ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Divergências entre o ensino diurno e noturno na disciplina de Química

AUTORES: Amorim, A.F. (IF SERTÃO-PE) ; Rodrigues, D. (IF SERTÃO-PE) ; Rodrigues, M. (IF SERTÃO-PE)

RESUMO: Este artigo pretende analisar as diferenças no ensino das ciências da educação diurna e noturna, em especial, da química. Foram utilizadas como fonte de investigação a analise documental, a observação do processo didático e a aplicação de questionários. As informações e dados coletados abrangem as necessidades e condições vivenciadas pelos alunos e professores em ambos os turnos, buscando suscitar a reflexão para a criação de metodologias mais adequadas, isto é, que atendam as particularidades de cada público.

PALAVRAS CHAVES: ensino noturno; ensino diurno; diferenças

INTRODUÇÃO: A preocupação em saber quais as dificuldades dos alunos na área de química, bem como, a necessidade de conhecer as diferenças entre o ensino diurno e noturno surgiu através de experiências vividas no cotidiano dos alunos do 4º período de Licenciatura em Química. É perceptível que os estudantes trabalham por necessidade ou estão em busca de emprego e vão para a escola encontrar seu grupo social, ou, como dizem, para a busca de algo melhor na vida.Além desses interesses existe a necessidade da formação e informação que auxiliem no seu dia-a-dia e, se a escola não lhe oferecer o que procuram, com certeza serão impelidos a abandoná-la, e isso, é notável, pois no início do ano letivo as salas são lotadas chegando a faltar carteiras para os alunos e até mesmo vagas. Depois de alguns meses os alunos vão sumindo sem justificar suas ausências, aparecendo algum tempo depois na tentativa de passar de ano; os que têm condições permanecem, mas aqueles que não conseguem, desistem aumentando o número de evasões A seleção de conteúdos, a avaliação e a carga horária tornam evidentes as diferenças em relação ao curso diurno, e isso, vem acompanhado pela justificativa de que o aluno vem cansado ou lhe falta interesse ocasionando atrasos, faltas, desistências e reprovações. Este projeto buscou verificar as principais dificuldades entre os turnos diurnos e noturnos referentes à formação educacional dos alunos na área de química, realizando pesquisa de campo relativo ao processo didático escolar aplicado em ambos os turnos, analisando as respostas dadas pelos alunos, professores e gestão escolar, bem como, o planejamento de ensino-aprendizagem aplicado nas aulas e análise de documentos com o desempenho dos alunos.

MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia aplicada para a realização deste trabalho constituiu-se na execução das seguintes etapas: 2.1. Revisão Bibliográfica Foram feitas pesquisas em artigos, livros, revistas e internet sobre o assunto a ser abordado. Reuniões em grupo para estudo e discussão do conteúdo, formulando uma síntese dos resultados obtidos para serem usados na elaboração do presente artigo. 2.2. Aplicação de questionário Foram realizadas visitas à escola envolvida, para conhecimento da estrutura física da escola, dos materiais didáticos disponíveis eda realidade dos alunos, como forma de aproximação dos responsáveis e participantes do projeto. Para tanto, foi aplicado um questionário com os alunos de 2° e 3° anos do ensino médio e o professor de química, a fim deidentificar as diferenças entre o turno diurno e noturno e as dificuldades para o ensino da química. 2.3. Pesquisa Documentada Foi feita uma pesquisa na Secretaria de Educação sobre o desenvolvimento dos discentes, bem como, os índices de evasão escolar (desistência), reprovações e aprovações, com o levantamento do desempenho dos alunos através do mapa de resultados curriculares.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através do questionário aplicado no curso diurno e noturno, percebeu-se que 54% dos alunos do turno noturno são trabalhadores com carga horária de oito horas diárias de trabalho, enquanto apenas 16% dos alunos que estudam à tarde trabalham com carga horária de seis horas diárias. Os alunos do turno diurno têm uma maior dedicação fora da sala de aula, 70% declararam que reservam tempo para estudo fora da sala de aula, restringindo em média três a quatro horas diárias. Enquanto no turno noturno, 69% dos alunos alegam que estudam fora da sala de aula limitando em média três a quatro horas semanais. Com isso, é perceptível que a maior parte da turma do noturno justifica sua pouca dedicação aos estudos é a falta de tempo disponível, pois muitos deles possuem alguma outra atividade durante do dia dificultando sua maior dedicação aos estudos. O limite de estudo que os alunos do turno noturno reservam compromete o seu desempenho escolar, o índice de reprovação é de 22,87% maior no ensino noturno quando comparado ao diurno. Com isso, o desempenho na disciplina de química não é tão bom quanto daqueles alunos que têm um maior tempo extra a destinar-se aos estudos, é possível observar diferenças visíveis no desempenho dos alunos dos turnos diurno e noturno nas figuras 1 e 2, respectivamente. Ao questionar as diferenças do ensino entre os turnos, 73% dos alunos do diurno consideram que não existe diferença, já os alunos do noturno desconsideram essa avaliação, pois 71% deles afirmam existir diferenças, já os alunos do noturno tiveram que deslocar-se do turno diurno devido sua necessidade de trabalhar ou por estarem fora da faixa etária. A professora também afirmou que há divergências entre um turno e outro.

Figura 2. Representação gráfica do desempenho do turno noturno.

Representação gráfica do desempenho do turno noturno.

Figura 1. Representação gráfica do desempenho do turno diurno.

Representação gráfica do desempenho do turno diurno.

CONCLUSÕES: A partir deste trabalho, perceberam-se as reais necessidades e dificuldades que os alunos do turno noturno encontram para conseguir concluir o ensino médio, tais como: falta de tempo para dedicar-se aos estudos, cansaço diário após um dia de trabalho, como também a falta desestímulo com a educação escolar. Aponta-se a necessidade de se investir mais no sistema educacional para promover melhores condições de ensino para professores e alunos de ambos os turnos. Salienta-se ainda que nós, futuros docentes de química, estejamos atentos as condições e dificuldades de ensino nessa área de atuação.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: LINS,Edison Cardoso. Ensino médio diurno e noturno: aspectos de uma histórica dualidade entre formação para o trabalho e preparação para o ensino superior, <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada6/resumos/1219.htm>.Acessado em 20/08/2011.
TOGNI, Ana Cecìlia; CARVALHO, Marie Jane Soares. A escola noturna de ensino médio no Brasil. <http://www.rieoei.org/rie44a04.htm> Acessado em 27/08/2011