52º CBQ - ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DESTINADA AO CONSUMO DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE MACAPÁ-AP

ÁREA: Ambiental

TÍTULO: ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DESTINADA AO CONSUMO DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE MACAPÁ-AP

AUTORES: Oliveira, T.G.B. (UNIFAP) ; Lobato, C.C. (UEAP) ; Costa, E.V.M. (UNIFAP) ; Gonçalves, A.C.O. (UNIFAP) ; Braga Vieira, J. (UNIFAP) ; da Silva Formigosa, A. (UNIFAP) ; Santos, C.B.R. (UNIFAP)

RESUMO: As doenças causadas pelo aumento desenfreado das populações bacterianas são as que mais atingem o homem, tornando a qualidade da água algo preocupante. Para atender aos parâmetros de potabilidade do Ministério da Saúde objetivou-se analisar os fatores que influenciam na qualidade da água distribuída pela Companhia de Água e Esgoto do Amapá, que capta água no Rio Amazonas, sendo submetida ao tratamento e análises durante e depois do tratamento (para verificar sua qualidade). As análises foram realizadas no período de 2007 a 2011. Os valores analisados e obtidos ao compararmos com a Portaria nº 518/04 do Ministério da Saúde, mostraram que a água distribuída possui grandes divergências do permitido, podendo acarretar um sério risco para o consumo humano da população da cidade de Macapá-Amapá.

PALAVRAS CHAVES: água; análise físico-química; qualidade da água

INTRODUÇÃO: A água é o recurso natural imprescindível à humanidade, cuja disponibilidade quantitativa e qualitativa é um dos principais fatores limitantes no desenvolvimento das cidades (ANDREOLI et al., 2000). Segundo Moss (2007), os rios e lagos brasileiro estão sendo comprometidos pela queda da qualidade da água disponível à captação e tratamento. Devido a suas funções no abastecimento público, industrial e agropecuário, na preservação da vida aquática, transporte e recreação, a água tornou-se uma preocupação mundial, relacionado aos seus usos preponderantes e à sua manutenção, em quantidade e qualidade adequadas (PAHO, 2001). A contaminação microbiológica da água para o consumo constitui maior perigo quando for contaminada por fezes de animais de sangue quente e do homem (FERREIRA, 1990). Segundo Ferreira (2003), são utilizados alguns parâmetros para haver o crescimento ou decaimento da quantidade de organismo no ecossistema aquático, tais como pH, condutividade elétrica, alcalinidade total, dureza total, amônia, nitrito, fósforo, ferro, entre outros. A qualidade da água consiste no conjunto das informações físicas, químicas e biológicas, em que são monitorados pelo controle e vigilância da qualidade da água, devendo atender aos parâmetros definidos na portaria do Ministério da Saúde nº 518/04, que regulamenta os padrões de potabilidade da água para o consumo humano. O órgão responsável pelo controle da qualidade da água, em Macapá-AP, é a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA), empresa de abastecimento de água e saneamento básico do estado do Amapá.

