ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O PAPEL EXPERIMENTAL NO ENSINO DA QUÍMICA.

AUTORES: OLIVEIRA, L. C. (UEPA) ; RAMOS, G. C (UEPA) ; SANTOS, J. M. A (UEPA) ; SILVA, I.R. (UEPA) ; VALE, T. A. T. (UEPA)

RESUMO: Dentre os muitos desafios confrontados por parte dos educadores, está o de utilizar métodos que facilitem a aprendizagem do aluno, aproximando-o do conhecimento repassado em sala de aula. Sendo assim, procuramos mostrar neste trabalho o papel da experimentação no ensino de química ressaltando sua importância e sua contribuição para o processo educacional. Para tanto, baseou-se na análise dos dados coletados por meio de um opinário aplicado a estudantes da 2ª série do ensino médio da rede particular de ensino, logo após a prática de cinco experimentos. De posse dos resultados, pôde-se comprovar a eficácia da experimentação ao possibilitar, não somente uma melhor assimilação, mas também uma maior interação entre os alunos, fatores fundamentais no processo ensino-aprendizagem.

PALAVRAS CHAVES: experimentação, ensino de química, processo educacional.

INTRODUÇÃO: Há vários estudos que retratam a atual situação do ensino de química nas escolas de todo o país. Um dos muitos fatos notados é o grande desinteresse dos alunos pela disciplina, dentre as causas, a metodologia adotada pelo professor é apontada por maioria dos alunos como uma das responsáveis de tamanho desinteresse, sendo considerada monótona e maçante, pois quase sempre privilegia aulas meramente teóricas. Neste sentido, cabe ao educador buscar alternativas que viabilizem um aprendizado significativo, dentre elas, segundo Santos&Schentzler apud Salvadego (2007 p.56), a inclusão da experimentação, já que esta possui um papel investigativo em sua função pedagógica, auxiliando o aluno a compreender fenômenos químicos. No entanto, não se deve utilizar esta atividade com o intuito de apenas “comprovar a realidade”, mas sim fazendo um paralelo entre o conteúdo e o cotidiano do educando, pois, segundo Farias et. al.(2009), o ensino de química deve desenvolver nos alunos a capacidade de compreender os fenômenos químicos presentes em seu dia-a-dia, logo a experimentação pode proporcionar momentos de reelaboração do conhecimento, possibilitando o contato do aluno com estes fenômenos e, a partir disso, conseguir criar modelos explicativos com base em suas observações, seu sistema lógico e sua linguagem. Fundamentando-se nesta concepção, desenvolvemos este trabalho para que através da experimentação pudéssemos verificar que esta, quando trabalhada a partir de situações problemas, instigam a compreensão dos conteúdos estudados em sala de aula.

MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia utilizada consistiu na realização de experimentos sobre o tema: fatores que alteram a velocidade de uma reação (cinética química) seguido da aplicação de um questionário a 20 alunos da segunda série do ensino médio da rede particular de ensino da escola Sistema de Ensino Incentivo no município de São Miguel do Guamá Pará. Os experimentos realizados foram: Experimento I: Em três copos descartáveis, adicionou-se água até a marca. No primeiro, água quente; no segundo, água a temperatura ambiente e no terceiro, água gelada. Acrescentou-se simultaneamente, em cada copo, um quarto de comprimido efervescente. Experimento II: Em dois copos descartáveis, colocou-se água até a marca. Adicionou-se concomitantemente em um copo um quarto de comprimido efervescente e ao outro, um quarto de comprimido efervescente triturado. Experimento III: Em um béquer, colocou-se soda cáustica (NaOH) a 5%, em outro colocou-se a mesma quantidade, diluída em 10 ml de água. Adicionou-se simultaneamente em cada béquer a mesma porção de alumínio metálico. Em todos os experimentos citados acima, observou-se a ordem de término das reações. Experimento IV: Cortou-se uma fatia do meio da berinjela, em seguida, espalhou-se o conteúdo de uma cápsula de vitamina C na metade da superfície da berinjela e deixou-se em repouso por alguns minutos. Experimento V: Em dois copos descartáveis colocou-se uma solução aquosa de água oxigenada até a metade. Acrescentou-se a cada um dos copos 20 gotas de detergente. Adicionou-se em apenas um dos copos um pequeno pedaço de batata. Os experimentos realizados foram retirados do artigo de Fatareli et. al.(2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após a coleta dos dados do questionário aplicado, efetuaram-se as seguintes análises: No experimento I, 100% da amostra constataram que na água quente a reação se processa mais rápido, estabelecendo a relação de “proporcionalidade direta” existente entre temperatura e velocidade da reação. No experimento II, novamente 100% identificaram que com o uso do comprimido triturado a reação ocorreu mais rapidamente. No entanto, houve variação quanto à justificativa. Mesmo 76,5% terem julgado corretamente a análise da reação, afirmando que quanto maior a superfície de contato maior é sua velocidade, 23,5% não se saíram bem em sua resposta, interpretando de forma equivocada. No experimento III, 100% dos alunos compreenderam que as reações sempre irão “terminar primeiro em soluções com maior quantidade de soluto”, exatamente pela diferença de concentração. No experimento IV, onde a totalidade da amostra (100%) conseguiu identificar o inibidor da reação, observou-se que 26,6% não conseguiram argumentar suas respostas. 73,4%, fundamentando suas respostas naquilo que haviam observado, relataram que o inibidor diminui a velocidade de uma reação, apontando, por esse motivo, sua utilização como conservante em alimentos. No experimento V, onde o catalisador da reação foi a batata, identificado por 100% dos alunos, as respostas que os levou a tal identificação, oscilaram entre duas alternativas: 27,7% fundamentaram-se na explicação do professor enquanto que, 72,3% tomaram como base o experimento aplicado. Por fim, procurou-se saber a opinião dos alunos quanto à metodologia utilizada e o resultado foi bastante satisfatório, pois 100% a considerou importante, argumentando que, saindo “da parte teórica para a prática, é mais fácil de entender.” Logo os ajuda a melhor compreender a química.

CONCLUSÕES: Por meio dos resultados obtidos na pesquisa, podemos corroborar a importância da experimentação no ensino da química, uma vez que esta, segundo a concepção dos próprios alunos, facilita a compreensão do assunto trabalhado em sala de aula, pois “simplifica os conteúdos” e ainda os “possibilita o entretenimento”. Portanto pode-se dizer que esta metodologia, quando devidamente utilizada, é uma importante ferramenta didática no ensino desta disciplina.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos a Deus que permitiu que chegássemos até aqui.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FARIAS, Cristiane Sampaio; et. al. A importância das atividades experimentais no Ensino de Química. Disponivel em: <http://www.uel.br/eventos/cpequi/Completospagina/18274953820090622.pdf> acesso em: 05 de abr. 2011.
FATARELI, Elton Fabrino; et. al. Método Cooperativo de Aprendizagem Jigsaw no Ensino de Cinética Química. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. v. 10, n. 10, p. 1-9, 2010.
NETO, Antonio Mendonça Lopes. O processo em ensino e aprendizagem embasado na contextualização e experimentação. ed. 21, Campina Grande, Universidade Estadual da Paraíba, 2010.
SALVADEGO, W. N. C. Atividade experimental no ensino de química: uma relação com o saber profissional do professor da escola média. 2008. 163 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática). Universidade estadual de Londrina. Londrina, 2008.