ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: Avaliação dos parâmetros físico-químicos da qualidade da água em diferentes pontos da cidade de Brejo do Cruz – Paraíba

AUTORES: Pereira, F.K.D. (UFCG/CES) ; Faccio, M.T. (UFCG/CES) ; Pereira, N.P. (UEPB/DQ) ; Trajano, M.F. (UFRN/PPGEM/CT) ; Silva, P.S.G. (UFCG/CES) ; Neto, M.H.L. (UFCG/CES) ; Barros, J.M.F. (UFCG/CES)

RESUMO: A água um elemento indispensáveis à vida, sendo uma das principais substâncias mais ingeridas pelo ser humano. O abastecimento de água no município de Brejo do Cruz – PB é feito para mais de 80% dos domicílios através da rede geral, e os restantes são abastecidos por poços e cisternas. Na literatura a água da cidade, mostra-se em excelente estado para o consumo humano, principalmente, para denominá-la como potável. Este trabalho objetiva avaliar a água de diferentes pontos da referida cidade, a partir de parâmetros físico-químicos, determinando: íons cloreto, dureza total, sólidos totais, condutividade, turbidez, alcalinidade, e caracterizar, através do Espectrômetro de Fluorescência de Raio-X por Energia Dispersiva (EDX-720), os ânions e cátions presentes nas alíquotas.

PALAVRAS CHAVES: Análise físico-química; Potabilidade; Água

INTRODUÇÃO: Recurso que já foi considerado inesgotável, a água passou a ser centro de grandes discussões. Atualmente, admite-se que se não for alterado o estilo de vida da sociedade, um quarto da população mundial sofrerá com a falta de água nas próximas décadas. O Brasil destaca-se como um dos países que possui as maiores reservas hídricas, detendo cerca de 11,6% da água doce superficial do mundo. Destes, 70% estão localizados na região Amazônica e os 30% restantes distribuem-se desigualmente pelo país, sendo a escassez uma realidade em um grave problema em vários locais. O controle da qualidade da água de consumo humano se tornou uma ação de saúde pública a partir da década de 1970, quando a portaria N° 52 Bsb 77 do Ministério da Saúde instituiu a norma de potabilidade em todo o território nacional. Entretanto, a implementação de um programa de vigilância da qualidade da água só ocorreu a partir da criação do Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde em 1999, e da publicação da portaria 1.469 em 2000. (FREITAS e FREITAS 2005; MENDONÇA e SANTOS 2006) Água potável corresponde a toda água disponível na natureza destinada ao consumo e possui características e substâncias que não oferecem riscos para os seres vivos que a consomem, como animais e homens. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade da água de três diferentes pontos na cidade de Brejo do Cruz-Pb, localizada na microrregião de Catolé do Rocha à 450km da capital João Pessoa, a partir de parâmetros físico- químicos e verificar a conformidade com PORTARIA Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