MATERIAL E MÉTODOS: O estudo foi realizado na CAESA, no município de Macapá-AP, localizada na Rua Odilardo Silva, bairro Beirol. O sistema de tratamento de água se trata do tipo convencional. A captação de água para o abastecimento da área urbana na cidade de Macapá se dá pelo Sistema de Captação de águas superficiais do Rio Amazonas, a 500 m da margem, no bairro Santa Inês, através de três motobombas, cada uma com 350CV e adutoras com diâmetro 1000mm, cujo diâmetro diminui enquanto encaminha a água bruta para as estações de tratamento. Logo, que a água chega na estação, a Calha Parshall funciona como um misturador rápido, na qual, são adicionados os coagulantes (Sulfato de Alumínio e o Polímero), para então passar pelos floculadores. Nos quais, são formados flocos que serão decantados e, em seguida, a água decantada é filtrada, para ser adicionado o cloro, e posteriormente, a água poderá ser distribuída. Neste trabalho para a realização das análises foram utilizados os seguintes equipamentos: pHmetro digital sensIONTM1, modelo 2010, da marca HACH®; turbidímetro digital, modelo 2100P, da marca HACH®; para as determinações de cloro, cor, ferro e flúor, utiliza-se o método APHA Pt-Co Standard Method, com espectrofotômetro, da marca HACH®, modelo DR/2010 e duas cubetas de 25ml e duas cubetas de 50 ml. Cientes do processo de tratamento e das metodologias das análises realizadas seguiram as instruções do Manual de Laboratório da CAESA. Foram realizadas as análises durante o ano de 2011 e a pesquisa bibliográfica do período proposto de 2007 a 2010. Dos anos analisados calculou-se o desvio padrão que é um dado estatístico que descreve a dispersão do conjunto de dados ao redor da média aritmético (LABTEST, 2009).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para proporcionar maior entendimento foram utilizados os cálculos do desvio padrão dos parâmetros analisados nos anos de 2007 a 2011, comparando com os valores recomendados pela portaria do Ministério da Saúde nº518/04, ver Tabela 1. Na Tabela 2, são apresentados os resultados dos desvios padrão dos parâmetros analisados. Nesta Tabela notamos que o pH apresentou valores mínimo e máximo expressos na portaria, resultando nos desvios padrão mínimo e máximo. De acordo com os resultados em relação ao pH, ao compararmos o desvio mínimo verificamos que em todos os anos analisados houve discrepância nos resultados. Contudo, apenas no ano de 2010 tivemos divergência em relação ao desvio máximo, e nos demais anos ficaram dentro do estabelecido. Ainda na Tabela 2 percebemos que a concentração de cloro (mg/L) ficou abaixo, apresentando variação no intervalo de 1,5365-1,0534. Ao analisarmos o parâmetro turbidez verificamos que em todos os anos apresentaram resultados satisfatórios, com exceção nos anos de 2007 e 2011, que variou 5,1874 a 5,0608. O parâmetro cor mostrou resultados insatisfatórios, pois de acordo com a portaria o máximo é 15uH. De acordo com a Tabela 2 apenas no ano de 2007 tivemos este parâmetro diretamente ligado ao estabelecido pela portaria, com valor de 6,8783uH. Para o parâmetro ferro não foram realizadas análises nos anos de 2008 e 2009, de acordo com as informações dos servidores da CAESA. Após o levantamento bibliográfico e a realização das análises no ano de 2011, foi possível verificar que no ano de 2007 os resultados foram elevados. Entretanto, nos anos de 2010 e 2011 obtivemos resultados aceitáveis. Ao considerarmos os resultados do parâmetro Flúor verificamos valores de concentrações (mg/L) acima do permitido, com exceção no ano de 2009.

Tabela 1

Tabela 1. Resumo dos valores recomendados pela Portaria nº 518/04, do Ministério da Saúde.

Tabela 2

Tabela 2. Resultados dos desvios padrão anual dos parâmetros analisados.

CONCLUSÕES: Após realizar o diagnóstico da água distribuída pela CAESA nos anos de 2007 a 2011, verificamos de acordo com a Portaria do Ministério da Saúde nº518/04 e os valores analisados, que a água distribuída possui grandes divergências do permitido, podendo acarretar um sério risco para o consumo humano da população da cidade de Macapá-AP. Esses desvios foram provocados, diretamente, pelas altas dosagens de produtos para clarificação da água e falta de manutenção das adutoras, e indiretamente, por não realização da limpeza dos tanques e pela vazão da água nesses períodos.

AGRADECIMENTOS: Aos servidores da CAESA. Ao Laboratório de Química Geral e Analítica da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANDREOLI, C. V. et al. OS MANANCIAIS DE ABASTECIMENTO DO SISTEMA INTEGRADO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA – RMC. In 9º SILUBESA - Simpósio Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Seguro Anais, 2000. 196-205p.
BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 518/MS DE 25 DE MARÇO DE 2004. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 2004.
FERREIRA, F. A. MODERNA SAÚDE PÚBLICA. 6ª edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1990.
FERREIRA, C. M. A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA E SUA UTILIZAÇÃO EM RANÁRIOS COMERCIAIS. Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Peixes Ornamentais. In Revista Panorama de Aqüicultura, nº 79, v. 13, 2003. 15 – 17 p. Disponível em: http://www.pesca.sp.gov.br/arquivos/importanciadaagua.doc>. Acesso em 02 ago. 2010, 19:10:07.
LABTEST. GUIA TÉCNICO – BIOQUÍMICA. Lagoa Santa, 2009.
MOSS, M. A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA. In Brasil das águas - Revelando o azul do verde e do amarelo. 2007. Disponível em <http://www.brasildasaguas.com.br/brasil_das_aguas/importancia_agua.html>. Acesso em 12 ago. 2010, 18:48:01.
Pan American Health Organization (PAHO). INFORME REGIONAL SOBRE AVALIAÇÃO 2000 NA REGIÃO DA AMÉRICAS: ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO, ESTADO ATUAL E PERSPECTIVAS. Washington, D.C.: Organização Pan-Americana da Saúde, 2001.