ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DA CASCA Piptadenia stipulacea (FABACEAE)

AUTORES: SANTOS, S. M. (UFPE) ; SIQUEIRA, S. L. (UFPE) ; AQUINO, V. C. L. (UFPE) ; OLIVEIRA, R. O. (UFPE) ; SENA, K. X. F. R. (UFPE) ; ALBUQUERQUE, J. F. C. (UFPE)

RESUMO: A Piptadenia stipulacea é uma arbusto que possui flor branca e as sementes com pequenos
espinhos é conhecida popularmente como jurema preta, carcará sendo utilizada na
medicina tradicional em tratamentos de doenças, no combate a hemorragia e dores. Esta
espécie foi coletada no distrito de guarani da cidade de Terra Nova-Pernambuco, com a
finalidade de estudar a atividade antimicrobiana das cascas. A avaliação
antibacterianas e antifúngicas foram realizadas utilizando-se o extrato das cascas e o
método de difusão em disco de papel de 6mm frente às bactérias Gram-positivas: S.
aureus, M. luteus, B. subtilis, e E. faecalis; Gram-negativas: E. coli, S. marcescens e
P. aeruginosa; álcool-ácido-resistente: M. smegmatis e a levedura C. albicans. A planta
investigada apresentou atividade positiva.

PALAVRAS CHAVES: piptadenia stipulacea; atividade antimicrobiana; jurema preta

INTRODUÇÃO: A utilização de plantas medicinais com fins terapêuticos no combate de muitas doenças vem desde o inicio das civilizações mais antigas na qual se mantendo os usos até os tempos atuais, isso passou a existir desde que o homem despertou para as suas necessidades, e ao longo dessa trajetória (NOVAIS et al., 2003). Nas analises feitas com produto naturais é perceptível a diversidade molecular existente sendo muito mais superior àquela derivada dos processos de síntese química. Tais conclusões nos garantem que os vegetais são tidos como excelentes fontes de busca de novas drogas antimicrobianas com base nessa diversidade molecular (NOVAIS et al., 2003). Em virtude disso houve grandes avanços na área científica, na qual implicou no desenvolvimento de fitoterápicos mais seguros e eficazes no combate de muitas doenças (YUNES; PEDROSA; CECHINELI FILHO, 2001). A Piptadenia stipulacea pertencente a família Leguminosae é conhecida popularmente no nordeste como jurema branca, rasga beiço ou carcará. Trata se uma árvore pequena porte, a casca apresenta com uma coloração castanho-claro, com acúleos vigoroso em todas as partes da planta, tem capacidade de fixar nitrogênio no solo através do processo de simbiose com bactérias presentes em sua raiz (BEZERRA, 2008).Trata se de uma planta caducifólia, na qual contém cerca de 2-12 sementes pequenas, As vagens apresentam uma coloração marrom. A floração ocorre em estação chuvosa, mas eventualmente pode também ser encontrada na estação seca seguida pela frutificação (MAIA, 2004). Usada popularmente no combate a hemorragia e dores, além disso, é utilizada como antiinflamatório através do chá da casca (ALBURQUERQUE ANDRADE,2002). Em face dessas propriedades medicinais foi objetivado o estudo da atividade microbiológica da Piptadenia stipulacea.

