ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DOS METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DE Phyllanthus niruri (Quebra-Pedra)

AUTORES: SOUSA,S.M.V. (CESI-UEMA) ; OLIVEIRA,A.R. (CESI-UEMA) ; DIAS, N.L.V. (CESI-UEMA) ; NUNES, A.E.S. (CESI-UEMA) ; AZEVEDO, A.S. (CESI-UEMA) ; NASCIMENTO,O.I. (CESI-UEMA) ; MORAIS,J. (CESI-UEMA)

RESUMO: Phyllanthus niruri (quebra-pedra), é utilizada pela medicina popular para infecções urinárias. Os metabólitos secundários são responsáveis pela ação terapêutica da espécie. A pesquisa teve como objetivo determinar os metabólitos secundários de Phyllanthus niruri espécie medicinal do município de Imperatriz-MA, coletou-se amostras da planta completa, para a execução de dois estágios, preparação das exsicatas e obtenção do extrato. A determinação dos metabólitos secundários foi realizada de acordo com a metodologia de MATOS, realizando os seguintes testes fitoquímicos: saponinas, alcalóides, glicosídeos cardíacos, açúcares redutores, flavonóides, polissacarídeos, fenóis e taninos. A espécie destaca-se pela reação positiva de três classes de metabólitos, taninos, alcalóides e flavonóides.

PALAVRAS CHAVES: : metabolitos secundarios , phyllanthus niruri, testes fitoquímicos

INTRODUÇÃO: Atualmente, nota-se interesse pelas plantas medicinais, devido à grande procura por terapias alternativas. (RIBEIRO et al., 2005). Os vegetais são excelentes fontes de matéria-prima na busca de novas drogas, tendo se em vista que a diversidade molecular dos produtos naturais é muito superior àquela derivada dos processos de síntese química. (RISSATO et al, 2004).
No Brasil vem ocorrendo um aumento acentuado no uso de plantas medicinais. Esse fato está associado não somente ao consumo pela população rural em geral, mas também, e principalmente, ao consumo associado a programas oficiais de saúde. (COSENDEY 2000).
O conhecimento popular originado da cultura dos povos é considerado o ponto de partida para o conhecimento científico. A partir dele, supõe-se que foram desenvolvidos mais de 70% dos medicamentos derivados de plantas. (BITTENCOURT et al., 2002).
Os metabólitos secundários podem ser considerados como materiais especiais ou químicos refinados e são mais valorizados no mercado. Eles são usados comercialmente como compostos biologicamente ativos. A utilidade comercial dos metabólitos secundários pode ser exemplificada pela nicotina, morfina, cocaína, óleos de eucalipto, etc. (CHAGAS, 2004).
As pesquisas científicas em torno de plantas medicinais apresentam focos majoritários definidos nas áreas da fitoquímica, farmacognosia e horticultura. A fitoquímica é responsável pela caracterização de possíveis compostos bioativos, enquanto a farmacognosia contempla ensaios de bioatividade, identificação do modo de ação e sítios ativos para ação de fitoquímicos (BRISKIN, 2000). Portanto a pesquisa teve como objetivo determinar os metabólitos secundários do extrato de Phyllanthus niruri da cidade de Imperatriz – Ma.



MATERIAL E MÉTODOS: Obtido o extrato das plantas medicinais em discussão, realizou-se triagem fitoquímica segundo a metodologia de MATOS, 1997. A amostra da planta em análise foi coletada em jardim residencial situado na Vila Ipiranga na Cidade de Imperatriz-MA, no mês de janeiro do corrente ano. Coletou-se amostra da planta completa para a execução de dois estágios, um para a preparação da exsicata (planta completa) e outro para a obtenção dos extratos (somente as folhas), em ambos os estágios com a planta fresca. Após a escolha e higienização das melhores mudas, uma parcela da amostra foi seca e acondicionada em folhas de revistas sendo em seguida prensadas e depositada no Herbário da Universidade Estadual do Maranhão, para identificação das espécies através de comparações com material depositado e por especialistas na área. E a outra utilizou somente apenas as folhas, coletadas pelo turno matutino no período entre as 06.00 e as 07.00 horas da manhã, expostas a temperatura ambiente, até a completa secagem, por cinco dias. Posteriormente a secagem, utilizou-se 50g das folhas das amostras, trituradas em triturador mecânico, transferidas para um recipiente de vidro, acrescido de 483 mL álcool etílico até a completa submersão das mesmas, vedado com folha de papel alumínio, ficando em maceração por três dias, depois filtrado, sobre gaze. Após essa etapa o extrato foi acrescido de carvão ativado, por três dias para a clarificação do mesmo, facilitando dessa forma a triagem fitoquímica, em seguida filtrado sobre papel filtro e transferido para um frasco, levado a estufa a aproximadamente 50°C, por um período médio de uma a duas horas, para a concentração do extrato.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: Utilizando-se a metodologia de (MATTOS, 1997) realizou-se testes fitoquímicos paras as seguintes classes de metabolitos secundários: saponinas, polissacarídeos, fenóis, taninos, alcalóides, glicosídeos cardíacos, flavonóides e açúcares redutores. Os testes foram realizados com folhas da espécie coletada. A formação de precipitado, variação de cor e formação de espumas para as saponinas foram de grande importância para revelação dos metabolitos presentes na espécie em estudo. Por meio das análises realizadas foi possível identificar as seguintes classes: taninos, alcalóides e flavonóides, Tabela 1.

Por meio das informações científicas obtidas a respeito da espécie, nota-se a confirmação da medicina popular no que se refere ao uso medicinal da mesma, para distúrbios urinários. Além da indicação em tratamentos urinários, outros estudos têm sido realizados na tentativa de se comprovar diversas atividades terapêuticas da erva, tais como atividades analgésicas (SANTOS et al., 2000), antitumoral em células de diferentes linhagens (RAJESHKUMAR e KUTTAN, 2000), antioxidante na prevenção de úlceras gástricas (BANDYOPADHAY e PAKRASHI, 2000) e anti-inflamatória (KIEMER et al., 2003).
Comparando os resultados desta pesquisa com outros, verifica-se a semelhança entre os mesmos. A presença de taninos está de acordo com os dados da literatura consultada que cita a presença desta classe de metabólito (SUBEKI et al., 2005). Presença de flavonóides (SANTOS, 1988), alcalóides (SANTOS, 1988; LORENZI & MATOS 2002). Os resultados obtidos podem justificar, pelo menos em parte, o uso medicinal da planta em certas afecções renais ou mesmo nos casos de insuficiência renal (SOUSA et al., 1991).




CONCLUSÕES: Os resultados obtidos apontam a presença de taninos hidrolisáveis, alcalóides e flavonóides gerais Os metabólitos secundários constituem uma estratégia auxiliar no que se refere à procura de novos agente terapêuticos tendo em vista a relação custo beneficio proporcionada, essa análise fornece informações importantes, no que se diz respeito aos elementos secundários de Phyllanthus niruri. Portanto a presente pesquisa vem a contribuir para comunidade científica que já desenvolve trabalho de pesquisa com as plantas medicinais.

AGRADECIMENTOS: A Deus , minha família, as professoras Vera Lúcia Neves Dias, Ivaneide Oliveira Nascimento, Sheila Elke Araújo Nunes, aos companheiros de laboratório de Fitopat

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