ÁREA: Alimentos

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA SÍNTESE DE CAROTENÓIDES EM MAMÃO (Carica papaya L.) DURANTE ARMAZENAGEM REFRIGERADA

AUTORES: Rebouças, J.L. (UFC) ; Machado, F.L.C. (UFC) ; Afonso, M.R.A. (UFC) ; Silva, W.B. (UECE) ; Costa, J.M.C. (UFC)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo avaliar a síntese de carotenóides na polpa de mamão Formosa ‘Tainung 01’ colhido em estádio 2 de maturação durante 20 dias de armazenagem. Os frutos foram armazenados à temperatura ambiente (24 ºC ± 2 e 48% ± 5 UR) e sob refrigeração (10 ºC ± 1º C e 90 ± 5% UR). Observou-se que a refrigeração é um método eficiente em reduzir as transformações metabólicas que dão origem aos carotenóides.

PALAVRAS CHAVES: carotenóides; mamão; refrigeração

INTRODUÇÃO: O mamão é um fruto muito consumido no Brasil e em outros países. Sua aceitação tão generalizada deve-se ao seu sabor doce, aroma, consistência suave e cor atrativa da polpa, facilmente separável da casca e das sementes (ROFOLFO JÚNIOR et al., 2007). A polpa do mamão é fonte de vitaminas C e do Complexo B, além de sais minerais (Cálcio, Ferro e Fósforo), sendo o mamão ‘Formosa’, rico também em betacaroteno, responsável pela formação da vitamina A no organismo humano (AGRIANUAL, 2008). Sua composição pode variar em função dos teores de nutrientes do solo, época do ano, do cultivar e do grau de maturação do fruto. Estudos comprovam a presença de carotenóides em quantidades significativas no mamão, superando os valores encontrados em algumas variedades frutíferas como goiaba, tangerina e abacaxi (PEREIRA, 2009). Os carotenóides além de serem corantes naturais dos alimentos, possuem também atividades biológicas. Alguns carotenóides têm efeitos benéficos à saúde humana. A proteção de doenças, oferecida pelos carotenóides, é associada especialmente à sua ação antioxidante, pela capacidade de seqüestrar o oxigênio e reagir com radicais livres (AMAYA & SENTANIN, 2007). Este trabalho teve como objetivo avaliar a síntese de carotenóides na polpa do mamão Formosa ‘Tainung 01’, colhido em estádio 2 de maturação, por 20 dias sob refrigeração (10 ºC ± 1º C e 90 ± 5% UR) ou temperatura ambiente (24 ºC ± 2 e 48% ± 5 UR).

MATERIAL E MÉTODOS: Os frutos do mamoeiro ‘Formosa’ (Tainung 01) foram obtidos em pomar comercial, localizado no município de Limoeiro do Norte – CE. Os frutos foram colhidos em estádio 2 de maturação que correspondente até 25% da casca amarela. Após a colheita, os frutos foram lavados, mergulhados em fungicida, revestidos com cera de carnaúba, secos em esteira sob jato de ar, envolvidos em rede de polietileno e acondicionados em caixas de papelão. Os mesmos foram transportados à temperatura ambiente (24ºC), para o Laboratório de Controle de Qualidade e Secagem da Universidade Federal do Ceará. Os frutos foram armazenados à temperatura ambiente (24 ºC ± 2 e 48% ± 5 UR) ou sob refrigeração (10 ºC ± 1º C e 90 ± 5% UR). Os mamões foram analisados quanto ao teor de carotenóides 24 horas (tempo zero) após a colheita e a cada cinco dias, durante o período de 20 dias. A metodologia utilizada foi adaptada de Nagata & Yamashita (1992). Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com três repetições, em esquema de parcelas sub-divididas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O teor de carotenóides obtido 24 horas após a colheita foi de 0,74 mg/100g de polpa, enquanto que ao fim de 20 dias de armazenamento foram 1,88 mg/100g da polpa para os frutos submetidos a temperatura ambiente (24 ± 2ºC e 48 ± 5% UR) e 1,24 mg/100g de polpa para os mamões submetidos a refrigeração (Figura 1). Houve interação significativa (p<0,05) entre os tratamentos durante o tempo de armazenamento, visto que os teores de carotenóides cresceram à medida que aumentou o tempo de armazenamento. No entanto, este acréscimo foi superior nos frutos armazenados sob temperatura ambiente (24 ± 2ºC e 48 ± 5% UR), com variação de 1,44%, enquanto os frutos sob armazenamento refrigerado (10 ºC ± 1º C e 90 ± 5% UR) obtiveram acréscimo de 0,5% no teor de carotenóides. Os frutos apresentaram ao final da armazenagem diferenças significativas ao nível de 5%, pelo teste de Tukey.

CONCLUSÕES: Todos os tratamentos promoveram acréscimos nos teores de carotenóides na polpa dos mamões. Porém, no armazenamento refrigerado foi observado redução na velocidade das transformações metabólicas que dão origem a síntese de carotenóides.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AGRIANUAL 2008. Anuário da Agricultura Brasileira. Sílvio Corrêa...[et al.]. Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta, Santa Cruz, 2008. 136 p.:il. ISSN 1808-4931.
AMAYA, D. B. R.; SENTANIN, M. A. Teores de Carotenóides em Mamão e Pêssego Determinados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. Campinas, SP. Revista Ciências e Tecnologia dos Alimentos, 2007, 27(1): 13-19.
NAGATA, M.; YAMASHITA, I. Simple method for simultaneous determination of chlorophyll and carotenoids in tomato fruit. Nippon Shokuhin Kogyo Gakkaish, 39(10):925-928, 1992.
PEREIRA, A. C. da. S. Qualidade e atividade antioxidante total de frutas tropicais oriundas de variedades comerciais produzidas no Ceará. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal do Ceará, 91p. 2009.
RODOLFO JÚNIOR, F.; TORRES, L. B. V.; CAMPOS, V. B.; LIMA, A. R.; OLIVEIRA, A.D.; MOTA, J. K. M. Caracterização físico-química de frutos de mamoeiro comercializados na EMPASA de Campina Grande-PB. Rev. Bras. Prod. Agr., Campina Grande, v.9, n.1, p. 53-58, 2007.