ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Extrato da Pectis oligocephala como inibidor de corrosão do alumínio em H2SO4 1M

AUTORES: Sousa Gomes, F.F. (UECE) ; Alves de Alencar, M.F. (UECE) ; da Silva Gomes, R. (UECE) ; Freitas de Oliveira, L.R. (UECE) ; de Carvalho Magalhães, C.E. (UECE) ; Barros da Silva, R.C. (UECE)

RESUMO: Este trabalho avaliou a eficiência de inibição da corrosão do alumínio em H2SO4 1M na presença do extrato de Pectis oligocephala. Testes de imersão foram realizados; as técnicas de espectrofotometria de absorção atômica e de microscopia eletrônica de varredura foram conduzidas. A eficiência inibitória foi estimada (62,25%). O extrato pode ser assumido como um bom inibidor. As micrografias da superfície do alumínio evidenciam que praticamente o extrato não incrementa para a alteração da superfície sob o ponto de vista morfológico, embora se tenha verificado que a inibição da corrosão ocorra.

PALAVRAS CHAVES: Pectis oligocephala; alumínio; corrosão

INTRODUÇÃO: A corrosão metais em solução ácida provoca custos consideráveis. A fim de reduzir a corrosão, várias técnicas têm sido aplicadas. Inibidores de corrosão são os compostos que são adicionados em pequenas quantidades para um ambiente para prevenir a corrosão. A maioria dos inibidores de ácidos eficientes são compostos orgânicos contendo átomos de enxofre, azoto e / ou oxigênio na sua molécula [1]. Embora haja muitos compostos orgânicos com propriedade de inibição de corrosão, muitos desses são indesejáveis devido a sua toxicidade ao meio ambiente, e seu alto custo. Com o objetivo de se encontrar uma alternativa menos prejudicial ao meio ambiente e ecologicamente aceitáveis, as propriedades de inibição de corrosão de extratos obtidos de partes diferentes das plantas do semiárido brasileiro têm sido estudadas [2]. Elas são produto de baixo custo, facilmente disponíveis e são fontes renováveis de materiais. Uma planta do semiárido brasileiro estuda quanto ao seu uso fitoterápico é a Pectis. A planta Pectis oligocephala faz parte da família Asteraceae, é conhecida popularmente como limãozinho ou alecrim do mato ou e é utilizada na medicina popular contra dores estomacais, cólicas, hipertenção e gripes. Por outro lado, o alumínio é um metal resistente à corrosão devido à presença de uma película fina de óxido protetora aderente sobre a superfície. No entanto, a camada protetora pode se tornar instável quando expostas a meios agressivos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de inibição da corrosão do alumínio em H2SO4 na presença do extrato de Pectis oligocephala. Para isto, foram realizados ensaios de imersão e conduzidas às técnicas de espectrofotometria de absorção atômica e de microscopia eletrônica de varredura.

MATERIAL E MÉTODOS: Amostras de alumínio sob forma de disco de 1cm2 de área foram polidas com lixas de granulometra 180, 220, 360 e 1200, lavadas com água destilada e em seguida secadas. Uma das faces do disco foi isolada com material inerte pra que fosse feito os ensaios de imersão. A Pectis oligocephala foi coletada na Universidade Estadual do Ceará. As partes áreas da espécie foram secas à temperatura ambiente, posteriormente trituradas e submetidas à extração exaustiva com etanol por 7 dias, procedendo-se em seguida a filtragem do material. O extrato obtido foi concentrado em evaporador rotativo à pressão reduzida para a obtenção do extrato etanoico. Cerca de 0,1331g da massa do extrato foi adicionada a 500 mL de solução de H2SO4 1M. A solução foi tratada sob agitação em uma chapa de aquecimento (aproximadamente 60°C) e em seguida em banho ultrassônico durante 35 min. Foram realizados 12 ensaios, de 10 mL cada, com tempo determinado (0.5; 1; 4; 10; 15 e 24 h) a 25°C, divididas na presença e na ausência do extrato. A partir desses ensaios foi possível calcular o valor da taxa de corrosão das amostras nas soluções, e também foi determinada a eficiência de inibição de corrosão. Após a realização dos ensaios, foram retirados 5 mL das soluções residuais para poder determinar o teor de íons Al na solução, usando a técnica de espectrofotometria de absorção atômica, usando o espectrômetro da Varian, modelo SPECTRAA 55, disponível no Laboratório de Química Analítica e Química Ambiental da UECE. Após os ensaios de imersão, de tempo de 24 h na presença e na ausência do extrato, as amostras levadas para a caracterização de sua superfície. Para esta avaliação, utilizou-se o microscópio eletrônico de varredura, PHILIPS, modelo XL-30, disponível no Laboratório de Caracterização de Materiais da UFC.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após os ensaios de imersão em solução ácida na presença e na ausencia do extrato da Pectis oligocephala, foram feitas as observações da variação da massa das amostras de alumíno. Com as alícotas foram realizados a espectofotometria de absorção atômica. Observou-se que o processo de corrosão na presença do extrato é muito complexa. Foram calculados os valores da taxa de corrosão: 0,08534 e 0,03217 mg/cm2.h na ausencia e na presença do extrato. A partir desses valores pode-se calcular o valor da eficiencia de inibição (62,25 %). Com esse valor, o extrato pode ser assumido como um bom inibidor. Imagens microscópicas foram feitas e a partir delas pode-se ter a evidência de que a superfície do Al praticamente não altera na presença do extrato, embora verificado que a inibição da corrosão ocorre.

Figura 1

Gráfigo da variação da massa de Al com tempo de imersão a temperatura ambiente

Figura 2

As imagens do MEV da superfície Al para 24 horas de tempo de imersão em: (a) H2SO4 1M e (b) na presença do extrato de P. Oligocephala.

CONCLUSÕES: Concluiu-se que o extrato da Pectis oligocephala é considerado um bom inibidor de corrosão do alumínio em ácido sulfúrico 1M, pois sua eficiência de inibição em teor de íons Al na solução foi igual a 62,25%. De acordo com as imagens microscópicas, pode-se concluir que a superfície do alumínio não sofre muitas alterações, embora se observe que a inibição de corrosão tenha ocorrido.

AGRADECIMENTOS: Os autores gostariam de prestar seus agradecimentos à FUNCAP e ao CNPq pelo suporte financeiro ao projeto de pesquisa no qual está inserido este trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] A. M. Fekry e M. A. Ameer. Corrosion inhibition of mild steel in acidic media using newly synthesized heterocyclic organic molecules. Inter. J. Hydrog. Energ. 35 (2010) 7641.
[2] E. P. Oliveira Jr., G. V. Lima, C. E. C. Magalhães, R. C. B. da Silva, S. M. de Morais e S. M. O. Costa. Quim. Brasil, 4 (2010) 67-71.