ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A QUÍMICA FORENSE COMO FERRAMENTA NO ENSINO DA QUÍMICA COM ENFOQUE CTS PARA O ENSINO MÉDIO

AUTORES: ASSIS JR, P. C. (UNINORTE/SED) ; CAMPOS, N. M. M. (UNINORTE) ; MOTA, E. M. C. (UFAM) ; SILVA, A. C. A.D. (UNINORTE – C) ; SILVA, B. K. F. (UNINORTE) ; SOUZA, A.P. (UNINORTE) ; SILVA, K. N. (UNINORTE)

RESUMO: Com base nos princípios CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), este trabalho propôs aulas dinâmicas, usando recursos didáticos como vídeos e experimentação (extração do DNA do cupuaçu), utilizando a relação da Ciência Forense com a Química Orgânica estudada pelos alunos de terceiro ano do esino médio de uma escola pública da cidade de Manaus (AM), que possui metodologia tradicional de ensino. O objetivo foi motivar e despertar o interesse dos alunos pelo estudo da Química, mostrando que é necessário ultrapassar a idéia de uma aprendizagem apenas de conceitos e teorias relacionadas com conteúdos abstratos e neutros, para um ensino mais cultural que proporcione uma melhor compreensão e aplicação da ciência e tecnologia que refletem na sociedade.

PALAVRAS CHAVES: química forense, tecnologia, sociedade.

INTRODUÇÃO: Uma das grandes metas do modelo CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) é dotar as pessoas de habilidades e competências, tornando-as capazes de debater e discutir questões científicas e tecnológicas que permeiam a sociedade. A opção por esse enfoque se deu pelo fato de possibilitar a participação conjunta dos indivíduos de forma crítica, reflexiva e consciente em sua atuação na realidade, pois, a atual sociedade, marcada pela revolução tecnológica, vem exigir da escola que esta possa criar oportunidades para a formação de competências básicas, tanto no exercício da cidadania como no desempenho de atividades profissionais. Tal exigência é estabelecida na Constituição Brasileira de 1988, por meio do seguinte dispositivo: A educação, direito de todos, é dever do estado e da família e será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Brasil, 1988, art. 205). A Química Forense foi utilizada para problematizar o conteúdo de Química Orgânica fazendo ponte entre os conhecimentos químicos e realidade social. Buscando propor aos alunos uma reflexão sobre a contribuição da química na promoção da justiça, foi proposto aos alunos um vídeo com trechos da série de TV norte americana CSI (crime Scene Investigation), a série é centrada nas investigações de um grupo de cientistas forense denominados CSI`s (investigadores criminais), que desvendam crimes e mortes em circunstâncias misteriosas, aliando inteligência a recursos de alta tecnologia usados em laboratórios químicos.Para ilustrar o trabalho do químico forense mostrado nos vídeos foi proposto uma aula prática de extração do DNA do cupuaçu. Após a prática foi aplicado um questionário.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram mostrados vídeos com cenas do seriado CSI episódio Nova York. Após foi realizado o experimento e depois aplicado um questionário com perguntas objetivas com resposta de sim ou não.
Extração do DNA do cupuaçu:
Material:
100g de polpa de cupuaçu
1 colher de chá
Equipamentos para realizar um banho-maria(aquecedor,bequer de 1L e 500ml,suporte universal)
Água destilada
Sal de cozinha
Detergente neutro incolor
Álcool etílico 95% gelado
Gelo seco
Palito de dente
Filtro de café
16 tubos de ensaio (2 para cada equipe)
1 funil
1 caixa de isopor(para resfriar o álcool)
Foram misturados quatro colheres de sopa de detergente com uma colher de sal em meio copo de água. Em seguida foram adicionados os 100g do extrato do cupuaçu. A mistura resultante foi deixada em banho- maria por 15 minutos. Durante o tempo de espera aproveitou-se para aplicar o questionário. A mistura foi colocada em banho de gelo por 5 minutos. Em seguida foi filtrada e colocado 5ml no tubo de ensaio. Foi adicionado a mesma medida de álcool etílico no tubo de ensaio, ao acrescentar o álcool no extrato deixou-se escorrer vagarosamente pela borda; não se deve deixar o álcool misturar-se com o líquido filtrado.
Questionário:
1- Você assiste a filmes que abordam conhecimento científico como o CSI?
2- Você acha interessante este tipo de filme?
3- Você consegue relacionar o tema abordado neste tipo de filme e os conteúdos de química vistos em sala de aula?
4- O tema abordado nesta aula está relacionado com a realidade da sociedade na qual você está inserido?
5- Você acha importante a utilização de filmes de cunho científico nas aulas de química para um melhor aproveitamento dos conteúdos abordados em sala?
6- Você acha importante esse tipo de aula?