MATERIAL E MÉTODOS: O material botânico proveniente da Piptadenia stipulacea foi coletada no distrito de
Guarani na cidade de Terra Nova próximo a BR 232, no Estado de Pernambuco, com o
propósito de estudar a atividade antimicrobiana das diversas partes citadas. As
cascas foram secas em lugar arejado, na sombra, ao abrigo de vento, chuvas e animais.
Esse material foi triturado em moinho elétrico, pesado e extraído com etanol três
vezes consecutivas até esgotamento dos seus componentes químico. O solvente foi
evaporado em evaporador rotatório sob pressão reduzida, seco, pesado e submetido aos
testes para determinar a atividade antimicrobiana com diferentes microrganismos da
coleção de culturas da UFPE. Foram testados nove microrganismos de diferentes
classes: Gram-positivos S. aureus, M. luteus, B.subtilis, e E. faecalis; Gram-
negativos P. aeruginosa, E. coli, e S. marcescens; microrganismo álcool ácido
resistente M. smegmatis, e a levedura C. albicans. A atividade antimicrobiana foi
avaliada qualitativamente pelo método convencional de difusão em disco de papel com 6
mm de diâmetros foram impregnados com 10 µL/mL de soluções dos produtos à
concentração de 2000 µg/mL. Os discos foram colocados em placas de Petri, colocados
sobre a superfície do meio Müeller-Hinton, semeados com os microrganismos-teste e
suspensos previamente em soro fisiológico até turbidez de 0,5 da escala McFarland.
DMSO foi o controle e ciprofloxacina e cetoconazol a droga padrão. As placas foram
incubadas a 37°C durante 24 horas (bactérias) e 30°C durante 24-48 horas (para
leveduras e fungos filamentosos). Os testes foram realizados em triplicatas e os
resultados, expressos em mm foram calculados pela média aritmética do diâmetro dos
halos de inibição formado ao redor dos discos nas três repetições (BAUER et al,
1966).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A casca da planta Piptadenia stipulacea foi seca em rota-evaporador, e dissecador
para obtenção de um material extremamente seco isento de qualquer vestígio de
solvente ou de água. A quantidade de material retirado para submeter aos testes
antimicrobianos qualitativos em discos foi 50 miligramas. O extrato etanólico das
cascas da Piptadenia stipulacea apresentou resulta para os seguintes microrganismos:
St. aureus (13mm), M. luteus (19mm) e B. subtilis (13mm), M. smegmetis (20mm), E.
fecales (11mm), E.coli (10mm). O microorganismo candida albicans não apresentou
nenhuma atividade. Dos quatro microrganismos Gram-positivos testados todos foram
inibidos pelo extrato etanólico. Para o grupo dos microrganismos Gram-negativos
representados por Pseudomonas aeruginosa, Esherichia coli, e Serratia marcescens,
apenas a Esherichia coli foi inibida pelo extrato testado, sendo o maior número de
inibições para os germes Gram-positivos M. smegmetis (20mm). O representante do grupo
álcool ácido resistentes também não foi inibido pelo extrato em ação testado. A
Candida albicans que é uma levedura teve baixa ação antimicrobiana. Dos dez
microrganismos testados três deles Mycobacterium smegmatis, Escherichia coli e
Monilia sitophila apresentaram sensibilidade ao extrato avaliado. Esses
microrganismos são representantes dos grupos Gram-positivos e Gram-negativos.
Considerando o extrato etanólico testado foi possível verificar os resultados da
extração com o solvente polar. Foi observado que inibiu o crescimento de seis
microrganismos, dentro das classes de microrganismos usados com considerável índice
de inibição para quatro microrganismos, Foram considerados satisfatórios halos
maiores ou iguais a 10 mm de diâmetro, segundo (AWADH at al, 2001). Os resultados
foram considerados muito bons.

CONCLUSÕES: O extrato etanólico das cascas da Piptadenia stipulacea possui substâncias ativas principalmente para as bactérias Gram-positivas, e Gram-negativas, uma vez que, inibiu a maioria dos microrganismos testados para essas classes de representantes, sendo inativo para a Serratia marcescens. O extrato etanólico apresenta baixa atividade para Candida albicans que é a representante das leveduras e não foi ativo para microrganismo álcool ácido existentes. Portanto as cascas da Piptadenia stipulacea apresentam atividades moderada para microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos e baixa para levedura.

AGRADECIMENTOS: Ao CNPq pelo financiamento. Ao Departamento de Antibióticos pelo estágio concedido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALBUQUERQUE, U. P.; ANDRADE, L. C. H. 2002. Usos e recursos vegetais da caatinga: o caso do agreste do estado de Pernambuco (Nordeste do Brasil). Intercência, 27, 336-346.
BAUER, A. W., KIRBY, W. M. M., SHEVIS, J. C., & TURCK, M. 1966. Antibiotic susceptibily testing by a standardized single disc method. Amer. J. Clin. Pathol., 45, 493-496.
BEZERRA, D. A. C. 2008. Estudo Fitoquímico, Bromatológico e Microbiológico de Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret e Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke. 63f. (Dissertação - Mestrado em Sistemas Agrosilvopastoris no Semi-Arido) Universidade Federal de Campina Grande -UFCG, Patos.
MAIA, G. N. 2004. Caatinga - árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo D&Z Computação Gráfica e Editora. 237-246.
NOVAIS, T. S.; COSTA, J. F. O.; DAVID, J. L. P.; DAVID, J. M.; QUEIROZ, L. P.; FRANÇA, F.; GIULIETTI, A. M.; SOARES, M. B. P.; SANTOS, R. R. 2003. Atividade antibacteriana em alguns extratos de vegetais do semi-árido brasileiro. Revista Brasileira de Farmacognosia, 14, 05-08.
YUNES R. A.; PEDROSA R. C.; CECHINEL FILHO V. 2001. Fármacos e fitoterápicos: a necessidade do desenvolvimento da indústria de fitoterápicos e fitofármacos no Brasil. Química Nova, 24, 147-152.