ÁREA: Alimentos

TÍTULO: Estudo Fitoquímico e das Atividades Antioxidantes dos méis da abelha Apis mellifera oriundos das cidades de Lavras da Mangabeira e Morada Nova no Ceará.

AUTORES: Silva, L.C. (UECE) ; Liberato, M.C.T.C. (UECE) ; Araújo Neto, J.A.M. (UECE)

RESUMO: O Ceará é um dos maiores produtores e exportadores de mel de Apis mellifera no Brasil, porém há pouca informação sobre as propriedades fitoquímica se atividades antioxidantes dos produtos aqui produzidos. O objetivo geral deste trabalho é o estudo fitoquímico e da atividade antioxidante de amostras de méis de localidades diferentes do Ceará, produzidos por Apis mellifera L. O mel é uma substancia natural, doce, elaborada a partir do néctar das flores ou de exsudações sacarínicas de outras partes vivas nas plantas, ou presente nelas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com compostos específicos e acumulam em favos. O teor de fenóis totais foi determinado pelo método Folin-Ciocalteau, o de flavonóides pelo método do AlCl3 e atividade antioxidante pelo método do DPPH.

PALAVRAS CHAVES: Apis mellifera; Atividade Antioxidante; Estudo fitoquímico

INTRODUÇÃO: O mel é uma solução aquosa concentrada de açúcares, geralmente com predominância de frutose e glucose, e de pequenas quantidades de dextrinas, enzimas, ceras, óleos voláteis, ácidos orgânicos, éteres, substâncias gomosas, albuminoides e minerais.Segundo Campos (1987), a composição média do mel, em termos esquemáticos, pode ser resumida em três componentes principais: açúcares, água e diversos. Por detrás dessa aparente simplicidade, esconde-se um dos produtos biológicos mais complexos. A composição e a capacidade antioxidante variam com a fonte floral usada para a coleta de néctar e com fatores externos como clima, ambiente e processamento pelo qual tenha passado (BALTRUŠAITYTĖ et al., 2007). Além dos açúcares e água o mel contém muitas outras substâncias presentes em pequenas concentrações. Entre elas encontram-se compostos fenólicos, flavonóides, carotenóides, proteínas e muitas outras. Segundo Bogdanov (2011), a capacidade antioxidante do mel é devida principalmente aos compostos fenólicos e flavonóides que ele contém e ao alto grau de correlação entre essas substâncias e a capacidade antioxidante.Essas substâncias são consideradas as responsáveis pelas propriedades biológicas que os méis apresentam como, por exemplo, a atividade antioxidante. O objetivo desse trabalho foi realizar um estudo comparativo entre méis de duas diferentes localidades do Ceará.

MATERIAL E MÉTODOS: Obtenção das amostras: Méis de Apis mellifera, foram obtidos nas cidades de Lavras de mangabeira – CE (florada: silvestre) e Serra do Pereiro (Morada Nova – CE) (florada: nativa). Determinação de Fenóis Totais: Foi usado o método Folin-Ciocalteau (SINGLETON; 1999). 5g de mel foram diluídos em 50mL de água destilada. 0,5mL dessa solução foi misturada com 2,5mL do reagente por 5min, e 2mL de carbonato de sódio (75g/L). Após 2 h, a absorbância foi medida a 760 nm contra um branco. O ácido gálico foi usado como padrão. O Teor de fenóis foi expresso em mg (EAG)/100g de mel. Determinação de Flavonóides:5 mL de cloreto de alumínio (2%), em metanol, foi adicionada ao mesmo volume de uma solução de mel (0,02 mg/mL). A absorbância foi lida em 415 nm, após 10min contra um branco. A curva da quercetina foi usada como padrão. O conteúdo de flavonóides foi expresso em mg (QE)/100g de mel. Avaliação da Atividade Antioxidante: foi usado o método do DPPH (BRAND WILLIAMS 1995). 1,25mL de uma solução de mel foram misturados com 1,5mL de uma solução de DPPH em metanol (90mg/L). Após 15min a absorbância foi lida a 517 nm contra um branco de metanol.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As análises foram realizadas em triplicatas. A amostra de mel da Serra do Pereiro apresentou um Teor de Fenóis Totaisigual a 79,75± 0,029mg EAG/100g de mel, enquanto o Lavras da Mangabeira mostrou um valor de 82,063± 0,031mg EAG/100g de mel. O teor de Flavonóides foi igual a 2, 877± 0,714mg EQ/100g para o mel da Serra do Pereiro enquanto para o mel de Lavras de Mangabeira apresentou o valor de 2,882± 0,366mg EQ/100g. A sua Atividade Antioxidanteatravés do método do radical livre DPPH obtendo-se o valor de 40,71 ± 0,99mg/mLpara o mel daSerra do Pereiroe 40,71±0,94mg/mLpara o mel de Lavras da Mangabeira. Tabela 1: Teor de Fenóis Totais, Flavonóides e Atividade Anti-radical Livre de méis de Apis mellifera. Local de Coleta Fenóis Totais Flavonóides Atividade (mg/mL) (mg AG/100g) (mg EQ/100g) Anti-radical Livre Serra do Pereiro (Morada Nova-CE) 79,75± 0,029 2,877± 0,714 40,71 ± 0,99 Lavras da Mangabeira-CE 82,063± 0,031 2,882± 0,366 40,71 ± 0,94

CONCLUSÕES: As diferenças observadas nos resultados dos méis analisados se devem a diferentes origens geográficas e às diferentes floradas, já que existe uma relação direta entre o solo e o clima onde estão expostas as plantasvisitadas pelas abelhas.

AGRADECIMENTOS: UECE

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BOGDANOV, S. (2011) Honey as Nutrient and Functional Food: A Review. The Honey Book, Capítulo 8. 54-85 p.
BALTRUŠAITYTĖ, V., VENSKUTONIS, P. R., ČEKSTERYTĖ, V. (2007).Radical Scavenging Activity of Different Floral Origin Honey and Beebread Phenolic Extracts.Food Chemistry, 101.p.502-514.
SINGLETON, V. L., ORTHOFER, R., LAMUELA-RAVENTOS, R. M. 2002.Analysis of total phenols and other oxidation substrates and antioxidants by means of Folin-Ciocalteu reagent. Methods in Enzymology, 299: 152-178.
BRAND-WILLIAMS, W., CUVELIER, M. E. e BERST, C. 1995.Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity.LebensmittelWissenschaft Und Technologie, 28: 25-30.