ÁREA: Físico-Química

TÍTULO: ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DO ÓLEO DE COPAÍBA ATRAVÉS DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

AUTORES: Silva, J.R. (UFPA) ; Mares, (UFPA) ; Vasconcelos, F.M. (UFPA)

RESUMO: Este trabalho, Analises Físico-Químicas do Óleo de Copaíba Através do Processo de Envelheimento, foi realizado com o intuito de analisar se os parâmetros físico-químicos, são alterados no processo de envelhecimento à 80°C durante três dias no óleo de copaíba, obtido no mercado do Ver-o-Peso em Belém do Pará. Os métodos analiticos aqui utilizados foram: viscosidade, índice de refração e índice de acidez. Foi observado que os parâmetros sofreram poucas alterações, portanto, sendo consideravelmente estável. No entanto, diante dos resultados experimentais percebeu-se possível adulteração do óleo pelo vendendor do mesmo.

PALAVRAS CHAVES: Óleo de copaíba; Processo de envelheciment; Análise físico-química

INTRODUÇÃO: Os óleos vegetais desempenham um papel importante na indústria. O óleo de copaíba (Copaifera) na forma de um óleo-resina de coloração amarela a marrom, é utilizado industrialmente em vernizes e lacas, na restauração de pinturas antigas, como fixador de odor em fragrâncias e como aromatizante em alimentos, também é muito utilizado na medicina popular, especialmente na Amazônia brasileira como cicatrizante, anti-inflamatório e anti-séptico, antitumoral, e como agente para tratar bronquites e doenças de pele e é bastante empregado na indústria farmacêutica, pois já são fabricados sabonetes, shampoo e loção pós-barba.Porém não utilizado em processo de fritura. O óleo de copaíba é extraído do tronco de árvores de várias espécies do gênero Conifera, sendo que a copaibeira é uma árvore bastante conhecida na região Amazônica. Tudo indica que o uso deste óleo veio da observação dos índios ao comportamento de certos animais que, quando feridos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras. As espécies desse gênero podem ser arbustos ou árvores que chegam a atingir até cerca de 40 m de altura. O óleo analisado neste trabalho foi obtido na feira livre do Ver-o-Peso em Belém do Pará, foi analisado através do processo envelhecimento a uma temperatura de aproximadamente 80°C durante três dias, após este período foi determinado os seguintes parâmetros físico-químicos: viscosidade, índice de refração e índice de acidez. O presente trabalho tem como objetivo analisar se os parâmetros físico-químicos da amostra são alterados durante o processo de envelhecimento, ou seja, se o óleo permaneceu estável.

MATERIAL E MÉTODOS: O óleo de copaíba foi comprado na feira do Ver-o Peso em Belém do Pará, onde foram utilizados 60 mL de óleo de copaíba em três béqueres, ambos levados para a estufa e estabilizados em 80°C iniciando assim o processo de envelhecimento sendo que a cada 24 horas foi retirada uma alíquota e em seguida colocada no refrigerador onde já estava depositada a amostra in natura. As mesmas foram retiradas do refrigerador apenas no momento das análises. Os métodos analíticos utilizados foram: viscosidade, índice de refração e índice de acidez. Onde a viscosidade foi determinada através do viscosímetro SCHOTT CT 52 com capilar de diâmetro de 300 mm, que possui um valor de constante k = 0,2350 mm2 s2. O índice de refração por sua vez, foi determinado a 40°C conforme o método proposto pela AOCS Cc 7-25, mediante Refratômetro de Abbé modelo Analytikjena 200101024. Já o índice de acidez determinado de acordo com o método proposto pela AOCSCd3d-63, onde foi pesado aproximadamente 2g da amostra, na qual foi adicionado cerca de 25mL da solução de éter álcool (2:1) e duas gotas de fenolftaleína (1%), utilizando como titulante hidróxido de potássio (KOH) 0,1N.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo a Tabela, a viscosidade aumentou durante o processo de envelhecimento, tendo em vista que o valor in natura foi de 24,9864, 24 horas de 27,973 e de 48 horas 29,1670, o que evidencia a oxidação do óleo. Já o índice de refração obteve variação apenas na ultima casa decimal o que mostra que o óleo sofreu pouca oxidação através do processo de envelhecimento. Comparando com o artigo da autora BRITO, o índice de refração obtido para este óleo foi de 1,515 e já o artigo do autor SILVA, D. A. L, o índice variou de 1,5023-1,5081, apresentando uma média de 1,5053, de acordo com o autor SILVA, D. A. L: “os índices de refração altos estão diretamente relacionados com o aumento de cadeia e insaturações nas moléculas do óleo de copaíba”. De acordo com Vasconcelos e Godinho, o índice de acidez é de 81,4 mg KOH/g a 0% de mistura de óleo de soja e álcool etílico. A literatura (VASCONCELOS) estabelece que um valor abaixo de 80 mg KOH/g para este índice indica adulteração de amostra. Comparando os valores obtidos com a tabela, provavelmente as amostras analisadas foram adulteradas pelo vendedor ou produtor do óleo como forma de se obter maior rendimento do produto.

Tabela: Características físico-químicas do óleo de copaíba.

esta tabela mostra os resultados obtidos nas anlises feitas no oleo de copaíba.

CONCLUSÕES: No processo de envelhecimento verificou-se que as amostras de óleo de copaíba sofreram pouca alteração nos parâmetros físico-químicos quando comparados com a amostra in natura. Portanto, permaneceu estável à temperatura de 80°C. No entanto, diante dos resultados experimentais percebeu-se possível adulteração do óleo, devido o feirante ou produtor visar maiores lucros na comercialização do produto, através do índice de acidez, onde segundo (VASCONCELOS) acima de 80 mg KOH/g o óleo de copaíba é autêntico.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: American Oil Chemists’ Society (AOCS). Official Methods and Recommended Practices of the American Oil Chemist Society. 5. Ed. Champaign, v. 1-2, 1998.
BRITO, N. M. B.; SIMÕES, M. A.; MORA, O. A.; DINIZ, J. A.; LAMARÃO, L. G.; Estudo ultraestrutural do colo uterino de ratas ooforectomizadas após aplicação de óleo de copaíba. Scielo, Acta Cir. Bras. vol.15 n.4 São Paulo Oct./Nov./Dec. 2000.
SILVA, D. A. L; CORREA, A. P. P.; SANTANA, M. F. S.; SOARES, N. L. ; FERNANDES, G. K. O. Caracterização fisico-quimica de extração artesanal de óleo de copaíba em comunidades do estado do Acre. 51º Congresso Brasileiro de Química,2011.
VASCONCELOS, Antônio Francisco Fernandes; GODINHO, Oswaldo Espirito Santo; Uso de métodos analíticos convencionados no estudo da autenticidade do óleo de copaíba; Departamento de Química e Tecnologia Química, Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Universidade Federal do Maranhão/UFMA, Quim. Nova, Vol. 25, No. 6B, 1057-1060, 2002.