ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: LABORATÓRIO ITINERANTE: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: ANDRADE, S.A. (UFRPE) ; SILVA, I. M. (UFRPE) ; LIRA, C. S. DE (UFRPE) ; FILHO FREITAS, J. R. DE (UFRPE)

RESUMO: O presente trabalho descreve a utilização de laboratório itinerante em aulas de Química
em Escola Públicas da Cidade de Recife – PE. A metodologia consistiu em dois momentos:
pesquisa de campo e pesquisa em sala de aula. Em sala aula foi realizado experimento
simples onde os estudantes investigaram, observaram, discutiram e validaram os
resultados obtidos com seus pares. Observou-se, também que os estudantes se envolveram
com os experimentos, e isto se pode perceber pelo relato oral e escrito dos mesmos.

PALAVRAS CHAVES: laboratório itinerante, experimento, ensino de química.

INTRODUÇÃO: A maioria das vezes a ciência é feita por e para cientistas, e aí população acaba
desconhecendo os inúmeros estudos e progressos realizados pela comunidade acadêmica.
É nesse ponto que a divulgação científica, através do laboratório ambulante de
química, entra como ferramenta para modificar essa realidade. Já há algum tempo o
ensino de ciências vem sendo questionado no mundo todo. As causas são de diversa
ordem, contudo, vale a pena citar o desencanto dos jovens para estudar as ciências,
percebida como difícil, excessivamente abstrata e aparentemente descontextualizada
das situações da vida cotidiana. “Assim o esforço para aprender as ciências, para os
jovens, parece não valer a pena” (FOUREZ, 2003). Por outro lado, no mundo
contemporâneo aonde o conhecimento e a tecnologia vêm tendo progressos cada vez mais
crescentes, acredito que faz necessário ampliar o conhecimento das pessoas para além
do senso comum, fazendo com que desenvolvam novas estruturas mentais ou novas formas
de pensar, nas quais utilizem o conhecimento científico. “Somente desta forma será
possível construir um país verdadeiramente democrático, à medida que, as pessoas
poderão atuar como cidadãos quando forem solicitadas a opinar sobre decisões
científicas que dizem respeito a sociedade, deixando de depender da decisão de
técnicos que atuam com uma razão formal esquecendo de outras dimensões que
caracterizam as sociedades humanas” (SANTOS, 2000). Logo o presente trabalho teve
como objetivo proporcionar aos estudantes da educação básica de três escolas públicas
da cidade do Recife, aula de Química, através de kits, que funcionou como
Laboratórios Itinerantes.

MATERIAL E MÉTODOS: O período de desenvolvimento do projeto teve duração de 180 dias (março/2011 a
junho/2011) e foi dividido em dois momentos: I - pesquisa de campo e II – pesquisa em
sala de aula A pesquisa de campo consistiu em uma consulta a GRE (Gerencia Regional
de Educação) para a identificação das escolas de sua jurisdição, conforme os
seguintes critérios: localização, modalidade de ensino, classe social dos estudantes
e da comunidade na qual a escola está inserida. Foram selecionadas aleatoriamente
três escolas. Em seguida ocorreu uma visita in locus, as três escolas selecionadas,
onde ocorreram entrevistas com os estudantes, professores e gestores. Na entrevista
ficou definido as turmas que seriam contempladas com o laboratório itinerante. No
segundo momento, deu-se a utilização do laboratório ambulante em sala de aula. As
aulas experimentais consistiram de: a) identificação dos equipamentos e vidrarias do
laboratório itinerante, bem como utilização; b) montagem de experimentos com
aparelhagens convencionais e alternativas; c) realização de experimentos simples
utilizando temáticas diversas como alimentos, medicamentos e meio ambiente.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram confeccionados manuais de experimentos (figura 1), onde a metodologia proposta
consistia no uso tanto de materiais alternativos como de materiais de um laboratório
convencional, como meio de auxiliar os estudantes e divulgar o conhecimento
científico durante as aulas práticas. Também foram construídos coletivamente jogos
químicos (Figura 2) com o intuito de promover o ensino/aprendizagem de conceitos
químicos. No desenvolvimento dos experimentos utilizamos dois modelos de aula
experimental: modelo tradicional e o modelo interacionista. No modelo de aula
tradicional mostrou-se as vidrarias e equipamentos do laboratório intinerante e o
professor fez uma prática demonstrativa. No modelo interacionista, figura 2, o
estudante realiza, investiga, observa, discute e valida os resultados obtidos com
seus pares. Para realização dos experimentos foram utilizados materiais e reagentes
encontrados em supermercados locais e os procedimentos foram elaborados coletivamente
entre professor - estudante. Após realização dos experimentos alguns conceitos foram
construídos: misturas, substâncias, polaridade, solubilidade, dissolução, entre
outros. Em alguns experimentos, utilizou-se materiais alternativos como garrafas PET
para armazenamento das soluções preparadas; quenga de coco e mão de pilão para
macerar algumas substâncias, dentre outros.





CONCLUSÕES: O laboratório itinerante se constituiu em uma ferramenta para o ensino e aprendizagem
de química, pois um dos agravantes para introdução das atividades experimentais de
Química nas Escolas Públicas é o custo de materiais, instrumentos e também pelo fato de
alguns professores utilizarem forma desarticulada, no ensino de química. Observou-se
que os estudantes se envolveram com os experimentos, e isto se pode perceber pelo
relato oral e escrito dos mesmos.

AGRADECIMENTOS: PRAE/UFRPE

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FOUREZ, G. Crise no Ensino de Ciências? Revista Investigações em Ensino de Ciências, 2003. www.if.ufrgs.br/public/ensino/v8/n2.
SANTOS, B. S. A introdução a uma ciência pós-moderna. Graal, Rio de Janeiro, 1989.