Maio de 2011. Para a execução do trabalho foram observados os setores da enfermaria e terapia intensiva (UTI) do referido hospital e aplicado questionários com 20 profissionais da área de saúde os quais trabalham nesses setores. Tal questionário é autoaplicável composto por 10 questões de fácil entendimento que abordam o conhecimento dos profissionais envolvidos na pesquisa sobre os procedimentos a serem adotados ao trabalhar com resíduos hospitalares.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante a observação do HEDA, verificou-se que no setor da UTI e enfermaria os materiais como seringas usadas, eram descartadas nos recipientes adequados, já os materiais como algodão, sonda, luvas, frascos e ampolas e material de curativo, material cortante e perfurante, depois de usados eram depositados em sexto de lixo que ficavam entreabertos, expondo seu conteúdo. E ainda, os resíduos não eram separados por categoria. Diante das respostas dos questionários, foram analisadas duas questões. A primeira refere-se ao grau de escolaridade dos profissionais de saúde evidenciando-se que 40% do público pesquisado possuem nível superior e 60% possui nível médio com formação técnica. Já a segunda, observou-se que 30% dos profissionais relataram possuir algum conhecimento sobre o gerenciamento dos RSS e 70% não conhecem tal gerenciamento. O planejamento e o gerenciamento dentro da unidade geradora, como hospitais, possibilitam a separação e redução dos volumes de resíduos, pois com essa segregação é possível levar os resíduos ao tratamento adequado (esterilização, incineração, separação de substâncias químicas, reciclagem, etc.), contribuindo significativamente para o reaproveitamento dos materiais, evitando possíveis contaminações. O manejo planejado também permite o controle detalhado do tratamento e do destino adequado dos resíduos com potenciais de contaminação biológica e química, controlando e reduzindo assim, os riscos ao meio ambiente e assegurando o correto manuseio e disposição final, em conformidade com a legislação vigente (FADINI, FADINI; 2001). Assim, também é necessário que os profissionais de saúde conheçam a importância desses procedimentos para executarem medidas preventivas, diminuindo os problemas ambientais e o risco de contaminação biológica.

CONCLUSÕES: Nos setores da enfermaria e UTI do HEDA não ocorreu um processo correto da gestão de RSS, e a maioria dos profissionais pesquisados possuem nível técnico de formação e não conheciam os processos de gerenciamento de resíduos hospitalares, o que pode contribuir para o aumento do nível de contaminação dos trabalhadores e pacientes no ambiente hospitalar. Dessa forma, um melhor esclarecimento sobre os danos que os RSS podem ocasionar para a saúde humana e para o meio ambiente seria a melhor forma de minimizar as contaminações.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução n. 358. Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências. CONAMA, 2005.
FADINI, P. S.; FADINI, A. A. B. Lixo: desafios e compromissos. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola. Edição especial – Maio 2001.
MONTEIRO, J. H. P. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001.