ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: SIGNIFICADO DOS TERMOS “ENSINAR” E “APRENDER” PARA PROFESSORES E ALUNOS NA LICENCIATURA EM QUÍMICA DO IFPI - CAMPUS TERESINA/CENTRAL

AUTORES: SOUSA, T. O. (UFPI) ; SILVA, R. A. C (UFPI) ; SILVA, D. M. L. C. (IFPI) ; PINHEIRO, E. E. A. (IFPI) ; SILVA, R. A. C (IFPI)

RESUMO: O presente estudo situa-se na vertente do “Ensinar” e “Aprender” de acordo com
professores e alunos. O trabalho busca revelar qual a forma como os professores e
alunos do curso de Licenciatura em Química do IFPI – Campus Teresina/Central
compreendem os termos “Ensinar” e “Aprender”. Para isso foram realizadas entrevistas
com os participantes do estudo. Os professores possuem uma visão bem ampla do que
seria o termo “Ensinar”, já os alunos mostraram que possuem conceitos para o “Aprender”
muito fixos, sendo apenas o acúmulo de informações.

PALAVRAS CHAVES: ensinar, aprender, significados

INTRODUÇÃO: A importância dos aspectos relacionais na atividade pedagógica vem sendo reconhecida,
especialmente através das pesquisas de abordagem etnográfica, que procuram
compreender os fenômenos educacionais a partir do estudo do cotidiano (AMBROSETTI,
2004). O processo de aprendizagem acontece participando, vivenciando sentimentos,
tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados
objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas
experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada
(JOLIBERT, 1994). Os esquemas de assimilação variam de sujeito para sujeito, mas
existe uma pauta de evolução comum de acordo com o processo de maturação. Neste
processo, que começa a partir do nascimento e culmina na idade adulta, se produz uma
verdadeira transformação progressiva que vai desde os esquemas de assimilação mais
simples aos mais complexos, desde os mais concretos aos mais abstratos (DAVINI,
1983). Um dos elementos básicos de discussão da ação docente refere-se ao ensinar, ao
aprender e ao apreender. Essas ações são muitas vezes consideradas e executadas como
ações disjuntas (ANASTASIOU, 2011). Desta forma, o objetivo desta pesquisa foi
investigar o que professores e alunos de Licenciatura em Química do IFPI pensam sobre
os termos “Ensinar” e “Aprender”.

MATERIAL E MÉTODOS: A via metodológica definida para o desenvolvimento dessa prática foi a pesquisa na
forma de entrevista estruturada. Entende-se por entrevista estruturada aquela que
contém perguntas fechadas, semelhantes a formulários, sem apresentar flexibilidade;
semi-estruturada e direcionada por um roteiro previamente elaborado, composto
geralmente por questões abertas; não-estruturada aquela que oferece ampla liberdade
na formulação de perguntas e na intervenção da fala do entrevistado. Um dos modelos
mais utilizado é o da entrevista semi-estruturada, guiada pelo roteiro de questões, o
qual permite uma organização flexível e ampliação dos questionamentos à medida que as
informações vão sendo fornecidas pelo entrevistado (BELEI et al., 2007). Sendo assim,
essa pesquisa caracteriza por ser de natureza qualitativa, as informações não podem
ser quantificadas e precisam ser interpretadas de forma muito mais ampla que
circunscrita ao simples dado objetivo (TRIVIÑOS, 1987). Para isso foram utilizados
como entrevistados 10 professores e 20 alunos do Curso de Licenciatura em Química do
Instituto Federal do Piauí (IFPI) – Campus Teresina/Central.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Tendo em vista as respostas dadas pelo professores, nos quais foram perguntados o que
significava no seu ponto de vista “Ensinar”, observou-se que para eles ensinar é
participar do desenvolvimento cognitivo, afetivo e psico-motor através da transmissão
e construção dos conhecimentos e habilidades necessárias ao desenvolvimento humano.
Além disso, de acordo com os professores, para ensinar é preciso ter muita paciência,
ter vontade de transmitir conhecimento, ter prazer em ser professor. Para eles
ensinar é um processo de introdução de alguém em uma nova “cultura”. Esta introdução
é feita por uma negociação de significados mediada pela linguagem. Tendo em vista
ainda as respostas dos alunos, a quem foram perguntados o que significava ao seu modo
“Aprender”, nestas foi possível observar que para eles é a capacidade que o indivíduo
tem de assimilar e compreender algo, é a capacidade da pessoa de acumular
conhecimento que foi ensinado, e além disso, é adquirir conhecimento e saber usá-lo
de forma racional e lógica. Aprender na visão dos alunos consiste ainda na
canalização de um conhecimento, seja ele veiculado por alguém ou por uma
interpretação de um fenômeno.

CONCLUSÕES: Com base nas respostas dadas por professores e alunos de Licenciatura em Química do
IFPI, chega-se a conclusão que os professores possuem uma visão bem ampla do que seria
o termo “Ensinar”, sabem que ensinar não é apenas a transmissão de conhecimentos
acumulados. Porém, os alunos possuem conceitos para o “Aprender” muito fixos, o que não
deveria ser assim, pois os estudantes não devem ser apenas abastecidos por uma carga de
informações cuja capacidade de assimilação nem comporta, assim, para eles o aprender é
apenas a assimilação dos conteúdos que lhe forma repassados.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMBROSETTI, N. B. Construindo o significado da relação ensinar-aprender. In: 27ª Reunião Anual da ANPEd, 2004.
ANASTASIOU, L. G. C. Ensinar, aprender, apreender e processos de ensinagem. Disponível em <http://www.fcf.usp.br/Ensino/Graduacao/Disciplinas/Exclusivo/Inserir/Anexos/LinkAnexos/CAP%C3%8DTULO%201%20LeaAnastasiou.pdf> Acessada em 2011.
BELEI, R. A.; GIMENIZ-PASCHOAL, S. G.; NASCIMENTO, E. N.; MATSUMOTO, P. H. V. R. Videogravação em pesquisa qualitativa, 2007.
DAVINI, M. C. Do processo de aprender ao de ensinar. Capacitação Pedagógica de Instrutores/Supervisores do Programa de Formação de Pessoal de Nível Médio em Saúde (Projeto Larga Escala), mediante consultoria à OPAS, Brasília, 1983.
JOLIBERT, J. Formando crianças leitoras de texto. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, p. 116-172, 1987.