MATERIAL E MÉTODOS: As águas analisadas foram coletadas em caixa d’água residencial (Ponto A), 2º local de coleta cacimbão situado na cidade (Ponto B), além das amostras de fonte primária “bruta”, coletadas as margens do açude que abastece a população de Brejo do Cruz (Ponto C). As amostras foram analisadas seguindo as normas estaduais para padrões da água potável. Os métodos utilizados para determinar os parâmetros físico-químicos de potabilidade da água foram: determinação do pH, teor de cloretos, sólidos totais, turbidez, condutividade, dureza total e Alcalinidade. E parâmetros semi-quantitativo/qualitativo por Energia Dispersiva de raios-X, usando um espectôrmetro da SHIMADZU - EDX-720 para verificação de cátions e ânions presentes nas amostras, no Laboratório de Eletroquímica e Corrosão (LEC) do CES/UFCG. As medidas de pH, turbidez e condutividade foram feitas usando instrumentos disponíveis no laboratório, as medidas de teor de cloretos, dureza total e teor de sólidos totais foram feitas usando métodos clássico já estabelecidos pela literatura (VOGEL et al, 1992) em acordo com os padrões de potabilidade da PORTARIA Nº 2.914 4, de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde, todas estas análises foram realizadas nos Laboratório de Química Analítica e Geral e Inorgânica do Centro de Educação e Saúde (CES) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na tabela 1, são apresentados os parâmetro físico-químicos de potabilidade obtidos para as três amostras avaliadas neste trabalho. Nesta tabela percebe-se que o valor do pH dos três pontos de coleta estão na faixa recomendada. Quanto à turbidez, que indica a presença de matéria em suspensão na água, os valores para o ponto B e a água do ponto A estão dentro do padrão de potabilidade, ou seja, inferior a 1. A dureza resulta da presença, principalmente, de sais alcalinos terrosos (cálcio e magnésio), ou de outros metais bivalentes, e pode-se considerar como “água mole” as amostras dos três locais, já que sua medida de dureza está bem abaixo do máximo para essa faixa (menor que 50 mg/L CaC03 - água mole. Pela medida da condutividade, observa-se que a água do ponto A possui uma concentração iônica maior que a água do ponto B, o que é confirmado pela análise de cátions e ânions realizada no EDX. Os cloretos, geralmente, provêm da dissolução de minerais ou da intrusão de águas do mar; podem, também, advir dos esgotos domésticos ou industriais. De acordo com a Resolução SS nº 50 de 26/04/1995 da Secretaria de Estado da Saúde, a água destes sistemas deve conter um mínimo de 2,0 mg/L como cloro residual total. Nas análises feitas, observa-se que para a água de Brejo do Cruz, o valor de íons cloreto é mais alto do que o permitido. A tabela 2 mostra a análise de cátions e ânions obtidos pelo EDX. A água do ponto A apresenta íons (Ca2+, Cu2+, Cl- e Na+) em relação a C, que podem estar associados ao tratamento para a distribuição na rede pública à população, e também pela origem da água, que é proveniente de lençóis subterrâneos da região. No ponto B os íons presentes dependem do tipo de solo onde estar localizado o lençol freático do referido poço.





CONCLUSÕES: Segundo os dados obtidos, notamos que a água do ponto A e B, tem boa qualidade para consumo humano, estando todos os valores encontrados nas análises, de acordo com as portarias do Ministério da Saúde para a potabilidade da água, exceto o de íons cloreto, já o resultado do ponto C, como a alíquota é vindoura de fonte primária “bruta”, não está de acordo com o padrão de potabilidade. Pode-se averiguar que há um percentual razoável de sais encontrados nas alíquotas, no mais ainda deve-se ter uma preponderância para com as análises, seguindo as normas da legislação.

AGRADECIMENTOS: Ao CES, LEC, UFCG pela disponibilidade dos laboratórios e ao PET, CNPq pelo apoio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n.º 2.914, de 12 de Dezembro de 2011. Dispõe sobre normas de potabilidade de água para o consumo humano. Brasília: SVS, 2011; [2] FREITAS, M. B.; FREITAS, C. M. A vigilância da qualidade da água para consumo humano – desafios e perspectivas para o Sistema Único de Saúde, Ciênc. saúde coletiva vol.10 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2005. Disponível no site: http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n4/a22v10n4.pdf. Acessado dia: 05/07/2012; [3] MACEDO, M.; KUSTER, A.; Água e Desenvolvimento sustentável no semiárido; Fortaleza; N.24; Desembro de 2002. [4] MENDONÇA, F.; SANTOS, L. J. C. GESTÃO DA ÁGUA E DOS RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL: AVANÇOS E DESAFIOS A PARTIR DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS – UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA, GEOGRAFIA, Rio Claro, v. 31, n. 1, p. 103-117, jan./abr. 2006; [5] OLIVEIRA, D. R. de; Brejo do Cruz: Sua história, sua gente. João Pessoa: A União Superintendência de Imprensa e Editora, 2004 – 284 p. [6] SAWYER, C. N., McCARTHY, P. L (1978). Chemistry for Environmental Enginering, third edition, McGraw Hill, Singapore, Philippines, 532 p.; [7] VOGEL, A.I.; JEFFERY, G.H.; BASSETT, J.; MENDHAM, J. e DENNEY, R. C. Analise química. 5º ed. Livros Técnicos Científicos. Editora SA, Rio de Janeiro, RJ-Brasil, 1992.