ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: TRIAGEM FITOQUÍMICA DAS PARTIÇÕES DO EXTRATO BRUTO METANÓLICO E ACETÔNICO DO RIZOMA DE Alpinia zerumbet (PERS.) B. L. BURTT. & R. M. SM. (ZINGIBERACEAE)

AUTORES: CORRÊA, A.J.C. (UFPE) ; PEIXOTO-SOBRINHO, T.J.S. (UFPE) ; AMORIM, E.L.C. (UFPE) ; NASCIMENTO, S.C. (UFPE) ; COSTA, M.C.C.D. (UNICAP)

RESUMO: RESUMO: Alpinia zerumbet (Pers.) B. L. Burtt. & R. M. Sm. (Zingiberaceae) é utilizada
como diurética, anti-hipertensiva e antitérmica. Objetivou-se neste estudo comprovar a
manutenção das características químicas de plantas cultivadas para produção de
fitoterápicos. Através de cromatografia em camada delgada com reveladores específicos
comprovou-se a presença de antocianinas, cumarinas, flavonóides, xantinas, taninos,
saponinas, lignanas, terpenos, esteróides e alcalóides no rizoma da espécie e
constatou-se que as condições de cultivo estão mantendo suas características químicas.

PALAVRAS CHAVES: palavras-chave: alpinia zerumbet, estudo fitoquímico, colônia

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Alpinia zerumbet (pers.) B. L. Burtt. & R. M. Sm. é uma planta originária
da Ásia, pertence à família Zingiberaceae, conhecida popularmente como colônia ou
paco-seroca, (ALMEIDA, 1993; LORENZI & SOUZA, 1995).
Além de ser uma planta ornamental, a colônia é muito utilizada entre os populares
devido ao seu potencial medicinal. Dentre as suas propriedades farmacológicas
destacam-se os efeitos hipotensores e diuréticos (MENDONÇA et al, 1991; LARANJA et
al, 1992;), a ação antimicrobiana atribuída aos seus óleos essenciais (WATTIEZ &
STERNON, 1942; WANG et al., 2005; ELZAAWELY et al., 2006) e ação antioxidante e
antinociceptiva (MASUDA et al., 2002; ARAUJO et al., 2005).
Estudos químicos realizados comprovaram a presença de flavonóides e terpenos nas
folhas e rizoma da espécie (MPALANTINOS et al., 1998; ELZAAWELY et al., 2007) e a
presença de kavalactonas e cumarinas nas folhas (KUSTER et al., 1999; FREITAS et al.,
2006; CRUZ et al., 2009).
Neste trabalho objetivou-se comprovar a presença dos principais componentes químicos
já descritos para a espécie, em plantas cultivadas de modo padronizado pelo
Laboratório de Fitoterapia do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e utilizados
na produção de fitoterápicos.


MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: O material botânico foi coletado na horta medicinal do
Laboratório de Fitoterapia do IPA. O rizoma foi seco e triturado e submetido ao
processo de extração utilizando-se 100g de planta seca para 800mL dos solventes
metanol e acetona (ZELNIK et al, 1977).
As extrações foram realizadas por maceração em repouso à temperatura ambiente (30ºC).
As frações foram obtidas a partir do extrato bruto metanólico utilizando-se os
solventes hexâno, diclorometano, acetato de etila e butanol.
Os testes foram baseados em reações de complexação, saponificação e cromatografia em
camada delgada.
A reação de complexação para taninos e fenóis foi realizada segundo MATOS (1997) e
metodologia de saponificação para saponinas (HARBORNE, 1984).
Foram realizadas cromatografias em camada delgada para caracterização dos
metabólitos, utilizando os sistemas de eluição e reveladores apropriados (WAGNER,
1996).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÕES: A triagem fitoquímica de A. zerumbet mostrou a presença de
antocianinas, cumarinas, flavonóides, xantinas, taninos, saponinas, lignanas,
triterpenos e esteróides, alcalóides, mono, di e sesquiterpenos nos extratos e
partições estudados (Tabela 1).
No extrato bruto metanólico observou-se a presença moderada de cumarinas,
flavonóides, taninos e saponinas, e forte concentração de flavonóides, triterpenos e
esteróides foi evidenciada no extrato bruto acetônico para o qual também se detectou
a presença moderada de mono, di e sesquiterpenos. Forte incidência de flavonóides,
triterpenos, esteróides, alcalóides, mono, di e sesquiterpenos foram evidenciados
para a fração hexânica, sendo os mono, di e sesquiterpenos também detectados em
proporções moderadas na fração diclorometano. A fração acetato de etila apresentou
apenas fraca presença de flavonóides, enquanto fortes proporções de cumarinas,
taninos, saponinas e lignanas foram detectadas na fração butanólica.
A presença de flavonóides, terpenos, taninos e alcalóides detectadas em nosso estudo
para o rizoma de A. zerumbet corrobora com a literatura, que refere estes compostos
tanto para as folhas quanto para o rizoma da mesma (TAWATA et al., 1996; MORITA et
al., 1996; BIENSKI, 2005; ELZAAWELY et al., 2007), assim como a presença de cumarinas
na fração butanólica e no extrato bruto metanólico do rizoma corrobora com os achados
de (FREITAS et al., 2006; CRUZ et al., 2009) que referem a presença de cumarina para
a espécie.



