ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: DIFICULDADES EM INSERIR EXPERIMENTAÇÃO QUÍMICA NO ENSINO FUNDAMENTAL: O CAMINHO ALTERNATIVO DE UM GRUPO DE ALUNOS DO PIBID PARA DRIBLAR ESTE OBSTÁCULO

AUTORES: Rosa da Silva, A.C. (UNIVASF) ; dos Santos, L.R. (UNIVASF) ; Lacerda, P.L. (UNIVASF) ; Silva, F.M. (UNIVASF) ; Cleophas, M.G. (UNIVASF)

RESUMO: A Química esta diretamente inserida em nosso cotidiano de forma absoluta. Mas como imergir num mundo que está subsidiado constantemente pela Química, adotando apenas a teoria sem abordagem experimental? O presente trabalho tem por finalidade analisar e discutir a importância da utilização e inserção da experimentação de baixo custo na sala de aula, bem como as dificuldades encontradas em inseri-la, no ensino de Química, do 2º ciclo da educação básica das escolas públicas de São Raimundo Nonato (PI). Mostrando que a aplicação da experimentação no dia a dia escolar atrai consideravelmente a atenção do aluno em esforçar-se para construir o seu conhecimento, subsidiado através da união entre teoria e prática experimental.

PALAVRAS CHAVES: QUÍMICA; ENSINO DE QUÍMICA; PRÁTICA EXPERIMENTAL

INTRODUÇÃO: As dificuldades no ato de ensinar Química estão vinculadas, entre outros fatores, com os poucos recursos investidos na educação e o uso de uma metodologia de trabalho inadequada ao desenvolvimento intelectual do aluno, onde professores insistem em métodos voltados à excessiva memorização de fatos, símbolos, fórmulas, nomes e teorias que parecem não ter nenhuma relação entre si, contribuindo em quase nada para fomentar as competências e habilidades desejáveis perante o ensino (BELTRAN e CISCATO, 1991). Este trabalho surgiu a partir de observações críticas sobre as experiências vivenciadas por um grupo de alunos bolsistas (integrantes do subprojeto PIBID/UNIVASF) que constataram durante sua atuação em ações idealizadas perante o subprojeto, a necessidade de uma reformulação dos métodos aplicados ao ensino de Química, ofertado no 9º ano da Unidade Escolar Maria de Castro Ribeiro, localizada na cidade de São Raimundo Nonato (PI).Tornou-se claro a necessidade de se adotar um novo conjunto de abordagens metodológicas durante as aulas de Química, trazendo a “tona” às práticas experimentais, pois a partir destas é possível propiciar um melhor e mais amplo conhecimento ao aluno. Pudemos vivenciar aqui as necessidades e as constantes dúvidas causadas pela falta de um espaço apropriado para prática experimental de Ciências na referida escola. De acordo com os PCN’s (Brasil, 2002), os conteúdos abordados no ensino de Química não devem se resumir à mera transmissão de informações. Diante disto, é importante ressaltar que é preciso criar ou adaptar meios que possam servir de ponte acessível e eficaz para que esta relação entre os conteúdos abordados em sala de aula e a realidade do aluno seja exequível, e para atingir este feito, é necessário inserir a experimentação nas aulas.

