ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: Estudo Fitoquímica do Extrato Alcoólico da flor da Borreria verticillata (L.) G. Meyer

AUTORES: FRANÇA, M. C. (IFMA / ZÉ DO) ; SOUSA, J. DE O. DE (IFMA / ZÉ DO) ; OLIVEIRA, L. V. (IFMA / ZÉ DO) ; SILVA, K. S. L. (IFMA / ZÉ DO) ; CHAVES, D. C. (IFMA / ZÉ DO) ; CORREIA, M. J. M. (IFMA / ZÉ DO) ; COSTA, D. D. (IFMA / ZÉ DO)

RESUMO: A maioria das espécies vegetais é constituída de substâncias ativas que quando
ingeridas podem apresentar atividade medicinal. A investigação dessas espécies para
identificação de seus princípios ativos e validação das propriedades medicinais tem
mostrado resultados satisfatórios, pois atestam a eficácia de metabólitos que
apresentam ação medicinal sobre diversas doenças. Este trabalho objetiva uma abordagem
fitoquímica do extrato alcoólico da flor da planta Borreria verticillata (L.) G. Meyer.
O método utilizado esta baseado em análises qualitativas descritas por Barbosa (2001),
sendo obtidos como resultados a presença de substâncias ativas como saponinas, fenóis,
taninos, açúcares redutores e alcalóides, essas substâncias, indicam a viabilidade do
uso da espécie como fitoterápico.

PALAVRAS CHAVES: plantas medicinais; verticillata; fitoquímica

INTRODUÇÃO: Os grupos vegetais tem sido alvo de vários estudos farmacológicos, devido ao intenso
uso de espécies que vem sendo empregadas em terapias. Mas são poucos os estudos
acerca das propriedades que garantam a eficácia e segurança do uso medicinal. Em
1988, a Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação - CIPLAN – resolveu
implantar a Fitoterapia nos Serviços de Saúde como prática oficial da medicina, em
caráter complementar, e orientar as Comissões Interinstitucionais de Saúde (CIS) a
buscarem sua inclusão no Sistema de Saúde Unificado - SUS - (BRASIL, 1988). As
substâncias que podem apresentar propriedades medicinais são denominadas princípios
ativos, ou seja, metabólitos secundários sintetizados pelas plantas através dos
nutrientes, da água e da luz que a planta recebe. Essas substâncias podem provocar
reações nos organismos, algumas podem ser tóxicas, dependendo da dosagem utilizada.
(JORGE, s/d). Por outro lado, a investigação dessas espécies para identificação de
seus princípios ativos e validação das propriedades medicinais tem mostrado
resultados satisfatórios, pois atestam aeficácia de metabólitos que exercem ação
medicinal sobre diversas doenças.
A Borreria verticillata (L.) G. Meyer, é uma espécie herbácea e invasora, que
apresenta florescência normalmente em seu ápice, sendo encontrado em todo o Brasil,
no entanto, existe uma insuficiência de dados que possam validar suas propriedades
medicinais. Existem relatos do emprego de folhas e raízes da espécie em terapias,
haja vista a necessidade de maiores estudos relacionados à planta, este trabalho,
objetiva uma abordagem fitoquímica do extrato alcoólico da flor da planta B.
verticillata (L.) G. Meyer por meio de análise qualitativa, de modo a se obter
conhecimento dos constituintes químicos da espécie.