CONCLUSÕES: A correspondência da composição química encontrada nas plantas cultivadas no IPA com as
descritas para a espécie na literatura indica que as condições de cultivo nas quais as
plantas vêm sendo mantidas, estão adequadas e preservando, portanto, suas propriedades
químicas.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BIBLIOGRAFIA:

ALMEIDA, E.R. Plantas medicinais brasileiras – conhecimentos populares e científicos. São Paulo: Hemus Editora, 1993. 341p.

ARAÚJO, P.F. et al. Antinociceptive effects of the essential oil of Alpinia zerumbet on mice. Phytomedicine, v. 12, n. 6-7, p.482-486, 2005

BIENSKI, I.G.C. Plantas medicinais e aromáticas no sistema único de saúde da Região Sul de Cuiabá-MT. 2005. Disponivel em: <http://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/isanete3.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2011.

CRUZ, M.E.S. et al. Plantas medicinais e aromáticas no controle de patógenos associados a grãos de milho. Revista Brasileira de Agroecologia. v. 4, n. 2, p. 3524-28. 2009.

ELZAAWELY, Abdelnaser A.; XUAN, Tran D.; TAWATA, Shinkichi. Changes in essential oil, kava pyrones and total phenolics of Alpinia zerumbet (pers.) B.l. Burtt. & R.M. Sm. Leaves exposed to copper sulphate. Environmental and Experimental Botany, v. 59, n. 3, p. 347-353, 2006.

ELZAAWELY, Abdelnaser A.; XUAN, Tran D.; TAWATA, Shinkichi. Antioxidant activity and contents of essential oil and phenolic compounds in flowers and seeds of Alpinia zerumbet (Pers.) BL Burtt. & RM Sm. Food Chemistry, v.104, n. 4, p. 1648-1653, 2007

FREITAS, K. M. et al. Caracterização Farmacognóstica das Folhas de Alpinia zerumbet. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA USP,14. 2006, Ribeirão Preto. Anais... Ribeirão Preto: USP/SP, 2006.

HARBORNE, J.B. Phytochemical methods: a guide to modern techniques of plant analysis. London: Chapman and Hall, 1984. p.278

KUSTER, R.M; MPALANTINOS, M.A.; HOLANDA , M.C.; LIMA, P. e BRAND,
E.T, PARENTE, J.P. GC-MS Determination of kava-pyrones in Alpinia zerumbet
leaves. Journal of High Resolution Chromatography,22(2):129-130, 1999.

LARANJA, S. M. R.; BERGAMASCHI, C. M.; SCHOR, N. Avaliação de três plantas com potencial diurético. Revista Associação Médica Brasileira, [S.I.], v. 38, n. 1, p. 13-16. 1992.

LORENZI, H.; SOUZA, H. M. Plantas ornamentais no Brasil – arbustivas, herbáceas e trepadeiras. São Paulo: Plantarum. 1995

MASUDA, T. et al. Antioxidant-related activities of ethanol extracts from edible and medicinal plants cultivated in Okinawa, Japan. Journal of the Japanese Society for Food Science and Technology-Nippon Shokuhin Kagaku Kogaku Kaishi. v. 49, n. 10, p. 652-661, 2002.

MATOS, F.J.A. Introdução a fitoquímica experimental. Fortaleza: Edições UFC, 1997. p. 45-64

MENDONÇA, V. L. M. et al. Pharmacological and toxicological evaluation of Alpinia speciosa. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, São Paulo, v. 86, p. 93-97. 1991. Suplemento II.

MORITA, M. et al. Structures and spasmolytic activities of derivatives from sesquiterpenes of Alpinia speciosa and Alpinia japonica. Chemical & Pharmaceutical Bulletin, Tokyo, v. 44, n. 8, p. 1603-1606. 1996.

MPALANTINOS, M. A. et al. Biologically active flavonoids and kava pyrones from the aqueous extract of Alpinia zerumbet. Phytotherapy Research, v. 12, n. 6, p. 442-444, 1998.

TAWATA, S. et al. Syntheses and biological activities of dihydro-5,6-dehydrokawain derivatives. Bioscience, Biotechnology and Biochemistry, Okinawa, v. 60, n. 10, p. 1643-1645. 1996

WAGNER, H.; BLADT, S. Plant drug analysis: a thin layer chromatography atlas. 2. ed. Berlim Heidelberg: Springer Verlag, 1996. 384p.

WANG, Y.C.; HUANG, T.L. Screening of anti-Helicobacter pylori herbs deriving from Taiwanese folk medicinal plants. FEMS Immunol Medicine Microbiol, v. 43, n. 2, p. 295-300, 2005.

WATTIEZ, N.; STERNON, F. Élements de chemie végétale. 2 ed. Paris: Masson et Cie. 1942. 844p.

ZELNIK, R. et al. Barbatusin and cyclobutatusin, two novel diterpenoides from Coleus barbatus Benthan. Tetrahedron, Fort Collins (USA), v. 33, p. 1457-1467, 1977.