MATERIAL E MÉTODOS: O município de São Raimundo Nonato esta entre as regiões que mais carece de uma efetiva melhoria na qualidade docente. Para o grupo idealizador deste trabalho, futuros professores da Educação Básica, foi possível perceber a importância de promover, no ambiente escolar, meios que incentivem o gosto pela Ciência, mesmo que estes meios não sejam favorecidos pelo contexto geral. As condições físicas das escolas da região não oferecem suporte para que a experimentação seja colocada em prática, o que ocasiona os baixos índices de desenvolvimento educacional dos alunos. Atrelado a isso, está o baixo rendimento prático do professor, que pela falta de infraestrutura adequada, restringe o seu ensino apenas a aplicação da teoria de conceitos, tornando as aulas cansativas e desestimulantes ao aprendizado do aluno, sem nenhuma inserção experimental que possa instigar o mesmo a observar e aprender significativamente. Com base nesta observação pode-se admitir que as expectativas e intenções perante o ensino devam ser reconstruídas a partir de novos métodos de ensino, ou até mesmo, da boa vontade em modificar o atual ensino de Ciências dessa região. O IDEB de 3,8 apresentados pela referida escola, fez o grupo repensar sobre os atuais métodos de ensino e optar por mudanças nesse quadro. A ideia foi levar experimentação para os alunos, criando condições de aplicá-la, mesmo tendo todo um cenário desfavorável. Ou seja, ao observar a ausência de laboratório na escola decidimos montar aulas alternativas com materiais facilmente encontrados em nosso dia a dia. O objetivo era mostrar que mesmo utilizando materiais comuns, é possível permitir que a Química se torne “palpável” ao inserir experimentos para unificar a teoria e a prática de maneira simples, mais totalmente rica pelo contexto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Abaixo, na Tabela, estão descritos os experimentos, materiais e os conteúdos que foram abordados. Ao utilizarmos a vela para a aula de fenômenos Químicos e Físicos, despertamos o interesse dos alunos em saber do que se tratava aquela vela acesa no centro da sala. Praticamente todos os alunos participaram de forma construtiva, dando respostas coerentes de acordo com o já explicado anteriormente, e só ao final da aula explicou-se o sentido da vela. Logo, pudemos constatar que a metodologia de atrelar teoria à experimentação funcionou de forma positiva em despertar o interesse dos alunos. Em pelo menos 80% da turma a construção de suas respostas foi imediata, sem que para isso fosse necessário à utilização do livro ou a intervenção do professor. O grupo percebeu que as dificuldades apresentadas anteriormente, ocorrem não por falta de fontes ou alternativas, mas por dificuldade imposta pelo professor em adotar práticas pedagógicas que reúnam teoria e experimentação, de forma a inseri-la no cotidiano escolar. Sobretudo, para o grupo ficou bastante evidenciado o papel importante que o professor desempenha no ambiente escolar, e que ele não pode se render as dificuldades encontradas nas escolas, devendo acima de tudo, ser o precursor de rotas alternativas que driblem a conjectura atual. A inserção de experimentação simples e de baixo custo visa promover o encantamento dos alunos frente à teoria, ajudando-os a compreender o amplo sentindo da palavra CIÊNCIA. Contudo, o ensino de Química deve possibilitar a compreensão, tanto do processo Químico em si, quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas aplicações ambientais, sociais, políticas e econômicas (PCNs, 1999).

TABELA DE EXPERIMENTOS

Tabela de experimentos desenvolvidos em sala de aula com os alunos do 9º ano da UNIDADE ESCOLAR MARIA DE CASTRO RIBEIRO (PI).

CONCLUSÕES: A inserção da experimentação Química em sala de aula não foi uma tarefa fácil, e tornou-se mais difícil quando o grupo deparou-se com a falta de material adequado. A vivência desta problemática fez o grupo concluir que é possível utilizar material alternativo de baixo custo e fácil acesso para driblar o cenário desfavorável, e ainda, para um bom aprendizado de conceitos Químicos. Assim nosso objetivo após este trabalho é formular uma guia prático experimental para que esta estratégia “Pibidiana” seja levada adiante de modo a ampliar a usabilidade da Química experimental nas escolas.

AGRADECIMENTOS: Ao grupo de Pesquisa POPEHQUIM/UNIVASF, coordenado pela Professora Graça Porto. E-mail:popehquim@gmail.com

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BELTRAN, N. O.; CISCATO, C. A. Química. Coleção Magistério de 2º grau. São Paulo: Cortez, 1991.

BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnologia, Ministério da Educação. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. In: Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 2002.

NANNI, R. Natureza do conhecimento científico e a experimentação no ensino de ciências. Revista eletrônica de ciências. São Carlos – SP, n. 24, 26 de maio de 2004. Disponível em: <http://cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_26/natureza.html>. Acesso em: 02/07/2012.