ÁREA: Físico-Química

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA PROVENIENTE DE UMA FONTE SITUADA NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO – CAMPUS GARANHUNS - PE

AUTORES: Filho, J.S.S. (UFCG) ; Silva, W.L. (UFRPE) ; Alencar, I.C.B.M. (UFRPE) ; Oliveira, F.D.B.P. (UFRPE) ; Santos, R.G. (UFRPE) ; Lima, V.A.M. (UFRPE)

RESUMO: A preocupação com a água do planeta sempre foi motivo de discussão, este é um recurso ambiental indispensável para os seres vivos e apenas 3,0% da água é doce. A qualidade da água pode ser avaliada por um conjunto de parâmetros que resulta em uma série de análises físico- químicas, determinando as características da água. A relevância do trabalho está em avaliar a qualidade da água proveniente de uma fonte situada na Universidade Federal Rural de Pernambuco, Campus de Garanhuns - PE. A metodologia utilizada no trabalho foi baseada nas técnicas adotadas no Manual Prático de Análise de água da FUNASA (Fundação Nacional de Saúde) de 2009. As amostras analisadas estão dentro dos padrões estabelecidos pela Portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde.

PALAVRAS CHAVES: Avaliação; Qualidade; Água

INTRODUÇÃO: A água é um recurso vital para a sobrevivência dos seres. Ela representa um elo entre todos os ecossistemas do planeta, sendo difícil imaginar a vida sem a água. A preocupação com a qualidade da água era incipiente, todavia com o crescimento populacional, acompanhado com o desenvolvimento industrial e a utilização dos recursos hídricos sem racionamento, o fator qualidade passou a ser importante. Desse modo é fundamental que os recursos hídricos apresentem condições físico-químicas adequadas para a utilização dos seres vivos, devendo conter substâncias essenciais à vida e estar isentos de outras substâncias que possam produzir efeitos prejudiciais aos organismos. Cada sistema lótico possui características próprias, o que torna difícil estabelecer uma única variável como um indicador padrão para qualquer sistema hídrico. Neste sentido, a busca em trabalhos de campo é a obtenção de índices de qualidade de água que reflitam resumidamente e objetivamente as alterações, com ênfase para as intervenções humanas, como o uso agrícola, urbano e industrial (COUILLARD & LEFEBVRE, 1985). Portanto, a análise de qualidade da água é de extrema importância para sua utilização uma vez que concentrações anômalas de determinado elemento podem causar prejuízos à saúde pública e ao meio ambiente. O trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade da água proveniente de uma fonte situada na Universidade Federal Rural de Pernambuco – Campus Garanhuns - PE.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram coletadas 05 (cinco) amostras da água da fonte de quatro pontos distintos em períodos quinzenais durante dois meses (maio e junho) na Universidade Federal Rural de Pernambuco – Campus de Garanhuns – PE, na Figura 1 é possível identificar os pontos de coleta da água: (1) fonte da água, (2) laboratório de ensino, (3) sala dos professores e (4) prédio administrativo. As amostras foram armazenadas em frascos de vidros, previamente higienizadas, posteriormente, transportadas em uma caixa de isopor ao laboratório de Química do campus de Garanhuns da Universidade Federal Rural de Pernambuco, onde permaneceram mantidas até o momento das análises. As análises físico-químicas foram realizadas em triplicatas e efetuadas de acordo com as técnicas adotadas no Manual da Fundação Nacional de Saúde - FUNASA (2009). Foram analisados quantitativamente os seguintes parâmetros: condutividade elétrica, temperatura, pH, carbonatos, bicarbonatos, hidróxidos, cloretos, cálcio, magnésio, gás carbônico e dureza.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na tabela 1, estão relacionados os valores médios e desvio padrão dos parâmetros físico-químicos. A condutividade registrou valores de 1,30 ppm na fonte de água e uma média de 1,20 ppm nos demais pontos de coleta de água. Quanto maior for à quantidade de íons dissolvidos, maior será a condutividade elétrica da água que pode variar também de acordo com a temperatura e o pH (MOTA, 1995). A temperatura da água foi medida na fonte e nos demais pontos e variaram de 23,3 a 25,0°C. Os valores de pH encontrados foram de 4,55 na fonte e uma média 7,05 nos demais pontos de coleta, o pH da fonte está abaixo do padrão da portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde, que estabelece limites de 6,0 a 9,5 de pH. O valor da alcalinidade medidas em ppm de CaCO3 – estava numa média de 16,0 ppm na fonte e 15 ppm no outros locais de coleta. A alcalinidade representa a capacidade que um sistema aquoso de neutralizar (tamponar) ácidos a ele adicionados. Esta capacidade depende de alguns compostos, principalmente bicarbonatos (HCO3), carbonatos (CO3) e hidróxidos (OH). Os valores de cloretos variaram de 7,62 ppm na fonte de água e 10,00 ppm nos demais pontos de coleta. A dureza da água é um parâmetro estudado devido sua influência no maior consumo de sabão, as principais substâncias presentes na dureza são o cálcio e magnésio, a dureza da água na fonte foi uma média de 40 ppm e os demais pontos de coleta também uma média de 40 ppm. O gás carbônico analisado na fonte foi de uma média de 18,80 ppm e nos outros pontos 9,00 ppm. O gás carbônico contido na água pode contribuir significativamente para a corrosão das estruturas metálicas e de materiais à base de cimento.

Figura 1

Localização dos pontos de coleta da água na Universidade Federal Rural de Pernambuco - Campus Garanhuns - PE

Tabela 1

Resultado dos parâmetros físico-químicos analisados

CONCLUSÕES: Na avaliação da qualidade da água da fonte, foi possível observar variações em alguns parâmetros: pH, gás carbônico e cloretos. A variação do pH é justificada pela adição de barrilhas de cloro na água, com o objetivo de fazer a desinfecção e controle do pH. A adição do cloro aumenta o pH e diminui a concentração de CO2 (por ser ácido). A possibilidade do aumento de cloretos na água seria em decorrência da sua saída da fonte e sua passagem por tubulações com incrustações. A qualidade da água está dentro dos padrões estabelecidos na portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria N.º 518, de 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Disponível em:<http://e-legis.anvisa.gov.br>.
COUILLARD, D.; LEFEBVRE, Y. Analysis of water quality indices. Journal of Environmental Management, v.21, p.161-179, 1985.
FUNASA – Fundação Nacional da Saúde. Manual Prático de Análise de Água. 1ª ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2009.
MOTA, Suetônio. Preservação e recuperação de recursos hídricos. 2 ed. Ver. e atualizada, Rio de Janeiro. ABES, 1995.200p.