ÁREA: Alimentos

TÍTULO: DESIDRATAÇÃO ÓSMOTICA COM PRÉ TRATAMENTO SOLAR DE FRUTOS REGIONAIS DO ARAGUAIA

AUTORES: Soares, S.M. (IFMT) ; Christichini, J.P.L. (IFMT) ; Silva, M.A. (IFMT) ; de Lima, M.N. (IFMT) ; Lira, R.A. (IFMT)

RESUMO: A agricultura familiar é a modalidade predominante na Região de Confresa –MT, caracteriza-se pela ocupação e exploração dos meios de produção do trabalho não assalariado, baixo índice tecnológico e descapitalização. Este trabalho teve por objetivo avaliar a perca de umidade em base seca dos frutos de murici, em diferentes concentrações osmóticas. Sendo as concentrações (15 g L-1, 30 g L-1, 45 g L-1, 60 g L-1), utilizando-se a desidratação osmótica seguida de secagem em um secador solar piloto. Sendo realizada esta secagem na temperatura ambiente ± 35°C, (INMET et al. 2011).

PALAVRAS CHAVES: baixo custo; desidratação osmótica; secagem solar

INTRODUÇÃO: A tendência de consumo de produtos naturais, em busca de uma melhor qualidade de vida, tem levado a uma crescente utilização de frutos tropicais por consumidores em todo o mundo devido ao valor nutricional dos mesmos como fontes de pro- vitamina A, vitamina C, minerais e carboidratos, alem de apresentarem cor e sabor agradáveis. Na busca por métodos que conservem, com baixo custo, as características organolépticas e nutritivas dos frutos, a desidratação osmótica/solar vem ganhando interesse, especialmente em países onde existem grandes variedades de frutas e incidência de raios solares durante todo o ano. De acordo com Falcone e Suazo (1988), em países como o Brasil onde, alem da grande variedade de frutas, existe ampla disponibilidade de açúcar de cana e raios solares durante todo o ano, o processo osmótico pode tornar-se uma alternativa promissora. Os assentamentos rurais e os pequenos produtores rurais apresentam limitações em relação ao acesso a tecnologia de conservação e processamento de alimentos e total ausência de informações e apoio institucional para comercialização e agregação de valor as matérias primas produzidas. No Brasil, de acordo com LOURENZANI et al. (2004): [...] a agricultura familiar apresenta grande importância social e econômica, assim como fragilidades e potencialidades. Com a inserção da tecnologia de conservação da desidratação osmótica solar espera-se a capacitação de geração de renda e emprego, alem da importante contribuição da agricultura familiar para a produção agropecuária regional(LOURENZANI et al. 2004).

MATERIAL E MÉTODOS: Os experimentos foram realizados no município de Confresa, que apresenta uma temperatura anual média de 35 ºC, (INMET et al. 2011) localizado no Estado de Mato Grosso, num período de, ± 5 horas por dia nos meses de junho e julho. Os frutos de murici foram colhidos nos meses de janeiro e fevereiro no ano de 2011 no município de Confresa - MT, armazenados em embalagem de polietileno, resfriados a temperatura de-16 °C até o momento do processamento. Os frutos foram selecionados, lavados em água corrente para a eliminação de sujidades e desinfetados em solução de hipoclorito de sódio a 50 ppm (Anhembi) durante 15 minutos com posterior enxágüe. Os frutos maduros, de coloração amarelada e tamanho uniforme, foram processados para a elaboração do produto final. Após a higienização, os frutos foram cortados manualmente, utilizando-se faca com lâmina de inox, e branqueados em vapor livre (100°C/2 min.) para prevenir reação enzimática de escurecimento. Posteriormente, foram colocados em solução osmótica de sacarose (Pérola) em diferentes con¬centrações de açúcar (15 g L-1, 30 g L-1, 45 g L-1, e 60 g L-1) na proporção de 1:2 (fruto: solução) e mantidos sob osmose em temperatura ambiente de ± 35 ºC, (INMET et al. 2011).. Foram selecionadas quatro amostras de murici um peso relativo a 5 g, e colocados no secador piloto, e com o aumento da temperatura a secagem acelera o processo, fazendo com que a amostra sofra redução de umidade mais rapidamente no início da secagem e consequentemente menor tempo de secagem é requerido.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na Curva de secagem de imerção de 15 minutos, na concentração de 30 g L-1,teve uma menor perda de massa inicial, demorando mais para atingir um ponto de equilíbrio. Já as concentrações de 15 g L-1, e de 45 g L-1, não houve diferença na taxa de secagem, ficando desta forma com uma umidade intermediaria. A Concentração de 60 g L-1, por ser mais concentrada teve uma perda de umidade superior, comparada as outras amostras, atingindo desta forma um ponto de equilíbrio mais rápido do que as demais amostras como pode ser vista na figura 1. Na figura 2 podemos observar que começa um processo de osmose, pois as concentrações estão com maior quantidade de sacarose, e com isso há uma perda maior de umidade, na concentração de 15 g L-1, a perda de umidade foi menor que todas as demeis amostras. Na concentração de 30 g L-1, houve uma perda de umidade quase equilibrada e demorando um pouco menos de tempo para atingir o ponto de equilíbrio sendo assim comparada com a concentração de 15 g L-1. Nas concentrações de 45 g L-1, e 60 g L-1, não tem uma diferença significativa entre as duas, portanto atingiram um ponto de equilíbrio mais rápido que as demais amostras, em um mesmo tempo chegando à constante de peso final. De acordo com os dados da Figura 3 podemos perceber que a concentração de 15 g L-1, continua com uma alta umidade chegando há um ponto de equilíbrio com um tempo superior em relação as demais amostras. A concentração de 30 g L-1, ainda continua intermediaria comparando com o gráfico da figura 2, demorando assim mais tempo do que as concentrações de 45 g L-1, e 60 g L-1, perdendo umidade mais rápido do que a concentração de 15 g. Nas concentrações de 45 g L-1, e de 60 g L-1, não houve um diferença significativa entre si demostrando o processo de osmose.

Figuras 1,2



Figuras 3,4



CONCLUSÕES: Pelos dados obtidos e pelas avaliações feitas no experimento ficou claro que a secagem solar é um meio alternativo para associação a outros métodos de secagem, sendo um meio de energia sustentável. No entanto através dos gráficos apresentados podemos concluir que as amostras de 45 g L-1 e 60 g L-1, atingiu uma perca de umidade superior que as demais amostras, chegando a um ponto de equilíbrio mais rápido, isso se deve pelo processo de osmose porque quanto mais concentrada a solução de sacarose que a fruta tiver, mais rápido será a perca de umidade.

AGRADECIMENTOS: Somos gratos, igualmente, a todos o colaboradores e patrocinadores desse projeto como nosso orientador,PROIC(Programa de Iniciação Cientifica), e o CNPq.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FEIDEN, Adriana, Relatório de estágio na área de Tecnologia de Alimentos, Corumbá,Embrapa Pantanal, 2008, 34 p, mimeo.

INMET. Instituto Nacional de Metereologia:
www.inmet.gov.br/.../clima.php

LOURENZANI, A.E.B.S; LOURENZANI, W.L; BATALHA, M.O. Barreiras e Oportunidades na Comercialização de Plantas Medicinais provenientes da Agricultura Familiar. Informações Econômicas, São Paulo, v.34, n.3, 2004.

QUEIROZ, M. R., Estudo teórico da cinética de secagem de bananas. Tese (Doutorado em térmica e fluida) – Faculdade de Engenharia Mecânica, Campinas, 1994.