ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O uso de analogias no ensino de Química

AUTORES: Silva, A.M. (UECE) ; Santos, F.E.A. (UECE)

RESUMO: Este trabalho visa conscientizar profissionais da educação da importância que tem o uso de analogia no ensino de Química e também apresenta uma revisão bibliográfica sobre o tema. Além disso, traz questionários que abordam como ocorre a utilização dessa ferramenta e como esse recurso é importante no processo ensino-aprendizagem. Ultimamente tem aumentado o interesse de pesquisadores de educação pelo tema. No entanto, a utilização indiscriminada dessa ferramenta pode funcionar como uma barreira à apropriação do conhecimento pelo aluno, portanto, é preciso que ele seja feito de maneira consciente. Assim, é preciso que o professor possua um conhecimento didático para mediar e reconhecer a forma correta de utilizar esse recurso.

PALAVRAS CHAVES: analogia; ensino-aprendizagem; ensino de química

INTRODUÇÃO: A utilização de analogias vem sendo muito empregada no ensino. Este interesse pode ser explicado pelo fato de que as analogias facilitam na compreensão e construção do conhecimento pelo estudante, pois elas têm como finalidade básica estabelecer uma ligação entre similaridades de dois domínios, sendo que um dos domínios é usual ao estudante (domínio da analogia), enquanto o outro não lhe é familiar (domínio do alvo) (CURTIS e REIGELUTH,1984). Freqüentemente tem sido mostrado por psicólogos que estudam a criatividade, que as analogias e metáforas são normalmente usadas por cientistas em suas descobertas. A origem dessa conclusão é o fato de vários cientistas terem dito que obtiveram a “iluminação” durante suas descobertas com o auxilio de uma analogia. Contudo, as pesquisas nessa área são escassas. Por exemplo, na astrologia, a descoberta de que a “faixa luminosa”, chamada Via Láctea é uma galáxia na qual estamos situados, foi feita pela analogia com um cata-vento ou disco gigantesco, o que se explica pelo aspecto observado. Vários autores defendem a utilização das analogias, mas também criticam-na quando feita de forma indiscriminada. De acordo com Ferraz & Terrazzan (2003), a grande parte dos professores e autores de livros didáticos utilizam analogias de forma inconsciente ou automática. Assim, o presente trabalho induz o leitor a uma reflexão sobre como as analogias têm sido usadas na sua própria prática pedagógica.

MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi iniciado com algumas pesquisas bibliográficas sobre o tema: O uso de analogias no ensino de Química. Diversos tópicos foram abordados como: significado de analogia, vantagens e desvantagens dessa ferramenta, modelos de analogias, tipos de analogia e analogias nos livros didáticos. A segunda parte do trabalho envolveu a elaboração e execução de dois questionários. Um questionário investiga como as analogias ajudam ou prejudicam o processo ensino-aprendizagem de alunos de uma turma do 1° ano do ensino médio de uma escola publica. No outro questionário, foi pedida a opinião dos professores que são alunos da UECE e já atuam na área de ensino. Diante dos dados adquiridos foi feito, algumas análises, buscando soluções para os problemas que interferem no ensino de química, sobretudo contribuindo para uma melhor abordagem do tema dentro do processo ensino-aprendizagem. Os resultados estarão expressos nos próximos itens de tabelas e gráficos. Este trabalho visa além de buscar conhecer a realidade em sala de aula. Também visa uma melhoria no ensino de química, bem como um ensino eficaz.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Perguntado aos alunos: para você o que é analogia e qual a sua importância no ensino de química? A maior parte dos alunos (50%) compreendeu que analogias são comparações. Outra parte (22,5%) diz que analogia é uma forma de descomplicar conceitos difíceis em um assunto complicado. 10% disseram que analogia é uma forma de facilitar a aprendizagem. Os demais não souberam responder. Como exemplo de analogia no ensino de química, 25,5% dos alunos citou a analogia da bola de bilhar comparada ao modelo atômico de Dalton. Outra parte de mesmo número (ou seja, 25,5%) deram como exemplo de analogia a formação das palavras comparada à formação das moléculas. Outros alunos (23,4%) citaram atrações dos átomos nas ligações iônicas semelhantes às atrações entre o imã e o metal. Alguns (14,9%) não entenderam a pergunta e a minoria (10,6%) citaram como exemplo o pudim de passas no modelo atômico de Rutherford. Quando um professor usa analogia na aula de química você consegue entender melhor o conteúdo? A maior parte (40%) dos alunos sempre entende melhor o contéudo. Outra parte (40%) muitas vezes compreende melhor. Já outros (15%) poucas vezes conseguem entender melhor. Uma pequena (2,5%) parte nunca consegue compreender melhor a matéria quando o professor usa analogia. Ou seja, conclui-se que esse recurso ajuda muito na aprendizagem. Como Professor você usa analogias na exposição das suas aulas de Química? Grande parte (67%) usa analogia nas suas aulas. Já outros (33%) não utilizam em todas as aulas. Perguntado ao professor sobre as dificuldades de encontrar material que falem de analogias no ensino de Química, a maioria (67%) encontra dificuldades de encontrar material como tal assunto. Outros não têm dificuldades para encontrar material que falem de analogias.

Fig. 1 – Respostas dos alunos sobre analogia e qual a sua

A figura mostra as respostas dos alunos sobre analogia e qual a sua importância no ensino de química.

Fig. 2 – Opinião dos alunos quando o professor usa analogia na aula de

A figura mostra a opinião dos alunos quando o professor usa analogia na oaula de química.

CONCLUSÕES: Conclui-se que as analogias são recursos que podem e devem ser utilizados no ensino de Química, pois permitem romper as paredes da sala de aula, quando se ampliar os limites imaginários da ciência Química, proporcionando ao aluno o aprofundamento de conceitos aparentemente abstratos. A analogia deve ter uma boa qualidade e sobre tudo de ser utilizada da forma correta. Em síntese, nunca se deve fazer uso de qualquer ferramenta didática sem um rigoroso e cuidadoso planejamento.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CARVALHO, N. B e JUSTI, R. S. Papel da analogia do “mar de eletrons” na compreensão do modelo de ligação metálica. Disponível em: http://ddd.uab.cat/pub/edlc/02124528v2005nE/02124528v2005nE228papana.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2011.

CURTIS, R.V. e REIGELUTH, C.M. The use of analogies in written text. Instructional Sci.13 (2), 99-117. 1984.

FERRAZ, D. F ; TERRAZZAN, E. A. Uso espontâneo de analogias e o uso sistematizado de analogias: que relação? Ciência & Educação, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 213- 227, 2003.

MOL, G.S. O uso de analogias no ensino de Química. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade de Brasília, Brasília, DF., 1999.

OLIVEIRA, M. A metáfora, a analogia e a construção do conhecimento científico no ensino e na aprendizagem. Uma abordagem didáctica. Dissertação de Doutoramento. Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa. 1996.