ÁREA: Materiais

TÍTULO: MATERIAIS HÍBRIDOS APLICADOS COMO CATALIZADORES EM REAÇÃO DE FORMAÇÃO DE DISSULFETO

AUTORES: Rosa, P. (UFGD) ; Winck, C. (UFGD) ; Batista, K. (UFGD) ; Matsumoto, M. (UFGD) ; Trombini, D. (UFGD) ; Kupfer, V. (UFGD) ; Sá, I. (UFGD) ; Domingues, N. (UFGD) ; Rinaldi, A. (UFGD)

RESUMO: O presente estudo reporta os resultados de síntese, caracterização e aplicação de materiais híbridos, constituídos de PAni/HNO/M (M = Fe; Zn; Cu e Ni). Os materiais híbridos foram sintetizados a partir de PAni e os respectivos sais dos metais. Foram caracterizados através de FTIR e UV-Vis, e os resultados confirmar a formação do material. Estes materiais foram aplicados como catalisadores nas reações de sínteses de dissulfetos. Os produtos obtidos foram caracterizados através de FTIR, UV-Vis e CG-MS. Os resultados de FTIR e UV-Vis indicaram a eficiência do material como catalisador. Os resultados de CG-MS corroboram com esta afirmativa, pois independentemente do metal utilizado no material híbrido (Fe, Cu, Ni ou Zn) os produtos obtidos apresentam as mesmas características.

PALAVRAS CHAVES: POLIANILINA; MATERIAIS HÍBRIDOS; CATALISE

INTRODUÇÃO: A polianilina (PAni) assim como outros polímeros derivados de anilina tem recebido grande atenção de pesquisadores desde a sua descoberta [MOLINA, 2009]. A PAni possui boa estabilidade térmica e ambiental,boa processabilidade, baixo custo, além de alcançar a condutividade de 10 S.cm, um valor bastante expressivo para um polímero de alto peso molecular uniaxialmente orientado. Existem várias aplicações citadas por alguns autores para este importante polímero como as citadas por Júnior e cols. , [MOLINA, 2009] que descrevem em uma revisão sobre as aplicações dos PICs e transdutores potenciométricos, o uso de PAni em eletrodos íons seletivos, sensores e microssensores potenciométricos funcionando como matrizes receptoras ou aceptoras de elétrons, dependendo do dopante e/ou analito envolvidos nas reações, sendo que ao ser reduzida ou oxidada pelo analito em um meio especifico (geralmente ácido) será gerado um potencial referente a este revelando assim a sua concentração, ou ainda, como sensor de gases, que tem a mesma funcionalidade diferindo apenas o meio e o tempo de resposta em que se trabalha, além de funcionar como matriz, base para biossensores. Além destas aplicações pode-se citar outras como eletrodo para degradação de pigmentos orgânicos [MOLINA, 2009], sensores de umidade [KULKARNI, 2006], supercapacitores [VAILLANT, 2006] entre outros dispositivos. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver metodologias de síntese para os catalisadores híbridos, visando sua aplicabilidade e investigar as propriedades espectroscópicas, estruturais e as conformações assumidas pelos híbridos, visando explorar a potencialidade destes materiais, relacionando estrutura com aplicabilidade.

MATERIAL E MÉTODOS: No processo de síntese da PAni, o monômero de anilina foi bidestilado em atmosfera ambiente, e a temperatura mantida entre 182,5ºC, a anilina foi utilizada imediatamente após a purificação. Preparou-se uma solução 0,100 M do monômero em HNO 0,100 M. Esta solução foi homogeneizada e oxidada com perssulfato de amônio (APS) 0,01 M. O resultado desta reação foi um precipitado (PAni/HNO), que foi lavado e seco em estufa a vácuo com temperatura de ~400°C, por um período de 48 horas.Os híbridos foram sintetizados a partir da PAni/HNO e os cloretos de Níquel (II), cloreto de Ferro (II) e acetatos de Zinco (II) e Cobre (II) na razão de 0,2 g de PAni para 0,6 gramas dos sais, utilizando 20 mL de acetonitrila e ácido acético como solvente, a reação permaneceu sob agitação por um período de 36horas. Os materiais foram filtrados a vácuo e secos a temperatura ambiente. As caracterizações foram realizadas através de técnicas de FTIR, UV-Vis e CG-MS. Os materiais hibridos obtidos foram testados como catalisadores, e o processo reacional esta ilustrado na Figura 1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Realizou-se a analise de FTIR para a PAni/HNO, foi possível observar os sinais característicos do material em 1608 e 1570 cm sendo atribuídos aos estiramentos N=C e C=C dos anéis quinoides e benzóides da PAni/HNO. Outros sinais característicos foram observados em 1303 cm característico do estiramento proveniente de C-N. Desta forma, através dos resultados de FTIR e dos sinais observados pode-se sugerir a efetiva oxidação do monômero, formando o material PAni/HNO. Após a confirmação da obtenção da PAni/HNO3 foram realizadas analises de FTIR para confirmar a efetiva formação do catalisador. Os catalisadores PAni/HNO e os respectivos metais (Zn, Cu, Ni e Fe) foram submetidos a análises de FTIR. A partir dos resultados observados, pode-se observar a permanência dos sinais característicos da PAni indicando a existência das estruturas benzoides e quinoides. Além disso, foram observados sinais característicos provenientes dos metais nas regiões de baixo número de onda, ou seja, confirmando a efetividade do processo de síntese do catalisador.O desempenho dos materiais híbridos como catalisadores foram avaliados no processo de síntese de dissulfetos. E os resultados observados foram satisfatórios, pois através das analises de FTIR foi possível confirmar que para todos os catalisadores o produto reacional obtido apresentou sinais de dissulfetos. Através dos espectros de UV-Vis foi possivel observar a presença de sinais característicos dos produtos obtidos empregando-se os materiais híbridos como catalisadores. O espectro de massa(Figura 2). O espectro apresenta os picos do íon molecular m/z 218.1 [M+H+] e m/z 219 [M-H+] provenientes da ionização das suas massas 218 ,confirmando seus pesos para difenildisulfetos.

Figura 1

Figura 1 – Esquema reacional do dissulfeto, empregando os catalisadores híbridos.

Figura 2

Figura 2. Cromatograma dos produtos obtidos, empregando os catalisadores híbridos.

CONCLUSÕES: O processo de síntese dos materiais híbridos constituídos de PAni/HNO3 e metais se mostraram eficientes. E os resultados de FTIR confirmaram a formação dos materiais híbridos. O emprego dos catalisadores híbridos nas reações para formação de difenildisulfeto apresentaram resultados satisfatórios. Pois através de analises de FTIR foi possível acompanhar a formação dos produtos(difenildisulfetos), independente do metal empregado no catalisador. Os resultados de UV-Vis confirmaram a formação do produto, pois foi evidente o sinal característico do difenildisulfeto na região de 192 nm.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CNPQ (Proc: 577527/2008-8), UFGD e ao FUNDECT. Rosa, P. P. agradece a CAPES pela bolsa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] MOLINA, J.; DEL RIO ,A. I.; BONASTRE,J.; CASES, F. 2009. European Polymer Journal 45, 1302.
[2] KULKARNI, M. V.; VISWANATH , A. K. ; KHANNA, P.K. 2006. Sensors and Actuators B, 115, 140.
[3] VAILLANT, J.; LIRA-CANTU, M.; CUENTAS-GALLEGOS , K.; CASÃN-PASTOR, N.; GÓMEZ-ROMERO, P. 2006. Progress in Solid State Chemistry 34,147.