ÁREA: Ambiental

TÍTULO: ESTUDO PRELIMINAR SOBRE A DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS EM ZÉ DOCA-MA

AUTORES: Oliveira, B.E.D. (IFMA/CAMPUS ZÉ DOCA) ; Furtado, J.P. (IFMA/CAMPUS ZÉ DOCA) ; Pitombeira, D.R.S. ()

RESUMO: Em um contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, há uma necessária articulação com a produção de sentidos sobre a educação ambiental. O trabalho tem como finalidade a preservação ambiental de nosso município, bem como realizar um estudo preliminar da forma pela qual são descartados os resíduos sólidos em Zé Doca-ma. Utilizaram-se as seguintes metodologias: coleta de dados sobre a área do lixão com GPS, sua distância em relação à periferia da cidade, frequência da coleta dos resíduos nos principais bairros da cidade. No município, os resíduos sólidos são um caso a ser estudado e um problema de saúde pública, haja vista sua pouca distância em relação à periferia da cidade, assim como, o acúmulo de catadores buscando tirar dali parte do sustento.

PALAVRAS CHAVES: Resíduos Sólidos; Educação Ambiental; Saúde Pública

INTRODUÇÃO: O meio ambiente apresenta nítidos sinais de esgotamento. A contaminação das águas, a escassez e a falta de água, o efeito estufa, a destruição da camada de ozônio, a quantidade de resíduos, o desaparecimento de algumas espécies de animais e de plantas são alguns dos reflexos da atividade humana sobre o meio ambiente. [...] o crescimento das cidades, das indústrias, o aumento da população e a crescente necessidade de consumo das pessoas geram quantidades cada vez maiores de resíduos. O volume de lixo produzido ultrapassa a capacidade de absorção da natureza. (VIZENTIN & FRANCO, 2009). De acordo com a Lei Nº 12.305 da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2 de agosto de 2010, art. 3º, VII e VIII, destinação final ambientalmente adequada é: Destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes Sistema Nacional Do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. Distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. A irregularidade pela qual esses resíduos são acondicionados no lixão municipal, a localização e o acumulo de catadores, levou o grupo de estudos a investigarem o distanciamento do lixão à cidade, a frequência de coleta desses resíduos e influência dos gases produzidos pela queima dos resíduos no lixão.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram programadas visitas in loco e registradas fotografias da atual situação do lixão e da forma como são descartados todo o “lixo” recolhido na zona urbana. O levantamento de dados geográficos para a pesquisa de campo referente à área/contorno do lixão e seu distanciamento em relação a periferia da cidade foi realizado por meio de GPS (etrex legend hcx garmin) gravando os dados do percurso no aparelho, desde a rua que dá acesso ao lixão até a entrada do mesmo e, em seguida usando EPI’s, registrado o contorno da área andando a pé pela extremidade do local e por onde são jogados os resíduos. O mesmo processo foi realizado nas ruas dos bairros que fazem o extremo da cidade e ficam com rumo para o lixão. Posteriormente passou-se a acompanhar, tabelar e quantificar os dias nos quais os caminhões fazem a coleta na zona urbana.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através das fotografias fica evidente a situação pela qual esses resíduos são descartados (figura 1) sem qualquer forma de organização ou preocupação com o meio ambiente misturando resíduos (orgânicos e inorgânicos) agindo em contrário ao Art 3º da Lei Nº 12.305 da Política Nacional de Resíduos Sólidos que trata da Destinação de resíduos incluindo a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações, principalmente a forma pela qual são desintegrados para dar espaço a um novo carregamento que chega com a queima do lixo, produzindo gases que se espalham nos bairros mais próximos dessa região. A área do lixão tem cerca de 24.000 m². Da entrada do lixão (ponto 1) até a rua Getúlio Vargas (ponto 2) que dá acesso ao caminho do lixão foi marcado, em linha reta, 1320 m; ainda da entrada do lixão (ponto 1) até é o bairro Vila Nova (ponto 3), em linha reta, são 923 m. Do ponto 7 no lixão ao ponto 4, ainda no bairro Vila Nova, são 875 m e do ponto 6 no lixão ao bairro Vila Gusmão (ponto 5) são, 798 m de distância em linha reta, conforme dados do aparelho GPS. (Figura 2) A coleta é realizada a cada 2 dias nos bairros geralmente pelo período da manhã e diariamente no centro da cidade, ressaltando que essa coleta está condicionada à funcionalidade e disponibilidade dos veículos.

Figura 1

catador em meio aos resíduos

Figura 2

contorno do lixão e extremo da cidade

CONCLUSÕES: O descarte dos resíduos no lixão passa de um caso a ser estudado a um problema de saúde pública, haja vista sua distância em relação à periferia da cidade e o acumulo de catadores na área incluído crianças e mulheres grávidas, sem uso de EPI, para manuseio dos resíduos. No município não há pontos de coleta seletiva, assim como não há investimentos em programas de educação ambiental junto às comunidades. A queima do lixo acontece geralmente a noite e com a direção do vento a fumaça produzida é levada aos bairros próximos possivelmente causando problemas respiratórios pela inalação desses gases.

AGRADECIMENTOS: Ao IFMA - Campus Zé Doca e aos colaboradores da pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.camara.gov.br/sileg/integras/501911.pdf> acesso em: 27 ago 2011.
VIZENTIN, Caroline Rauch. FRANCO, Rosemary Carla. Meio Ambiente: do conhecimento cotidiano ao científico: metodologia, ensino fundamental, 1º. ao 5º. ano. Curitiba: Base Editorial, 2009.