ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: UTILIZAÇÃO DO VÍDEO COMO FERRAMENTA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL II.

AUTORES: CARREIRO, L.M. (IFMA) ; FERNANDES, A.S. (IFMA) ; OLIVEIRA, M.M. (IFMA) ; BRANCO, J.C. () ; CASTRO, W.M. ()

RESUMO: Este artigo tem como objetivo apresentar uma proposta pedagógica de produção e utilização do vídeo no contexto do Ensino de Química. Primeiramente, uma breve revisão foi realizada com o intuito de apresentar a trajetória dessa tecnologia e seus respectivos usos em sala de aula, levando em conta as dificuldades ao utilizar-se desse método pedagógico. Em seguida será mostrada como foi produzido os vídeos sobre experimentos realizados em laboratório na disciplina Físico-Química Experimental II. O resultado foi apresentado aos alunos do 7º e 5º período do curso de Licenciatura em Química avaliando a percepção dos mesmos com respeito à metodologia adotada.

PALAVRAS CHAVES: vídeo, ensino de química, físico-química.

INTRODUÇÃO: O uso de imagens constitui hoje parte fundamental das práticas de ensino, havendo um consenso entre vários autores sobre o importante papel pedagógico que elas desempenham no processo de ensino-aprendizagem (SILVA et. al., 2006). E dentre essas práticas de ensino, o uso de vídeos tem se tornado muito importante, pois além de atrair a atenção do aluno e motivá-lo, ele desperta a curiosidade fazendo com que o aluno sempre busque mais. É preciso que o professor crie uma expectativa positiva para atrair o aluno para os assuntos de seu planejamento pedagógico, mesmo que para os alunos o vídeo não esteja associado à aula e sim a descanso. Ao mesmo tempo, tem que se saber que é necessário prestar atenção para estabelecer novas pontes entre o vídeo e as outras dinâmicas da aula para que sua utilização não passe a ser uma “maquiagem”. Nesse sentido, Moran (1995) classifica a [indevida] utilização de filmes como “vídeo-tapa buraco”, “vídeo enrolação”, “vídeo-deslumbramento”, “vídeo-perfeição”, ou “somente vídeo”, sem a pertinente contextualização e articulação com os conceitos trabalhados. O vídeo atinge-nos por todos os sentidos e de todas as maneiras. A partir disso, a produção independente de um vídeo pelos próprios estudantes é uma possibilidade de inovação, à medida que representa uma proposta atraente para a sala de aula onde os alunos estão habituados, via de regra, à comunicação unidirecional do professor. O potencial pedagógico da câmera de vídeo reside na possibilidade dos estudantes a utilizarem para externalizar suas idéias e pensamento criativo, permitindo produzir imagens de situações físicas representativas. Este trabalho teve como objetivo utilizar este recurso, como ferramenta didática na disciplina de Físico-Química Experimental II no IFMA.

MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente foi feito um levantamento das práticas que seriam feitas e seus respectivos materiais e reagentes. Logo em seguida foi elaborado um pequeno roteiro que continha alguns tópicos que seriam abordados no decorrer dos experimentos como: introdução ao assunto, importância, objetivos, contextualização, entre outros. Com o auxílio de uma câmera digital e outros dispositivos para captura de imagem e áudio e utilizando o espaço físico dos laboratórios de química do IFMA, foram feitos quatro vídeos que abordavam a temática da físico-química de forma mais visual, mostrando o que realmente são os conceitos ministrados em sala de aula. Ao término das filmagens, foram utilizados alguns programas como Windows Movie Maker para a edição dos vídeos, para que com o uso de alguns efeitos visuais e musicais utilizados na edição a fim de trazer a vídeo-aula de forma mais real e interativa, não se limitando a só “jogar” os vídeos de forma crua, evitando assim a mecanização de um recurso tão rico e com tanto potencial de uso que é o vídeo. Todos os vídeos foram editados não - linearmente e fizeram uso de legendas associadas às imagens, além de fotografias e animações em alguns casos. Em relação ao áudio, todos apresentaram locução e trilha sonora conjugados com a imagem. No caso das legendas, houve uma preocupação em explicar de forma clara e concisa todo o andamento dos experimentos, explicitando de forma sutil os conceitos químicos abordados, fazendo com que o aluno que assisti ao vídeo se preocupe mais com o aprendizado através da imagem do que se prender ao conceito puro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram feitos quatro vídeos a partir dos seguintes experimentos: A influência da concentração e temperatura na velocidade de reação (Reação-Relógio de Iodo); Cinética Química, Fatores que afetam a velocidade de uma reação e Construção de uma pilha (natural). Todos os vídeos foram baseados nos experimentos realizados, e em uma pesquisa bibliográfica para cada assunto. Cada vídeo contém introdução, materiais e reagentes, procedimento experimental, resultados e discussões, conclusão e referências. Sendo que a introdução, resultados e discussão e conclusão foi feita uma filmagem dos próprios alunos explicando de maneira simples e atrelado ao cotidiano, e o procedimento experimental foi filmado em laboratório durante a prática e editado com legendas e música de fundo. Na figura a abaixo tem-se as imagens de abertura dos quatro vídeos.


Figura 1: Imagens de abertura dos quatro vídeos produzidos


Estes vídeos foram apresentados no 5º e 7º perído do curso de Licenciatura em Química no IFMA como proposta pedagógica para tronar os relatórios experimentais mais interessantes e lúdicos, e a partir de gestos e opnião dos próprios alunos e do professor observou-se uma grande aceitação diantes dessa alternativa.



CONCLUSÕES: Neste trabalho, apresentamos uma proposta pedagógica para produção e utilização do vídeo no Ensino de Química mais especificamente na disciplina de Físico-Química Experimental II. Esse trabalho permitiu que os estudantes envolvidos explorassem objetivos do trabalho prático-experimental nas diversas etapas, e trabalhassem conceitos químicos ao fazerem observações e explanações sobre as situações experimentais selecionadas. Tal metodologia foi bem aceita por alunos de outros períodos do curso de licenciatura em química do IFMA.

AGRADECIMENTOS: Profº Dr. Marcelo Moizinho Oliveira, por ter incentivado a produção do jogo e por ter dado todo suporte para sua confecção. E ao IFMA pela oportunidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MORAN, J. M. O Vídeo na Sala de Aula. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm>. Acesso em: 01 jul. 2011.
SILVA, E. O. da; NOVELLI, R. O uso de manuais e vídeos educativos como ferramenta de informação na formação da consciência ecológica para a proteção da lagosta de São Fidélis Macrobrachium carcinus, (Linnaeus, 1758) In: Anais do II EREBIO - Niterói, RJ: 2003. pp 324 – 327 (pôster).