ÁREA: Bioquímica e Biotecnologia

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROABIANA DO EXTRATO OBTIDO DE Chlorella vulgaris (UTEX 1803) FRENTE A Staphylococcus spp. ISOLADOS DE MASTITES CAPRINAS NO ESTADO DE PERNAMBUCO – PE

AUTORES: Silva, P.E.C. (UFPE) ; Bezerra, R.P. (UFRPE) ; Marques, D.A.V. (UFRPE) ; Neto, C.R.L.A.L. (UNICAP) ; Neves, A.L.S. (UFRPE) ; Neto, N.S.O. (UFRPE) ; Mota, R.A. (UFRPE) ; Carvalho, J.C.M. (USP) ; Porto, A.L.F. (UFRPE)

RESUMO: O presente trabalho visa avaliar a atividade antimicrobiana do extrato obtido de Chlorella vulgares (UTEX, 1803), frente a Staphylococcus spp. isolados de mastites caprinas do Estado de Pernambuco - PE. Foi realizado três técnicas de atividade antimicrobiana (disco, poço e inóculo pontual), ao qual foi verificado que a técnica de inóculo pontual foi a melhor realizada para os ensaios desenvolvidos, propiciando resultados satisfatórios.

PALAVRAS CHAVES: Chlorella vulgaris; Atividade Antimicrobiana; Mastites Caprinas

INTRODUÇÃO: A mastite é o termo utilizado para a inflamação da glândula mamária, a qual pode ser causada por vários micro-organismos, incluindo bactérias, vírus e fungos, bem como lesões. Sthaphylococcus aureus é um dos principais causadores bacterianos de mastites em Ovinos e Caprinos (MAVROGIANNI et al., 2011). Atualmente, as buscas por compostos bioativos de interesse farmacológicos obtidos por microalgas tem recebido um forte apreço. Sabe-se que estes micro- organismos possuem diversas aplicações, tais como antimicrobianos, anticâncer, imunossupressores, antibiótico, antiflamatório, antiviral, antimicótico (SPOLAORE et al., 2006). Este trabalho tem como objetivo, avaliar a atividade antimicrobiana do extrato obtido da alga unicelular verde Chlorella vulgaris (UTEX 1803) frente a Staphylococcus spp. isolados de mastites caprinas no Estado de Pernambuco – PE, no qual foram utilizadas três técnicas para avaliação da atividade antimicrobiana (disco, poço e inóculo pontual), e foi concluido que o contato direto do extrato com a bactéria por inóculo pontual, é a melhor metodologia a ser aplicada.

MATERIAL E MÉTODOS: A microalga Chlorella vulgaris (UTEX 1803) foi cultivada em erlenmeyers de 1 L com 400 mL de meio líquido Bold’s Basal (BISCHOFF e BOLD, 1963), e numa concentração inicial de 50 mg/L de biomassa algal, sob aeração e iluminação constante (14 µmol fótons m-2 s-1) e temperatura de 25±2 °C, a microalga foi coletada na fase estacionária, centrifugada a 5000 rpm por 10 minutos e coletado o “pellet”. Após estas etapas, o “pellet” foi liofilizado e uma concentração de 50 mg/mL de biomassa algal foi homogeneizada em água destilada, sonicada e novamente subjugada a centrifugação a 5000 rpm por 10 minutos, para a coleta do sobrenadante (extrato bruto algal). Inicialmente, foram escolhidas 5 bactérias do gênero Staphylococcus spp. causadora de mastites caprinas (1, 2, 3, 4, 11D) cedidas gentilmente pelo pelo Prof. Rinaldo Aperecido Mota do Departamento de Bacterioses da UFRPE. As bactérias foram incubadas em meio TSB por 24 h a 37 °C, após esse intervalo as bactérias foram padronizadas (108 UFC/mL) em 15 mL de meio Müller Hinton em placas de petri, e posteriormente submetidas a dois tipos de atividade antimicrobiana, segundo a NCCLS (2003), disco e poço. Porém, uma das cepas foi escolhida aleatoriamente (11D), no qual foi sujeito a uma terceira etapa metodológica modificada, ou seja, um novo ensaio, denominado como inóculo pontual (LEWUS, C. & MONTVILLE, T. J., 1991) (Figura 1).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nas duas técnicas de atividade antimicrobiana (disco e poço), os micro-oganimos teste não foram inibidos pelo extrato bruto algal, obtendo uma resistência, ou seja, uma inibição negativa (Tabela 1), de forma a acreditar que os discos poderiam estar retendo o extrato empedindo a sua difusão, assim como na técnica de poço, que provavelmente o ágar estava agindo também como uma barreira, retendo a disseminação do extrato bruto algal. No entanto, foi realizado mais uma técnica, que visa colocar o extrato bruto algal em contato direto (inóculo pontual) com o micro-organismo teste, fazendo com que desta forma o extrato possa agir com mais intensidade e sem barreiras que o impeçam de se difundur. Após a realização desta terceira metodologia, observou-se que a inibição no crescimento do Staphylococcus spp. Foi visualmente observada, mostrando, esta última, ser uma técnica adequada, e assim, os resultados obtidos foram muito mais satisfatórios.

Inóculo Pontual

Fig. 1 – Etapas da técnica de inóculo pontual. (3) Padronização das bactérias. (4) Inóculo pontual do extrato bruto algal.

Tabela 1. Micro-organismos teste e atividades de disco, poço e inóculo

Micro-organismos e resultados das técnicas de atividade antimicrobiana desenvolvida.

CONCLUSÕES: No entanto, conclui-se que o contato direto do extrato bruto algal com o micro- organismo teste, por inóculo pontual, facilita sua atividade, gerando resultados satisfatórios, diferentes das técnicas de disco e poço, que provavelmente impedem sua difusão por meio da retenção do extrato. Assim, fica claro o uso de mais uma alternativa metodológica para aplicação no controle da atividade antimicrobiana. Por este motivo, serão feitos os próximos ensaios de atividade antimicrobiana com as 4 cepas restantes que não passaram pela terceira etapa metodológica (inóculo pontual).

AGRADECIMENTOS: Os pesquisadores fazem agradecimento a CAPES, CNPq, FACEPE e LIKA-UFPE.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BISCHOFF, H. W. & BOLD, H. C., P. 1963. University of Texas Publication. Phycological Studies. IV. Some soil algae from enchanted rock and related algal species, 6318: 1-35.

LEWUS, C. & MONTVILLE, T. J., P. 1991. Detection of bacteriocin prodoced by lactic acid bacteria. Journal Microbiology Methods, v. 13, p. 145-150.

MAVROGIANNI, V. S.; MENZIES, P. I.; FRAGKOU, I. A.; FTHENAKIS, G. C., P. 2011. Principles of mastitis treatment in sheep and goats. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, 27: 115-120.

NATIONAL COMMITTEE FOR CLINICAL LABORATORY STANDARDS. Perfomance standards for antimicroabial disks suscepitibility tests, approved standard, 8th ed., M2-A8 v. 23, n. 1 replaces M2-A7, v. 20, n. 1. NCCLS: Wayne, PA, USA, 2003.

SPOLAORE, P.; JOANNIS-CASSAN, C.; DURAN, E.; ISAMBERT, A., P. 1996. Commercial application microalgae. Journal of Bioscience and Bioengineering, 111: 87-96.