ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: TRATAMENTO DE RESÍDUOS DO GRUPO III B (Co2+, Mn2+, Zn2+ e Ni2+) GERADOS NAS AULAS EXPERIMENTAIS DE QUÍMICA ANALÍTICA

AUTORES: dos Santos, W.M. (IFMA) ; Santos, S.S. (IFMA) ; dos Santos, R.S. (IFMA)

RESUMO: Na Química Analítica Qualitativa são realizadas várias reações para identificação de cátions e ânions de uma amostra.Em uma aula experimental, para que seja feita essa identificação, há a geração de vários resíduos,que precisam de um tratamento antes de serem descartados.Este trabalho tem por objetivo apresentar um método para tratamento dos resíduos do grupo III B (Co2+, Mn2+, Zn2+ e Ni2+), gerados em laboratório acadêmico, para posterior descarte, através de reações de neutralização e precipitação, com a formação de precipitados em forma de hidróxidos e sulfetos.O procedimento utilizado se mostrou eficaz no tratamento dos resíduos gerados por esse grupo,que puderam ser descartados de forma segura e responsável no que diz respeito à não agressão ambiental.

PALAVRAS CHAVES: Grupo III B; Resíduos; Tratamento

INTRODUÇÃO: Neste trabalho é apresentado um procedimento para tratamento dos resíduos gerados nas aulas experimentais de Química Analítica. Nas práticas realizadas nesta disciplina são gerados resíduos, ou seja, materiais considerados sem utilidade, mas que não podem ser descartados de qualquer maneira. Por menor que sejam sua quantidade e toxicologia, os resíduos não podem ser descartados diretamente na pia de um laboratório ou qualquer outro local, antes que recebam um tratamento adequado para este fim. Caso haja o descarte de forma indiscriminada destes, corre-se o risco de promoverem-se contaminações ambientais impróprias, indevidas, e indesejáveis, com consequências desconhecidas.

MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização da prática de tratamento dos resíduos, foram utilizados os seguintes equipamentos, vidrarias e outro utensílios de laboratório, tubos de ensaio, béqueres, funil simples, provetas, bastão de vidro, conta gotas(para os reagentes),papel de filtro, papel indicador universal e centrífuga. E ainda os reagentes NH4)2S 0,2 M, HCl 0,2 M e NH4OH 6M NH4SCN 1M. Foram realizadas reações de precipitação e neutralização da seguinte maneira: Colocou-se 3 mL de cada nitrato (Ni(NO3)2, Co(NO3)2 e Mn(NO2)3 em um béquer e adicionou-se 25 mL de água destilada. Acrescentou-se NH4OH até o meio tornar-se básico, comprovando-se o pH com auxílio de papel indicador universal. Transferiu-se uma pequena quantidade para um tubo de ensaio. Adicionou-se 3 gotas de (NH4)2S à solução e centrifugou-se. Separou-se o precipitado que foi formado do sobrenadante e testou-se a presença de algum cátion metálico no sobrenadante com a adição de sulfeto de amônio. Centrifugou-se novamente. Neutralizou-se o sobrenadante com adição de HCl 0,2 M e descartou-se na pia com água corrente. Ao precipitado, adicionou-se (NH4)2S e realizou-se filtração.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se primeiramente a coloração dos nitratos, sendo verde para o níquel, rósea para o cobalto e incolor para o manganês. Ao juntá-los com água, houve a formação de hidróxidos de níquel, cobalto e manganês com precipitação de um sólido verde. De acordo com a análise dos seus valores de Kps (2,6 x 10-16, 1,3 x 10-15, 4 x 1014, respectivamente), notou-se que o precipitado formado tratava-se de hidróxido de níquel, pois a sua constante de solubilidade é menor em comparação as outras. Dessa forma, no sobrenadante provavelmente continha água e íons Mn2+, Co2+, NH4+.Com a adição de sulfeto de amônio, houve a precipitação dos cátions na forma de sulfetos, MnS e CoS. O hidróxido de níquel reagindo com o sulfeto forma precipitado de sulfeto de níquel, essa reação ocorre devido à instabilidade do hidróxido, ou seja, este pode se dissociar quando em meio neutro.Separou-se o sobrenadante e com a adição do (NH4)2S, comprovou-se a ausência de cátions metálicos em solução.Tratou-se o sobrenadante através de uma reação de neutralização com ácido clorídrico para descartá-lo na pia. Adicionou-se pequena quantidade de sulfeto de amônio ao precipitado e realizou-se uma filtração. O filtrado foi colocado em estufa para secagem e posterior incineração. Testou-se o pH da solução filtrada, neutralizou-se e descartou-se na pia.

CONCLUSÕES: Nenhum tipo de resíduo químico, em pequeno ou grande volume pode ser descartado diretamente na pia, a não ser que receba o devido tratamento para isto. O descarte de resíduos químicos, quando acontece dessa maneira, pode ter como consequências graves contaminações ambientais. Então cabe ao laboratorista tomar atitudes proativas ou preventivas para evitar esse tipo de prática. Neste trabalhou mostrou-se um método que pode ser adotado para tratamento de resíduos laboratoriais.Os resultados obtidos alcançaram o objetivo desejado, validando então o método proposto.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem o Instituto Federal do Maranhão pelo suporte laboratorial e à professora Nazaré do Socorro L. S. Vasconcelos, pela sua ajuda e amizade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BACCAN, N.; ANDRADE, J. C. de; GODINHO, O. E. S.; BARONE, J. S. Química Analítica Elementar. 3a.Edicao. Sao Paulo: Edgard Blucher, 2001;

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SKOOG, Douglas A.: et. al. Fundamentos de Química analítica. 8a ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

VOGEL, Análise Química Quantitativa. 6. Ed. Rio de Janeiro: LTC- Livros Técnicos e Científicos, 2002. 462 p.