ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOS LICENCIANDOS EM QUÍMICA DO IFRJ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

AUTORES: CASTRO, D.L. (IFRJ) ; SÁ, T.R. (IFRJ) ; PINTO, K.G.A (IFRJ) ; SANTOS, C.F. (IFRJ) ; MILATO, J.V. (IFRJ) ; MONTEIRO, C.V.O. (IFRJ) ; DIONÍZIO, T.P. (IFRJ) ; JESUS, V.L.B. (IFRJ)

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo discutir a contribuição do PIBID para a formação de cinco futuros docentes que participaram do programa em seu período de vigência (2009-2011). Dentro desse projeto procurou-se desenvolver atividades atrativas e experimentais, buscando a participação ativa dos alunos e a utilização de materiais alternativos e de baixo custo, assim como o estímulo à atividade docente para estes licenciandos, contribuindo, portanto, com a melhoria da educação básica.

PALAVRAS CHAVES: pibid, ensino de química, formação de professores

INTRODUÇÃO: O PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) é um programa a nível nacional criado pela CAPES com o intuito de facilitar o processo de ensino aprendizagem dos alunos da rede pública e incentivar a formação inicial dos licenciandos. Este projeto foi desenvolvido nos cursos de Licenciatura em Química, Física e Matemática do IFRJ/Campus Nilópolis. O Instituto situa-se em uma região de grande déficit de professores das áreas de ciências exatas. Muitos não se sentem confortáveis para ministrar o conteúdo, e se justificam através do despreparo e da falta de motivação. Os professores estão cada vez mais desinteressados para com os alunos e torna-se necessário, portanto, que esses docentes procurem novas metodologias e uma melhoria em seus currículos, visto que a formação destes está sendo cada vez mais precária (ALVES et al, 2009)1.Ensinar ciências é sempre um grande desafio para os professores, principalmente com a necessidade de construir uma relação entre a teoria e o cotidiano dos alunos. De fato, para eles, as práticas experimentais geram um grande interesse e são caracterizadas como motivadoras e lúdicas2. A Química é uma disciplina de natureza experimental, mas muitas vezes é desenvolvida nas escolas apenas com aulas teóricas, devido à precariedade de materiais, falta de espaço físico adequado, carga horária da disciplina, etc.3Partindo dessa premissa foram desenvolvidas atividades atrativas e experimentais com a participação ativa dos alunos e a utilização de materiais alternativos e de baixo custo, além de jogos educativos como método facilitador do aprendizado, mobilizando esquemas mentais e estimulando o pensamento4.



MATERIAL E MÉTODOS: O projeto iniciou-se em maio de 2009 com a coordenadora da área de Química traçando um perfil do que seria o PIBID e o que deveríamos alcançar com este, sendo os encontros realizados quinzenalmente. Os discentes envolvidos no presente trabalho atuaram em três escolas públicas (nas modalidades Ensino fundamental, Ensino Médio Regular e Médio Profissionalizante na formação de professores) nos municípios Nilópolis e Nova Iguaçu, que estão situados na Baixada Fluminense. De imediato, pesquisou-se experimentos e jogos que se adequassem aos objetivos do projeto. Posteriormente confeccionou-se uma apostila com os roteiros destes experimentos e atividades lúdicas para as escolas públicas conveniadas. Na escola Edyr Ribeiro a modalidade de ensino é de nível fundamental, por esta razão foi necessário o desenvolvimento de novos experimentos, pois as atividades pesquisadas envolviam somente conteúdos a nível de ensino médio. Por outro lado, no Colégio Nuta Bartlet James e no Instituto Rangel Pestana os experimentos realizados pelas bolsistas partiram da apostila confeccionada. Em ambas as escolas foram marcados encontros semanais para o desenvolvimento de experimentos e jogos com materiais alternativos de baixo custo assim como também a confecção de uma lista de materiais para ser financiada pelo PIBID.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante os dois anos em que os discentes de Química participaram no projeto pôde-se desenvolver nestes o conhecimento da realidade das escolas públicas e dos seus futuros alunos. O PIBID trouxe-nos uma nova visão de como são as salas de aula, os problemas enfrentados pelas escolas e principalmente pelos alunos. Um ponto positivo a se destacar foi justamente a melhoria que observamos nas notas de Ciências/Química e a vontade que estes alunos tinham em realizar os experimentos dentro do laboratório ou espaço disponibilizado para as atividades práticas.
Na escola Edyr Ribeiro e no Instituto Rangel Pestana não existiam laboratórios e com isso os bolsistas adaptaram os roteiros para serem utilizados com a realidade encontrada nas escolas. Nesse momento foi possível enxergar que o PIBID estimulou a criatividade dos bolsistas no momento da produção desses materiais.
No colégio estadual Nuta Bartlet James o laboratório de Química já havia sido construído, entretanto o espaço não era utilizado por alunos e professores, os reagentes estavam vencidos, vidrarias encontravam-se quebradas e foi necessário, portanto, uma solicitação ao programa para a compra de novos produtos. No Instituto Rangel Pestana também havia reagentes vencidos e poucas vidrarias assim como uma sala reservada para a realização das atividades. Já na escola Edyr Ribeiro não havia nenhum material assim como reagentes e espaço físico próprio, que era uma das metas do programa. Os bolsistas de química, durante a vigência do projeto, realizaram também aulas práticas interdisciplinares, atuando junto com os bolsistas das outras áreas (matemática e física), buscando uma ampla contribuição dos conhecimentos científicos na vida escolar dos alunos.O Projeto alcançou-se cerca de 1200 alunos nas 3 escolas.

CONCLUSÕES: Percebeu-se que o objetivo do projeto foi alcançado nessas três escolas, contudo não poderíamos deixar de mencionar as dificuldades em aplicar os experimentos selecionados, pois muitos envolviam conceitos que nem mesmo os alunos sabiam ou se lembravam. Possibilitar esse encontro entre a Química e o cotidiano destes estudantes tornou-se um dos grandes desafios para nós como futuros professores de Química.



AGRADECIMENTOS: Ao IFRJ – Campus Nilópolis pela oportunidade da Pesquisa, à CAPES pelas Bolsas de Iniciação à Docência e à E.M. Profª Edyr Ribeiro, ao C.E. Nuta Bartlet James e

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] ALVES, E.M., MOREIRA, S.R, CRUZ, M. P., MESSEDER, J. C. Reflexões entre o enfoque ciência-tecnologia-sociedade e as práticas dos professores de ciências. Ciência em Tela – vol. 2 – nº 2 – 2009.
[2] SANTOS, C. F., BRAGA JÚNIOR, N. F., RODRIGUES, T. S., MESSEDER, J. C. As diferenças entre experimentos de química para ensino médio: alternativos de baixo custo X convencionais. XIII Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química-Rio de Janeiro. 2011
[3] SÁ, T. R., SANTOS, C. F., MERCÊS, A. C., SILVA, I. G. Trabalhando com materiais alternativos nas aulas experimentais de química. XV Encontro Nacional de Ensino de Química (XV ENEQ). 2010
[4] KISHIMOTO, Tizuco Morchida. O jogo e a Educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1996.