ÁREA: Ambiental

TÍTULO: TRATAMENTO E RECUPERAÇÃO DE CHUMBO EM RESÍDUOS DE AULAS PRÁTICAS DE QUÍMICA GERAL DO ICA-UFMG

AUTORES: Costa, E.A. (UFMG) ; Duarte, F.V. (UFMG) ; Lacerda, I.L. (UFMG) ; Araújo, N.C. (UFMG)

RESUMO: Laboratórios de aulas práticas de Química, geram uma grande variedade de resíduos. No Instituto de Ciências agrárias da UFMG (ICA/UFMG), com a implantação de novos cursos dentro do projeto REUNI, o volume dos resíduos gerados aumentou enormemente. Este estudo apresenta resultados relacionados ao tratamento de resíduos contendo chumbo de aulas práticas de Química Geral do ICA/UFMG visando a sua recuperação e reutilização em atividades do laboratório. A quantidade de chumbo removida do resíduo foi parcial em uma das metodologias e em outra foi total evidenciando que utilizando um processo com baixo custo de reagentes é possível remover totalmente o chumbo de resíduos em que ele é presente, podendo o filtrado ser descartado sem nenhum dano ao meio ambiente e o solido pode ser estocado facilmente para posterior utilização.

PALAVRAS CHAVES: tratamento de efluentes; chumbo; efluentes de laboratório

INTRODUÇÃO: Uma gama de processos laboratoriais em atividades de ensino, pesquisa e extensão no Instituto de Ciências Agrárias da UFMG geram uma grande quantidade de resíduos químicos muita das vezes altamente prejudiciais ao meio ambiente, requerendo assim um tratamento adequado. Na natureza, comenta Bendassolli (2003) “a exposição constante a produtos químicos seja comum uma vez que plantas, animais e mesmo rochas e solos emitem gases e substâncias orgânicas para o meio ambiente, a atividade antropogênica aumentou consideravelmente a liberação destes materiais”, contribuindo, dessa forma, para a degradação ambiental. Nos últimos anos é crescente o número de encontros, debates e discussões em torno da preocupação com os problemas relacionados às questões ambientais. Tendo em vista a degradação do meio ambiente nota-se um alerta para com o acúmulo dos contaminantes nas fontes de águas, no solo e no ar. As indústrias são as que mais sofrem com cobranças em relação aos resíduos químicos gerados em suas atividades diárias e despejados no meio ambiente. O chumbo (Pb+) é um metal de aspecto cinza prateado, mole, dúctil e maleável, pobre condutor de eletricidade. Pode ser endurecido com a adição de pequenas proporções de antimônio ou outros metais. É bastante resistente à corrosão. Alguns tubos de chumbo da época do Império Romano ainda estão em uso. Pode ser considerado um dos metais mais estáveis. É venenoso, de ação cumulativa. Cuidados e proteções devem ser usados no manuseio. Ações para prevenir e reparar contaminações ambientais são comuns nos tempos atuais. Entretanto, segundo Tavares (2005) “é também verossímil que a geração de resíduos não é exclusividade das indústrias, uma vez que em laboratórios de universidades, escolas e institutos de pesquisa também são geradoras de resíduos de elevadas diversidade e volume”.

MATERIAL E MÉTODOS: Os resíduos químicos produzidos na aula de critérios de pureza e fracionamento de materiais foram coletados e armazenados em frascos devidamente rotulados. Os objetivos propostos são três métodos de forma qualitativa e em quais dos processos se poderia remover maiores quantidade de chumbo da amostra. Método 1. Remoção do precipitado de PbI2 da solução-resíduo Durante a aula foi produzidos um precipitado de coloração amarelo-ouro de PbI2.A reação ocorrida foi: PbNO3(aq)+KI(aq) ↔PbI2 O resíduo gerado foi uma mistura heterogênea, da qual se removeu o precipitado (PbI2) por decantação e posterior lavagem com água destilada gelada para remover algum íon que possa ter ficado aderido ao sólido sem reagir e após esse processo o sólido foi secado e pesado. O processo foi realizado em triplicata com alíquotas de 100 ml da mistura heterogênea, devidamente agitada, gerada na aula prática. Método 2. Formação do precipitado de PbSO4 A obtenção de PbSO4 é obtido do PbI2 usado no método anterior. Inicialmente filtrou-se a solução onde o precipitado foi lavado a fim de remover os íons que ficaram inertes na solução. Logo após adicionou-se 70 ml de H2SO4 0,5 mol. L-1 para que dissolvesse o iodeto de chumbo para forma o PbSO4 caracterizado por um precipitado de coloração branca. Entre os sulfatos, o de chumbo é praticamente o único que é insolúvel em água (VOGEL-1981). Onde ocorre a seguinte reação: PbI2↓+H2SO4 ↔ PbSO4↓ +HI(aq) 3. Obtenção do Pb2+ para o possível preparo de PbNO3 Levando a ebulição na presença de solução CaCO3 0,5 mol.L-1 o sulfato de chumbo é convertido em carbonato de chumbo numa reação onde ocorre uma troca de precipitados. PbSO4↓+CaCO3(aq) ↔PbCO3↓ Lavando esse precipitado com água quente, podem-se remover os íons sulfatos

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi observada após a adição do ácido sulfúrico a formação de um precipitado branco evidenciando a formação do sulfato de chumbo. O iodeto de chumbo não se solubilizou totalmente, ficando na solução precipitados de sulfato de chumbo e iodeto de chumbo que poderia ser solubilizado em uma solução de maior concentração. A remoção do precipitado de PbI2 e PbSO4 onde foi transferido da solução por filtração e secagem em estufa e posterior pesagem na balança de precisão. A formação de Pb2+ para utilização no preparo de PbNO3 ficou sendo inviável pois há grande gasto de reagente no processo.

CONCLUSÕES: No estudo apresentado os seus resultados mostram que é possível remover o chumbo do resíduo na forma de PbI2 ,porem não é uma remoção total e a massa produzida foi pouca e necessitaria de maiores processos de separação para que fosse utilizada novamente .Mas somente a metodologia 2 pode comprovar que houve a remoção total de chumbo da solução-resíduo, onde na formação de PbSO4 todos os íons de chumbo reagem e formando um precipitado de maior massa. A produção de PbNO3 não foi possível pois os utilizaria grande quantidade de reagentes que tornaria inviável economicamente a sua produção e ambientalmente pois haveria maior descarte que seria desnecessário que seria contrario ao caráter de sustentabilidade do estudo.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BAIRD, C. CANN, M. Química Ambiental 4ªed. Porto Alegre: Bookman, 2011 p 701.

TAVARES, G. A.; BENDASSOLLI, José Albertino. Implantação de um programa de gerenciamento de resíduos químicos e águas servidas nos laboratórios de ensino e pesquisa do CENA/USP. Química Nova, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 732-738, 2005.

VOGEL, Arthur Israel. Química Analítica Qualitativa,;[tradução por Antônio Gimeno da] 5ª.ed. ver. Por G.Svehla. São Paulo; Mestre Jou, 1981 p.215-220.