ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: EFEITO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DOS FRUTOS DE Caesalpinia ferrea Mart. SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO EM RATOS DIABÉTICOS

AUTORES: DECHANDT, C. R. P. (UFMT) ; MOREIRA-SANTOS, R. D. (UFMT) ; SOUZA, D. L. P. (UFMT) ; SIQUEIRA, J. T. (UFMT) ; KAWASHITA, N. H. (UFMT) ; BAVIERA, A. M. (UFMT)

RESUMO: RESUMO: Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do extrato hidroalcoólico dos frutos de Caesalpinea ferrea Mart. sobre o estresse oxidativo em ratos diabéticos, uma vez que o diabetes mellitus é caracterizado por diminuição nas defesas antioxidantes, como redução nos níveis de glutationa reduzida (GSH) e na atividade da enzima catalase (CAT), e por aumento em marcadores de na peroxidação lipídica, como o malondialdeído (MDA). O tratamento subcrônico de ratos diabéticos com o extrato hidroalcoólico dos frutos de Caesalpinea ferrea Mart. não promoveu nenhuma melhoria nos níveis de MDA e não estimulou as defesas antioxidantes.

PALAVRAS CHAVES: caesalpinia ferrea mart., atividade antioxidante, diabetes mellitus.

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: O estresse oxidativo, causado por aumento na geração de radicais livres e/ou diminuição das defesas antioxidantes, está diretamente relacionado à geração de processos fisiopatológicos, destacando sua participação no surgimento de muitas das complicações crônicas do diabetes mellitus. Este fato justifica a busca por novos compostos terapêuticos, tendo como foco a reversão do quadro de estresse oxidativo no diabetes. Alvos para esta ação incluem a estimulação das defesas antioxidantes endógenas, como a glutationa reduzida (GSH) e a atividade da catalase (CAT). Estudos recentes têm demonstrado o efeito antioxidante de plantas do gênero Caesalpinia (Lee et al., 2010; Pawar et al., 2010; Saenjum et al., 2010). Adicionalmente, Caesalpinia ferrea tem sido popularmente citada para o tratamento do diabetes (Bragança, 1996). Estes achados nos motivaram a estudar o potencial antioxidante in vivo do extrato hidroalcoólico dos frutos de Caesalpinia ferrea Mart. (EHCf) em ratos diabéticos, avaliando modificações nas defesas antioxidantes (GSH e CAT) e nos níveis de malondialdeído (MDA, produto de peroxidação lipídica).

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: Ratos Wistar machos (180-200g) foram divididos em animais normais (N) e diabéticos (D, indução por estreptozotocina 40mg/kg i.v.), tratados (T) com EHCf (doses de 150, 300 e 450 mg/Kg), durante 21 dias. Animais do grupo controle (DC) receberam veiculo (água). Após o tratamento os animais foram eutanasiados e o fígado coletado para as análises. O conteúdo de MDA hepático foi determinado através da dosagem das substâncias reativas do ácido tiobarbitúrico; o conteúdo de GSH foi determinado através de método colorimétrico descrito por Sedlack et al., (1968); a atividade da CAT foi determinada de acordo com método descrito por Beutler et al., (2002).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: O diabetes é um modelo adequado para o estudo das alterações no estresse oxidativo. Alterações clássicas relacionadas ao estresse oxidativo no diabetes (Robertson et al., 2006; Newsholme et al., 2007; Chandra et al., 2008) foram observadas no presente modelo experimental, uma vez que animais do grupo DC apresentaram aumento nos níveis de MDA, redução no conteúdo de GSH e na atividade da CAT em relação aos animais do grupo N. O tratamento de ratos diabéticos com EHCf não foi capaz de promover alterações nos parâmetros relacionados com o estresse oxidativo: conteúdo hepático de MDA (N=26,03±0,67; DC=69,82±5,11; DT150=64,60±3,04; DT300=69,10±2,48; DT450=62,24±6,16 micro mol de MDA/g de tecido), de GSH (N=7277±335; DC=4614±684; DT150=5433±436; DT300=3714±810; DT450=4260±811 micro mol de GSH/g de tecido) e na atividade da CAT (N=14,5±3,2; DC=7±0,4; DT150=7±0,6; DT300=7±0,4; DT450=7±0,6 x10000U/mg de proteínas).

CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: EHCf não apresentou potencial antioxidante in vivo, uma vez que não estimulou as defesas antioxidantes endógenas e não promoveu melhorias na peroxidação lipídica em ratos diabéticos. Estudos posteriores avaliando outras formas de preparo do extrato ou utilizando diferentes tempos de tratamento devem ser realizados.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS:


Apoio financeiro: UFMT, CPP/CNPq.


Apoio técnico: Air Francisco Costa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

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