ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS CASCAS DO CAULE DE Acacia farnesiana (L.) WILLD. (LEGUMINOSAE)

AUTORES: SILVA, C. C. (UFPE) ; ARAUJO, R. O. (UFPE) ; SENA, K. X. F. R. (UFPE) ; ALBUQUERQUE, J. F. C. (UFPE)

RESUMO: Acacia farnesiana (L.) Willd, Leguminosae é uma arbusto com valor econômico destacado para madeireiras, forrageiras e ornamental. Além de ser utilizada na medicina popular para o tratamento de algumas doenças como atividade hipoglicêmica. Neste trabalho o extrato etanólico das cascas do caule de A. farnesiana foi testado para avaliação da atividade microbiana. De modo que foi empregado o método do teste de difusão em disco de papel, utilizando as bactérias Gram-positivas: S. aureus, M. luteus, B. subtilis, e E. faecalis; Gram-negativas: E. coli, S. marcescens e P. aeruginosa; álcool-ácido-resistente: M. smegmatis e a levedura C. albicans. A planta estudada apresentou atividade antimicrobiana para alguns microorganismos Gram-positivos e para o representante do grupo álcool-ácido-resistente.

PALAVRAS CHAVES: acacia farnesiana; atividade antimicrobiana; plantas medicinais.

INTRODUÇÃO: Acacia farnesiana (L.) Willd pertence ao gênero Acacia que está incluído na família Leguminosae, subfamília Mimosoideae. A família Leguminosae é uma das maiores dentre as dicotiledôneas, compreendendo mais de 13.000 espécies reunidas em mais de 600 gêneros distribuídos mundialmente, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais (JOLY, 1998). Acacia farnesiana (L.) Willd é um arbusto de tamanho médio com muitos galhos e ramos, atingindo uma altura de 2-4 metros com ramos em ziguezague e com espinhos afiados eponteagudos medindo cerca de 1-4 cm de comprimento. É conhecida pelo nome popuar de mimosa farnesiana ou acácia cavenia. Suas folhas são alternas bipinadas com 3 a 5 mm de comprimento. As flores são abundantes e de coloração amarelo-brilhante, são pequenas com até 5 mm de comprimento. Os frutos são vagens pretas ou castanho-escuras com 4-8 cm de comprimento. O Extrato etanólico da Cassia farnesiana (L.) Willd, já demonstraram uma intensa atividade hipoglicêmica (WASSEL et al., 1992). Essa espécie é útil para o reflorestamento de terra seca; também é usada em indústrias de perfumes; tem utilidade madeireira; possui capacidade de colonizar pastagem e outros habitats perturbados; em regiões do México. Suas flores têm muitos usos na medicina tradicional para o tratamento de indigestão; o fruto é utilizado para tratar disenterias e inflamações de pele; as raízes são usadas como remédio para o tratamento da tuberculose; as folhas são aplicadas nos ferimentos, bem como podem ser usadas como forragens para o gado (PARROTA (1992). Portanto, em virtude do amplo potencial de uso dessa espécie, surgiu o interesse em analizar extratos de cascas do caule de Acacia farnesiana (L.) Willd, com o intuito de verificar possíveis potenciais de atividades antimicrobianas da espécie.

