ÁREA: Físico-Química

TÍTULO: Caracterização físico-química da polpa de cajá (Spondias mombin L.)

AUTORES: Dantas, H.J. (INSTITUTO FEDERAL DA PARAÍBA) ; Santos, H.C. (UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ) ; Leite, C.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE) ; Leite, I.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo avaliar as características físico-químicas da polpa de cajá. As amostras foram coletadas na feira livre da cidade de Patos – PB. Foram realizadas análises de: Umidade (%), Cinzas (%), Sólidos solúveis totais (°Brix), Proteína bruta (%), pH e ATT (%). De acordo com os resultados, pôde-se concluir que todos os parâmetros físico-químicos avaliados na polpa de cajá se encontram de acordo com a exigência da legislação brasileira vigente e dados da literatura.

PALAVRAS CHAVES: CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA; Vitamina C; Cajá

INTRODUÇÃO: O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com uma produção que supera os 41 milhões de toneladas, perdendo apenas para China e Índia (ANUÁRIO, 2008). O cajá, também denominado, de taperebá e cajá-mirim é um fruto nuculânio perfumado com mesocarpo carnoso, amarelo, contendo carotenóides, açúcares, vitaminas A e C. A procura pelos frutos da cajazeira, deve-se principalmente às boas características para a industrialização, aliadas ao aroma e seu sabor agridoce. Esse fruto tem, também, valor nutricional que aumenta a eficiência física, acelera a cicatrização depois de cirurgias, combate infecções, resfriados e reduz ataques cardíacos. Aumenta a eficiência imunológica e favorece a elasticidade da pele, prevenindo rugas (BARROSO et al., 1999). O cajá é uma fruta cuja industrialização está voltada para a produção de polpas que pode ser usada no preparo de bebidas levemente ácidas com agradável sabor. O fruto da cajazeira como sendo saboroso e refrescante é apropriado para a produção de geléias, compotas, refrescos e sorvetes. Do suco se faz boa aguardente e um licor delicado. A cajazeira é uma frutífera com potencial para a agroindústria, mas é subestimada e merece um investimento maior na sua utilização. Assim, este trabalho teve como objetivo geral estudar as características físico-químicas e químicas do fruto de cajá visando à valorização desta fruta (DIAS et al., 2003).

MATERIAL E MÉTODOS: Os frutos de cajá foram adquiridos na região do sertão paraibano na feira livre da cidade de Patos e selecionados de acordo com o estado de maturação, escolhendo-se os frutos sadios e maduros, levados para o Laboratório de Análise de Alimentos – UATA/CCTA/UFCG para caracterização físico-química da polpa, os frutos passaram por uma lavagem em água clorada, seleção, despolpamento por processo mecânico com o auxilio de um liquidificador industrial e filtragem em tecido de algodão limpo. Foram realizadas análises de umidade: secagem em estufa a 105 ºC até eliminação completa da umidade (BRASIL, 2005); cinzas: secagem em mufla a 550 ºC até eliminação completa do carvão (BRASIL, 2005); sólidos solúveis totais (SST) determinado com refratômetro digital (KRÜSS-OPTRONIC, Hamburgo, Alemanha), segundo AOAC (1992); acidez total titulável (ATT) por titulometria com NaOH 0,1N; pH determinado com potenciômetro digital (Hanna, Singapura), conforme a AOAC (1992); proteína pelo método de Kjeldahl e vitamina C pelo método de Tillmans.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A caracterização físico-química e química da polpa do cajá pode ser observada na Tabela 1. Os valores de SST e ATT estão de acordo com os estabelecidos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, através da Instrução Normativa Nº 122, de 13 de setembro de 1999, a saber: SST > 9,00 ºBrix e ATT > 0,90%, legislação específica referente ao Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ). O valor de acidez do cajá (1,35%) foi semelhante ao encontrados por Silva (1998) num período de 120 dias de estocagem, que encontrou um teor de 1,27%. A umidade (88,60%) do presente trabalho mostrara-se superior em relação aos resultados obtidos por Noronha et al. (2000) (86,2%) trabalhando com o umbu-cajá, fruto do mesmo gênero. Os resultados obtidos para proteína (0,93%) são bem próximos aos encontrados por Mattioetto (2005) (0,82%) para frutos de cajá. O pH (2,99) está de acordo com os valores encontrados por Sacramento e Souza (2000), 2,4 a 3,0.





CONCLUSÕES: Os resultados demonstram que a polpa de Cajá poderá constituir uma importante fonte alimentar, uma vez que os resultados encontrados na caracterização físico- química estão compatíveis com os Padrões de Identidade e Qualidade (PQI) para polpa de cajá, possui vitamina C e SST, demonstrando ser uma alternativa para o mercado de frutas natural, bem como para a agroindústria, na região do sertão paraibano.

AGRADECIMENTOS: UFCG e UVA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANUÁRIO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2008. Editora Gazeta, 2008. 136 p.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemistry.11.ed.Washington: AOAC,1992. 1115p.
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BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abaste-cimento. Instrução Normativa no 122, de 10 de setembro de 1999. Diário Oficial da República Federativa do Brasil , Brasília, 13 de set. de 1999. Seção 1, p. 72-76.
BARROSO, G.M.; MORIM, M.P.; PEIXOTO, A.L.; ICHASO, C.L.F. Frutos e sementes: morfologia aplicada à sistemática de dicotiledôneas. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1999. 433p
DIAS, Disney Ribeiro; SCHWAN, Rosane Freitas; LIMA, Luiz Carlos Oliveira. Metodologia para elaboração de fermentado de cajá (Spondias mombin L.). Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 23, n. 3, dez. 2003. Disponível em <http://www.scielo.br>. acessos em 09 set. 2011.
MATTIETTO, R.A. Estudo tecnológico de um néctar misto de cajá (Spondias lútea L.) e umbu (Spondias tuberosa, Arruda Câmara). 2005. 299 f. Tese (Doutorado) –Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005
NORONHA, M.A.S.; CARDOS, E.A.; DIAS, N.S. Características fisico-quimicas de frutos de umbu-cajá Spondias sp. proveniente dos Polos Bai-xo - Jaguaribe (CE) e Assu-Mossoró (RN). Revista Brasileira de Produtos Agropecuários, Campina Grande, v.2, n.2, p.91-96, 2000.
SACRAMENTO, C.K.; SOUZA, F.X. Cajá (Spondias mombin L.) Jaboticabal: Funep, 2000. 42p. (Série Frutas Nativas, 4).
Silva, A. P. V. da. Estabilidade do suco clarificado de Cajá (Spondias lútea L.) mediante emprego de enzimas pectinolíticas e agentes. FINING. 1998.