ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: Atividade antimicrobiana da madeira e casca da Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud.
AUTORES: CHANG, R. (UFU)  ; MORAIS, S. A. L. DE  (UFU)  ; AQUINO, F. J. DE A. (UFU)  ; CUNHA, L. C. S. (UFU)  ; LAMOUNIER, K. C. (UFU)
RESUMO: In this study, the antimicrobi-al activities of wood and bark of Maclura tinctoria (L.) 
D. Don Ex Steud. were evaluated. Wood and bark extracts revealed a high potential for 
inhibition of aerobic and anaerobic bacteria. The barks extracts were the most actives 
(MIC from 20 to 60 µg mL-1).
PALAVRAS CHAVES: maclura tinctoria, atividade antimicrobiana, casca
INTRODUÇÃO: Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud. é uma espécie arbórea, dioica, espinhenta, 
lactescente, semicaducifólia, com 10 a 20 m de altura e 40 a 60 cm de diâmetro 
(CARVALHO, 2003). Mais conhecida como amoreira, amarelinho ou taiúva, esta espécie 
apresenta madeira moderadamente pesada, dura, flexível, largamente durável mesmo em 
condições adversas e altamente resistentes ao ataque de organismos xilófagos até em 
condições favoráveis ao apodrecimento. Na medicina popular o exsudado do caule e o 
chá da casca desta espécie são bastante utilizados pela população nativa por 
apresentar propriedades medicinais como cicatrizante e anti-inflamatório. Sua resina 
é utilizada contra dor de dente e também como corante, seus frutos são comestíveis e 
muito doces com sabor forte e agradável podendo ser consumidos in natura e na forma 
de sucos e doces (ATTILANI et al., 2006; CIOFFI et al., 2003). O presente trabalho 
tem como objetivo complementar estudos anteriores, determinando através do método da 
microdiluição em caldo, a atividade antioxidante da madeira e casca de Maclura 
tinctoria, do município de Perdões, MG.
MATERIAL E MÉTODOS: A concentração inibitória mínima (CIM; menor concentração dos extratos capaz de inibir 
o crescimento micro-biano), foi determinada utilizando o método da microdiluição em 
caldo de acordo com o CLSI standard method M7-A7 (2006) para os microrganismos aeróbios 
e CLSI standard method M11-A7 (2007) para os microrganismos anaeróbios.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os extratos da madeira e casca de Maclura tinctoria evidenciaram atividade 
antimicrobiana pelo método da microdiluição em caldo, sendo ativos contra S. 
sanguinis, S. mitis e S. mutans com concentrações entre 80 e 400 µg mL-1. O extrato 
metanol:água da casca apresentou CIM em relação a S. mutans, principal agente 
etiológico da cárie dental de 80 µg mL-1 (RATES, 2001). Vários autores relatam que 
extratos brutos de produtos naturais que exibem valores de CIM abaixo de 1000 µg mL-
1, podem ser considerados relevantes e abaixo de 100 µg mL-1 muito promissores como 
potenciais agentes antimicrobianos (GIBBONS, 2004; RÍOS and RECIO, 2005; VAN VUUREN, 
2008). O extrato cicloexano:etanol da casca inibiu o crescimento de todos os 
microrganismos anaeróbios e apresentou as mais altas atividades antibacteriana com 
CIM de 20 µg mL-1 para P. nigrescens e 60 µg mL-1 para A. naeslundii e P. gingivalis. 
Desta forma os extratos são potenciais agentes antiplaca prevenindo a cárie dental, 
bem como lesões mais complexas como as periodontites (perda de fibras e osso que 
envolve o dente) e infecções endodônticas (infecção do canal do dente). Esta 
atividade pode estar relacionada com compostos polifenólicos presentes nos extratos 
(GROWEISS et al., 2000).
CONCLUSÕES: Os extratos brutos da madeira e casca exibiram efeito antibacteriano frente a bactérias 
Gram-positivas e Gram-negativas e com maior atividade frente às bactérias anaeróbias, 
com ênfase para o extrato bruto cicloexano:etanol e os resultados apontaram que tanto a 
casca como a madeira apresenta potencial antibacteriano muito promissor para uso na 
prevenção da cárie dentária.
AGRADECIMENTOS: Á FAPEMIG, ao Instituto de Química e o Programa de Pós-Graduação em Química da UFU e 
ao 
núcleo de pesquisas em Ciências Exatas e Tecnológicas da
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