ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FISÍCO-QUÍMICAS DO ÓLEO DE BABAÇU ORIGINADO DE BABAÇUAIS DO MUNICÍPIO DE CODÓ, MARANHÃO, BRASIL

AUTORES: COSTA, C. L. (UEMA) ; FRANÇA, E. T. R. (UEMA) ; SANTOS, D. S. (UEMA) ; BARBOSA, M. DO C. L. (UFMA) ; NASCIMENTO, M. DO D. S. B. (UFMA) ; COSTA, M. C. P. (UEMA)

RESUMO: Foi analisada amostra de óleo babaçu “Orbignya phalerata Martius” extraído pelas quebradeiras de coco babaçu do município de Codó, com o objetivo de avaliar as propriedades físico-químicas do óleo. Foram realizadas as análises de acidez, peróxido, saponificação, cinzas e umidade. Os resultados obtidos foram comparados com dados encontrados na literatura, e podem estar relacionados com as condições climáticas do município.

PALAVRAS CHAVES: orbignya phalerata martius, análises físico-químicas de óleo, município de codó

INTRODUÇÃO: O babaçu “Orbignya phalerata Martius”, palmeira nativa do Maranhão, vem sendo tradicionalmente explorado para o aproveitamento da amêndoa na produção de óleo. Várias indústrias do Piauí e Maranhão refinam e comercializam este óleo (MENDES, 1983). O babaçu é uma palmeira nativa encontrada nas regiões Nordeste, Norte e Centro Oeste, com maior ocorrência na primeira, que detém a maior produção de amêndoas e a maior área ocupada por cocais. Dentre os estados nordestinos que produzem amêndoas de babaçu destaca-se o Maranhão, pois, as palmeiras cobrem um quarto do território maranhense e é a primeira riqueza extrativa do Estado, cabendo-lhe mais de 70% da produção de babaçu no Brasil (CASTRO et al, 2002; OLIVEIRA et al, 2007). Hoje o óleo de babaçu, no Brasil, tem sido usado quase que, exclusivamente, na fabricação de produtos de higiene e limpeza. O seu emprego na indústria de alimentos, principalmente margarina, aparece como secundário. Há, no entanto, um interesse em desenvolver mercados e novas alternativas para o uso do óleo de babaçu (MACHADO et al. 2006), sinalizando o aproveitamento de recursos naturais como ferramenta para o desenvolvimento sustentável e conseqüentemente para melhorar a qualidade de vida da população; por meio da geração de oportunidades de trabalho e de renda para a população.

MATERIAL E MÉTODOS: O óleo obtido foi extraído pelas quebradeiras de coco babaçu do município de Codó. Foi armazenado à temperatura ambiente em embalagem plástica (garrafa PET) e foi transportado até o Laboratório de Macromoléculas e Produtos Naturais da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA onde foram realizadas as análises. As análises físico-químicas foram feitas seguindo as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz (2008) para óleo: índice de acidez, índice de peróxido, índice de saponificação, cinzas e umidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos na caracterização físico-química do óleo de babaçu do município de Codó. O índice de acidez encontrado foi de 0, 0291 % ácido oléico p/p. Portanto, abaixo dos valores encontrados por Oliveira et al. (2007), 0, 69 a 1, 66 % ácido oléico p/p, e por Machado et al. (2006), 0, 092% (28ºC) e 0, 096 % (34ºC). Segundo o Codex Alimentarius (2003), o valor máximo do índice de peróxido admitido para óleos brutos não deve ultrapassar 15 meq de oxigênio ativo/ kg de óleo e o valor obtido foi de 11, 0540 meq de oxigênio ativo/ kg de óleo, logo dentro do padrão estabelecido. A média obtida no índice de saponificação foi 212 mg KOH/ g óleo. Abaixo do estabelecido pela ANVISA (2009) e Codex Alimentarius (2003), que adotam a faixa entre 245 – 256 mg KOH/g óleo para o babaçu “A. speciosa”, por Castro (1999) que foi 271 mg KOH/ g óleo e Rossel (1993) de 245 a 256 mg KOH/ g óleo. Mas, dentro do intervalo encontrado por Oliveira et al. (2007) que foi de 164 a 252 mg KOH/ g óleo para a espécie “O. phalerata”. A média da análise de cinzas foi 0, 1240 % p/p, apresentando percentual inferior a 5 % p/p de matéria mineral. Segundo Carvalho (2007), o valor máximo de umidade para óleo bruto é 0, 5 % p/p, como o valor encontrado foi 1, 1920 % p/p, então esse valor está acima do padrão estabelecido.



CONCLUSÕES: A amostra de óleo de babaçu analisada encontra-se: abaixo dos padrões encontrados em relação ao índice de acidez, já o índice de peróxido está dentro do padrão estabelecido pelo Codex Alimentarius (2003), o índice de saponificação está dentro do intervalo obtido por Oliveira et al.(2007) e o valor de umidade está acima do padrão estabelecido por Carvalho (2007). Esses resultados podem estar relacionados às condições climáticas do município.

AGRADECIMENTOS: CNPq, Laboratórios de Macromoléculas e Produtos Naturais e de Bromatologia da UEMA, UFMA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, resolução RDC nº 482, de 23 de setembro de 1999, Regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de óleos e gorduras vegetais. Disponível em: www.anvisa.gov.br. Acesso em 01 de março de 2011.

CARVALHO, J. D. V. Cultivo de babaçu e extração do óleo. Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília – CDT/UnB, Abril, 2007.

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