MATERIAL E MÉTODOS: A coleta da planta Borreria verticillata (L.) G. Meyer, foi realizada no município de
Zé Doca-MA, sendo selecionadas para estudo as flores, das quais se obteve o extrato
alcoólico resultante do material previamente triturado e seco, extraído via etanol.
Para identificação dos metabólitos, foram realizados testes fitoquímicos em
triplicata, dentre eles, saponinas espumídicas, fenóis, taninos, açúcares redutores,
antraquinonas, purinas e alcalóides, segundo procedimentos qualitativos descritos no
Manual de Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais (BARBOSA, 2001).
A identificação de saponinas foi realizada através da dissolução do extrato em água
sob constante agitação; para fenóis e taninos, os testes foram realizados na presença
de cloreto férrico (FeCl3); para açucares redutores em presença de reativos de
Fehling A e Fehling B; para antraquinonas, em reação do extrato com tolueno e
hidróxido de amônio (NH4OH); para identificação de purinas utilizou-se ácido
clorídrico (HCl), peróxido de hidrogênio (H2O2) e NH4OH; os testes de alcalóides
foram realizados por dissolução do extrato em HCl e adição do reativo de Bouchardat.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: A persistência de espumas após agitação do extrato em água, indicada a presença de
saponinas, substância que favorece a ação dos demais princípios ativos da planta, e
em excesso podem causar irritação da mucosa intestinal e manifestações alérgicas. As
plantas que contém saponinas são utilizadas também por sua ação expectorante,
diurética, purgativa e depurativa. (JORGE, s/d).
No teste para fenóis, o aparecimento da coloração avermelhada foi indicativo de
resultado positivo; taninos foram identificados quando em meio reacional formou-se
precipitado verde escuro. Segundo Jorge (s/d) os taninos são substâncias que protegem
o vegetal do ataque de microorganismos, formigas ou cupins. Nos animais podem
provocar irritação gástrica sendo encontrados principalmente em frutos verdes.
Nas análises de alcalóides, a formação de precipitado alaranjado foi indicativa de
resultado positivo. Sendo ainda positivos os testes para açúcares redutores.
Alcalóides são substâncias ativas que exercem grande atividade metabólica, e que
atualmente vem sendo muito explorados na medicina. Talvez o exemplo mais marcante
seja a descoberta de que os alcalóides vincristina e vimblastina, presentes em vinca
(Vinca rosea), podem ser utilizados na cura de certos tipos de câncer. Além disso,
como os alcalóides possuem um pronunciado efeito no sistema nervoso de mamíferos,
muitos remédios para distúrbios emocionais, um mal crescente nas sociedades moderna,
são derivados deles. (PERES, s/d).
As análises realizadas permitiram identicar substâncias como: saponinas, fenóis,
taninos, açúcares redutores e alcalóides. Tais substâncias são compostos químicos que
podem atuar no organismo bloqueando o desenvolvimento de células doentes, ou que
podem atenuar sintomas, devido à sua ação no sistema nervoso central.


CONCLUSÕES: Conclui-se que os princípios ativos: saponinas, fenóis, taninos, açúcares redutores e
alcalóides, segundo análises qualitativas, estão presentes no extrato etanólico da flor
da Borreria verticillata (L.) G. Meyer, o que indica a viabilidade do uso da espécie
como fitoterápico, constituindo um rico material com indicações farmacológicas e
terapêuticas, no entanto, são necessários ainda maiores estudos sobre a disponibilidade
destes na espécie, além de estudos que comprovem sua ação toxicológica, a fim de se
obter uma maior abordagem fitoquímica da espécie.

AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IFMA - Campus Zé


Doca.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARBOSA, W. L. R. Manual para análise fitoquímica ecromatográfica de extratos vegetais. Universidade Federal doPará (UFPA). Belém, 2001.

BRASIL. Resolução CIPLAN Nº 8/88, de 8 mar. 1988. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, v. 126, n. 48, p. 3999-4000. 11 mar. 1988. Seção I.


SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre – Florianópolis: UFGS/ UFSC, 2004.

JORGE, Schirlei da S. A. Plantas medicinais Coletânea de Saberes. , s/d. Disponível em: < http://www.fazendadocerrado.com.br/fotos_noticias/1280/Livro.pdf> Acesso em: 06 jul. 2011

PEREIRA, B. M. R. Projeto Plantas Medicinais. Farmacêutica Industrial. Centro Popular de Saúde Yanten. 2005

PERES, L. E. P. Metabolismo Secundário. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, s/d. Disponível em: <http://docentes.esalq.usp.br/lazaropp/FisioVegGradBio/MetSec.pdf> Acesso em: 06 jul. 2011.