MATERIAL E MÉTODOS: O material analisado foi o extrato etanólico obtido das cascas do caule da Acacia farnesiana (L.) Willd. As cascas foram coletadas em Terra Nova-Pe, secas à temperatura ambiente protegidas de sol, chuva e predadores, em seguida pesadas e extraídas com etanol três vezes consecutivas. O solvente foi evaporado e o extrato foi seco e pesado para ser submetido aos testes para a verificações de atividade antimicrobiana. Para este teste foram utilizadas bactérias Gram-positivas: Staphylococcus aureus (UFPEDA 01), Micrococcus luteus (UFPEDA 06), Bacillus subtilis (UFPEDA 16) e Enterococcus faecalis (UFPEDA 138); Gram-negativas: Escherichia coli (UFPEDA 224), Serratia marcescens (UFPEDA 398) e Pseudomonas aeruginosa (UFPEDA 39); álcool-ácido-resistente: Mycobacterium smegmatis (UFPEDA 71) e a levedura Candida albicans (UFPEDA 1007), obtidas da Coleção de Microrganismos do Departamento de Antibióticos da UFPE. A metodologia utilizada foi o teste qualitativo de difusão em discos de papel. A atividade antimicrobiana do extrato das cascas do caule de Acacia farnesiana (L.) Willd foi avaliada pelo método de difusão em disco de papel (BAUER et al, 1966). Discos de 6 mm de diâmetro foram impregnados com 10 µL do extrato de modo que cada disco ficou na concentração de 2000µg. Os discos foram colocados sobre a superfície do meio semeado com as suspensões microbianas padronizadas de acordo com a turvação equivalente ao tubo 0,5 da escala de McFarland em placas de Petri. As placas foram incubadas a 35˚ C, após este período foi realizada a leitura dos resultados, pela medição do diâmetro do halo de inibição formado em volta do disco. Os testes foram realizados em triplicata e os resultados expressos pela média aritmética dos diâmetros dos halos de inibição em mm e calculado o desvio padrão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O extrato etanólico das cascas do caule de Acacia farnesiana (L.) Willd, foi totalmente evaporado de forma a eliminar toda água. A quantidade de material retirado para submeter aos testes antimicrobianos qualitativos em discos foi 0,0010g. O extrato etanólico apresentou resultados dentro de 24 h para os seguintes microrganismos: Micrococcus luteus, Bacillus subtilis e Enterococcus faecalis todos Gram-positivos. Os microrganismos álcool ácido resistentes apresentou resultado para: Mycobacterium smegmatis. O extrato também apresentou resultados para a levedura Candida albicans. Já em relação aos Gram-negativos não foram inibidos pelo respectivo extrato. Os halos apresentados para os representantes do grupo Gram-positivo: para Micrococcus luteus (14 mm), Bacillus subtilis (12 mm) e Enterococcus faecalis (11 mm); para os microrganismos álcool ácido resistente: Mycobacterium smegmatis (15 mm). Este resultado é considerado moderado. Pois, dentre os nove microrganismos testados, o extrato etanólico inibiu o crescimento de quatro microrganismos com halos considerados médios, mostrando que o extrato foi considerado numa faixa mediana de atividade para os microrganismos Gram-positivos. Para o representante do grupo ácido álcool resistentes Mycobacterium smegmatis, não apresentou atividade antimicrobiana para este microrganismo. O resultado deste teste para os microrganismos Gram-negativos e para a levedura também não foram satisfatórios uma vez que, o extrato etanólico das cascas do caule de Acacia farnesiana (L.) Willd, não conseguiu inibir o crescimeto de nemhum dests. De acordo com Awadh at al (2001) são considerados satisfatórios halos maiores ou iguais a 10 mm de diâmetro. Deste modo os resultados foram considerados moderados, pois os halos variaram de 11 a 15mm de diâmetro.

CONCLUSÕES: O extrato etanólico das cascas do caule de Acacia farnesiana (L.) Willd, apresentou como resultados moderada atividade para alguns germes a saber: Micrococcus luteus, Bacillus subtilis e Enterococcus faecalis todos Gram-positivos. Para o representante do grupo álcool ácido resistente, o Mycobacterium smegmatis também apresentou resultado satisfatório. Em relação aos microrganismos Gram-negativos e a levedura Candida albicans não foram inibidos pelo extrato alcoólico dessa planta. A Acassia farnesiana apresentou resultados considerados moderados, pois os halos variaram de 11 a 15mm de diâmetro.

AGRADECIMENTOS: Aos laboratórios de Microbiologia e de Produtos Naturais e Sintéticos do Departamento de Antibióticos da UFPE pela oportunidade em realizar este trabalho

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AWADH ALI, N. A;. JULICH, W.D., KUSNISCK, C., LINDEQUIST, U. 2001. Journal of ethnophamacology 74 -173.

BAUER, A. W.; KIRBY, W. M. M.; SHEVIS, J. C. & TURCK, M. 1966. Antibiotic susceptibily testing by a standardized single disc method. Amer. J. Clin. Pathol., 45 : 493-496.
JOLY, A. B. Botânica: Introdução à Taxonomia Vegetal. 12ª ed. São Paulo: Nacional, 1998.

PARROTTA, J. A. 1992. Acacia farnesiana (L.) Willd.–Aroma, huisache. Research Note SO-ITF-SM-49.U.S. Department of Agriculture, Forest Service,.Southern Forest Experiment Station, New Orleans. 6.

WASSEL, G. M. et al. 1992. Phytochemical examination and biologicaal studies of Acacia nilotica L. Willd and Acacia farnesiana L. Willd Growing in Egypt. In: Egyptian Journal of Pharmaceutica Sciences, 33, 1-2, 327-340.