ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: ENSINO DA QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: COMPARAÇÃO ENTRE ENSINO REGULAR E ENSINO EJA: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA NO ESTADO DO AMAZONAS.

AUTORES: ASSIS JR, P. C. (UNINORTE/SED) ; QUEIROZ, S. I. M. (IFAM)

RESUMO: O presente estudo propõe uma comparação entre o ensino regular e o ensino do EJA no que se refere ao estudo da Química. Hoje em dia é notório o crescimento de alunos no ensino de jovens e adultos, reacendendo temores de facilitário educacional, levantando várias problemáticas em especifico a quantidade de assuntos ministrados em pouco tempo de aulas, este trabalho tem por objetivo analisar a quantidade e eficiência de assuntos de Química absorvidos por alunos de EJA em comparação a alunos do ensino regular. Para melhor conhecer o nível de assimilação de conteúdos pelos estudantes, foi realizada uma pesquisa por meio de questionários em grupos focais, onde foram estudados alunos regulares e alunos do EJA em uma mesma instituição na cidade de Manaus, Amazonas.

PALAVRAS CHAVES: ensino de química, eja, ensino regular.

INTRODUÇÃO: Este presente estudo tem por objetivo comparar o EJA com Ensino Regular, analisar o nível de assimilação dos assuntos de Quimica por estes alunos e fazer um estudo de caso para entender os rendimentos apresentados por essa modalidade.No ensino médio o ensino de Química tem sido visto por alguns pesquisadores, como por exemplo (Maldaner (2000), Schnetzler (2002) e Santos & Schnetzler (1997)) que tem se caracterizado, entre outros aspectos, por se prender ao empiricismo, à matematização dos fenômenos e à memorização de uma linguagem própria dessa ciência. Esses elementos são essências para o ensino da Quimica, mas quando se observa a realidade do EJA percebemos um universo diferente, onde não há tempo suficiente para desenvolver essas tais competências, onde o aluno é um estudante e trabalhador o que reduz o tempo de estudo, e o aluno é um adulto, onde há uma dificuldade e assimilação e aprendizagem. De qualquer modo, os cursos de EJA não são e nem poderiam ser encarados como uma miniatura do ensino regular oferecido a crianças e adolescentes. A escola regular, oferecida a estes, não é a adequada para suprir as necessidades educacionais dos jovens e adultos com defasagem escolar, os quais já estão amadurecidos e engajados em uma prática social que inclui experiências, saberes e responsabilidades, entre outras, de família, de trabalho e comunitárias. Nesse sentido, o EJA não deve objetivar simplesmente um preenchimento de vazios e lacunas, com os conteúdos que teriam deixado de ser obtidos na infância e na adolescência. A retomada da escolarização com formas alternativas de estudo deve propiciar o desenvolvimento de competências diretamente relacionadas com sua inclusão produtiva nas várias dimensões da vida social, então o professor tem por objetivo arranjar uma nova forma de ensino que alcance esse tipo de publico alvo.



MATERIAL E MÉTODOS: Para este estudo de caso, foi escolhida uma escola que oferece os dois segmentos de ensino, o EJA e o Regular, foram analisados todos os alunos finalistas do EJA na matéria Química, que compõem um grupo de cento e oitenta e dois alunos, que tinha a maioria mais de vinte e cinco anos de idade e para comparação foram escolhidos alunos finalistas do ensino médio, terceiro ano, no total de setenta e cinco alunos, com a faixa etária de quinze a dezoito anos de idade, foi aplicado um questionário de dez questões, onde os assuntos abordados nas questões serão listados a seguir respectivamente, uma sobre o que estuda a disciplina, duas sobre química geral, duas sobre química inorgânica, duas sobre físico-química duas sobre química orgânica e uma sobre atualidades químicas, todos assuntos lecionados em sala de aula. Um outro questionário foi aplicado apenas para os alunos do EJA sobre os motivos do aluno ao escolher esta modalidade,ocupação, faixa etária e renda.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os questionários aplicados aos alunos de educação de jovens e adultos nos permitiram analisar que o grupo de alunos é composto por trabalhadores estudantes. Já haviam recebido escolaridade regular e carregavam longo histórico de reprovações e períodos de abandono que resultaram na defasagem etária em relação ao nível de ensino. Isso ocorreu em virtude da falta de oportunidades educacionais na área em que residiam, por proibição dos maridos, por inadequação das escolas e por “falta de interesse ou esforço”, quadro este que se alterou com a sua migração para o ”ensino de jovens e adultos”. Em sua maioria trabalham no distrito Industrial de Manaus, o que reflete de modo geral o modesto nível de renda dos alunos. (Cavalcante, 2002). Partindo da análise dos questionários, foi possível detectar, em primeira instância, alguns elementos que caracterizam um problema já conhecido pelos estudiosos dessa modalidade, como baixo rendimento, não assimilação de conteúdos, o que podemos perceber pela análise do gráfico I abaixo, onde a maior parte dos alunos (30%) acertou apenas duas das questões, e ninguém conseguiu acertar mais de seis questões da prova, a maioria dos alunos não conseguiram acertar mais de cinco perguntas (50%) do questionário onde apenas um aluno conseguiu acertar seis questões(60%), o que vemos como uma contrariedade do gráfico II onde a maior parte dos alunos acertou mais de cinco questões(50%) da prova onde a maioria acertou oito questões(80%), vendo assim os contrastes destas duas modalidades, comprovando a necessidade de melhorias no ensino de jovens e adultos, onde tem que se dar uma atenção especial para esta modalidade e comprovando que é sempre melhor combater a evasão escolar, pois no ensino regular tem-se um maior tempo, um ambiente mais propício para a assimilação da matéria de química.





CONCLUSÕES: A partir da investigação, concluiu-se que esta é a principal motivação dos alunos quando escolhem o EJA para concluir seus estudos, mas em contrapartida é percebido que esse tal aligeiramento pode prejudicar a assimilação como observado no segundo questionário, o rendimento dos alunos do EJA são menores em comparação aos alunos do ensino regular, o que é um grande problema quando esses alunos se tornam concorrentes pra entrar em uma faculdade publica ou até mesmo no mercado de trabalho.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CAVALCANTE, A. F. Ensino público: gratuito, em termos – custos indiretos do ensino médio para os alunos das escolas públicas do Distrito Federal. Em Aberto. Brasília, v. 19, n. 75, p.13-122, jul. 2002.
MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química professor/pesquisador. Ijuí, RS: Ed. Unijuí, 2000.
SANTOS, W. L. P. dos & Schnetzler, R. P. Educação em química: compromisso com a cidadania. Ijuí: Ed. Unijuí, 1997.
SCHNETZLER, R. P. Concepções e alertas sobre formação continuada. Química nova na escola n. 16, nov. 2002. Seção Espaço Aberto.
SOARES, Leôncio. Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.