ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: AS AULAS EXPERIMENTAIS NO ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: SILVA, I. G. (IFRJ) ; SILVA, A. DE M. (IFRJ) ; MERCÊS, A. C. DAS (IFRJ) ; SANT'ANNA, C. DOS S. P. (IFRJ)

RESUMO: RESUMO: Os PCNs recomendam as aulas experimentais com ênfase na relação teoria-experimento e a promoção da interdisciplinaridade e da contextualização. Sendo a Química, uma ciência de natureza experimental, é fundamental que as aulas desenvolvidas na educação básica, possam permitir que o educando possa estabelecer uma articulação entre fenômenos e teorias. No entanto, as escolas, em sua maioria, não apresentam ambientes apropriados para o desenvolvimento de aulas experimentais. Nesse projeto desenvolveu-se uma pesquisa sobre as aulas experimentais no ensino de Química, apresentando um roteiro de experimentos com o uso de materiais alternativos e de baixo custo, envolvendo atividades que possam ser realizadas em salas de aula.

PALAVRAS CHAVES: ensino de química, experimentos, contextualização

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: O papel da utilização de experimentos no ensino de Ciências já era reconhecido por filósofos desde o século XVIII. Ainda no século XIX, a inserção da experimentação deu-se sob uma abordagem utilitarista associando o conhecimento teórico às atividades socioeconômicas da época, dentre elas a extração e transformação de minérios em metais. (SILVA et al, 2010)
Somente no início do século XX, o ensino prático passou a ser visto como um meio que conduziria os alunos aos fundamentos conceituais. O professor adquire o papel de mediador, com o intuito de estimular os alunos a novas descobertas. Sabe-se que a experimentação desperta o interesse dos alunos de diversos níveis de escolarização, pois possui um caráter lúdico e motivador (GIORDAN, 1999). Apesar da compreensão da importância das aulas experimentais no ensino de Química, muitos ainda são os problemas encontrados para inserção da experimentação nas escolas, tais como: falta de laboratórios; ausência de reagentes e vidrarias; inadequação dos espaços disponibilizados para a realização das aulas experimentais; carga horária das aulas. Para o futuro docente, torna-se essencial discutir a realidade da sala de aula e elaborar estratégias que favoreçam o processo de ensino e aprendizagem. Essa discussão está presente nas disciplinas do curso de Licenciatura em Química do IFRJ.
O presente projeto foi elaborado com o objetivo de desenvolver uma pesquisa sobre a utilização de experimentos nas aulas de Ciências/Química nas escolas que não apresentam laboratórios. Para isso, buscou-se elaborar uma lista de experimentos que envolvessem a utilização de materiais alternativos e de baixo custo, além de permitir a contextualização do conhecimento e uma abordagem interdisciplinar com outras áreas.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: Para o desenvolvimento do projeto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, procurando na literatura, artigos e outras publicações sobre o tema em questão, buscando determinar o papel dos experimentos nas aulas de Química. Levando-se em consideração a ausência de espaços apropriados nas escolas, além de material adequado para a realização de experimentos, a pesquisa também envolveu a adaptação de roteiros de aulas práticas. Foram elaborados roteiros de aulas experimentais com a utilização de materiais alternativos e de baixo custo sobre diversos conteúdos de Ciências/Química.
Para verificar a validade das atividades propostas nos roteiros, foram realizadas oficinas com licenciandos e professores de Química, com a seguinte ementa:
• Discussão sobre a importância da realização de experimentos nas aulas de Ciências-Química;
• A segurança durante a realização de experimentos na sala de aula;
• Estudo sobre a utilização de materiais alternativos e de baixo custo nas aulas experimentais;
• Apresentação de alguns experimentos e outras atividades sobre temas relacionados com o Ensino de Ciências/Química.
Na avaliação da oficina, os participantes responderam a um questionário e apresentaram sugestões:
1 – Como você classifica o trabalho desenvolvido na oficina?
2 – Quais os aspectos positivos das atividades apresentadas?
3 – O que precisa melhorar nas atividades apresentadas?
4 – As atividades da oficina contribuíram para a sua formação e/ou o desempenho profissional?
5 – Apresente sugestões para melhorar a oficina.
Com os resultados obtidos com as oficinas, esperamos elaborar um curso de atualização para professores de escolas de Educação Básica da região onde o campus Nilópolis do IFRJ está situado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para a elaboração do roteiro de experimentos, primeiramente organizou-se um kit básico (Fig 1) com materiais alternativos para substituir os reagentes e as vidrarias necessários para a realização de experimentos. Entre os materiais alternativos selecionados, podem ser citados os seguintes: Acidificante para aquário; Ácido muriático; Água oxigenada; Alcalinizante para aquário (NaHCO3); Álcool; Alumínio; Indicador de pH de aquário (Azul de bromotimol); Bicarbonato de sódio; Bórax; Cal; Clarificante para aquário (Al2(SO4)3); Antimofo (CaCl2); Cloreto de magnésio; Enxofre; Glicerina; Leite de magnésia (Mg(OH)2); Palha de aço; Permanganato de potássio; Soda cáustica; Sulfato de cobre; Tintura de iodo; Vinagre; Seringa (pode ser usada para medir o volume de líquidos); Forminha de empada (para queima de materiais); Vela; Conta-gotas.
Os experimentos selecionados apresentam temas desenvolvidos nas aulas de Ciências (Ensino Fundamental) e de Química (Ensino Médio), procurando-se promover a contextualização do conhecimento. Para a seleção dos experimentos, foram adotados os seguintes critérios: adequação aos conteúdos abordados nas aulas de Química; possibilidade de execução em sala de aula; uso de materiais de baixo custo; redução de resíduos gerados.
Entre os experimentos selecionados, podem ser citados os seguintes: Ensaio de chama; Solubilidade e polaridade; Teor de álcool na gasolina; Condutividade elétrica; Cromatografia; Indicador ácido-base; Chuva ácida; Neutralização da acidez do vinagre; Produção de gases; Fotossíntese; Respiração e Combustão; Tratamento da água.
Os participantes das oficinas (Fig 2) avaliaram positivamente as atividades propostas e indicaram a importância da realização de experimentos nas aulas de Química.





CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: O projeto tem a expectativa de que as oficinas possam motivar cada participante a implementar a utilização de experimentos nas aulas de Química, melhorando o processo de ensino e aprendizagem nas escolas de nossa região. Essas atividades já fazem parte do conteúdo proposto para os licenciandos do IFRJ e isto tem apresentado resultados positivos, observando-se a atuação desses futuros docentes, em estágios e projetos didáticos.
Com as atividades que serão desenvolvidas nas escolas, poderemos fazer as adequações necessárias no material produzido.

AGRADECIMENTOS: Ao IFRJ/CNPq/FAPERJ pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BIBLIOGRAFIA:
SILVA, R. R. et. al. Experimentar sem medo de errar. In Ensino de Química em foco. Ijuí: Ed. Unijuí, 2010; Cap. 9, p.231-261.
GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de Ciências. Química nova na escola. Nº 10: 43-49, 1999.