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante a apresentação dos vídeos, os alunos mostraram-se bastante interessados e queriam ver mais do conteúdo abordado. O vídeo estimulou os alunos a se interessarem pela aula ministrada, cumprindo seu papel motivador da aprendizagem:
De acordo com Moran (1995):
O vídeo está umbilicalmente ligado à televisão e a um contexto de lazer, e entretenimento, que passa imperceptivelmente para sala de aula. Vídeo, na cabeça dos alunos significa descanso e “não aula”, o que modifica a postura, as perspectivas em relação ao seu uso. Precisamos aproveitar essa perspectiva positiva para atrair o aluno para os assuntos do nosso planejamento pedagógico.
Os alunos foram participativos durante toda a aula e fizeram perguntas acerca das diferentes técnicas que podem ser utilizadas a partir da Química para desvendar crimes. Na execução da prática, os alunos também se mostram bastante interessados e curiosos quanto ao resultado obtido. E quanto àqueles que tiveram alguma dificuldade em realizar uma etapa da prática, eram ajudados por seus colegas. Assim, à medida que se desenvolvia a aula, notava-se o interesse crescente dos alunos por relacionarem o conhecimento teórico que adquiriram durante as aulas com as técnicas usada na prática experimental. Como descreve Galiazzi (2004), a atividade experimental é considerada uma metodologia útil no ensino da Química por tornar as aulas mais dinâmicas, mais interessante, o que melhora o aprendizado dos alunos. Através do gráfico, foi observado que a maioria dos alunos foi favorável à execução da atividade na escola, possuem interesse no tema abordado como um meio de associação da Química da sala de aula com a Química do dia-a-dia.
O gráfico abaixo mostra o resultado do questionário feito com os alunos.







CONCLUSÕES: A inclusão de temas sociocientíficos é justificado pelo fato de evidenciarem as inter-relações dos aspectos da ciência, tecnologia e sociedade, e propor condições para o desenvolvimento de atitudes e tomada de decisão dos alunos. A proposta de relacionar conteúdos químicos com o cotidiano possibilitou aos estagiários, professor e alunos do 3° ano do Ensino Médio um maior evolvimento no processo de ensino-aprendizagem.O trabalho superou as expectativas iniciais alcançando todos os objetivos propostos, que eram de auxiliar os alunos em sala de aula para que tivessem maior nível de aprendizagem.

AGRADECIMENTOS: À Escola Estadual Deputado Josué Cláudio de Souza pelo trabalho realizado em conjunto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Disponível em: http://www.oei.es/publicaciones/cts_por1.htm
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12598%3Apublicacoes&Itemid=859
GALIAZZE, M. C.; GONÇALVES, F. P. A natureza pedagógica da experimentação: uma pesquisa na Licenciatura em Química. - Química nova, v.27, n.2, 2004. Disponível em:<http:/www.scielo.br/scielo.php?%20script=sci_arttext&pid=S0100-40422004000200027&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 30/042010.

MORAN, J. M. O vídeo na sala de aula. Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Mooderna, jan./abr. De 1995.
SANTOS, Wilson Luiz Pereira dos. Educação em Química: compromisso com a Cidadania. Wilson Luiz Pereira dos Santos, Roseli Pacheco Schnetzler, 4 ed.Ijuí: Ed.Unijuí, 2010.