ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Uma nova maneira de se conscientizar com química: Drogas não caia nesse jogo!

AUTORES: Lopes Pascoal, K.L. (UECE) ; dos Santos Silva, N.B. (UECE) ; Freitas de Oliveira, L.R. (UECE) ; Sousa Gomes, F.F. (UECE) ; da Silva Gomes, R. (UECE) ; Pires Pereira, E.J. (UECE) ; Sampaio de Souza, R. (UECE) ; Tavares Cavalcanti Liberato, M.C. (UECE)

RESUMO: O consumo desenfreado de drogas atualmente transformou-se em um grave problema enfrentado por inúmeras pessoas em nosso país. A cada ano aumenta o numero de usuários e novas drogas de abuso são descobertas. Elas invadem famílias de todas as classes sociais e trazem problemas na saúde que são irreversíveis. Diante disso, principalmente professores vêm pensando em como introduzir no mundo jovem uma maneira de mostrar todos os problemas causados pelas drogas. Uma forma divertida e esclarecedora através de jogos vem sendo trabalhada por alunos do Grupo de Estudos sobre Drogas de Abuso do Curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceara. O objetivo desse trabalho foi criar um jogo onde a contextualização no ensino de Química seja usada no enfrentamento ao consumo de drogas.

PALAVRAS CHAVES: Drogas; Ensino de Química; Jogos Educativos

INTRODUÇÃO: A Química Orgânica normalmente trabalhada nas escolas continua dominada por concepções pedagógicas tradicionais onde o ensino é descontextualizado e o conhecimento fragmentado. Baseado no que diz Vygotsky (1996) a distância entre o que é trabalhado pelo professor e a vida dos alunos faz com que as aulas fiquem monótonas e os estudantes desmotivados, pois é um tipo de ensino que não provoca mudança de comportamento, uma vez que não gera aprendizagem com grandes significados. Assim, para desenvolver valores que possam servir de mediadores da interação do indivíduo com o mundo, a escola se torna o espaço ideal. A importância do diálogo para Freire (1976, p.43), valoriza a cultura mediadora de processos de aprendizagem, apontando para a identidade cultural como requisito básico para essa aprendizagem. Como ele cita em um dos seus trabalhos - Ser dialógico e vivenciar o diálogo, é não invadir, é não manipular, o diálogo é o encontro amoroso dos homens que, midiatizado pelo mundo, o pronunciam, isto é, o transformam e, transformando-o, o humanizam. O objetivo desse trabalho é uma proposta de ensino acerca do tema drogas, que foi utilizado para introdução e reconhecimento das Funções Orgânicas no 3º ano do Ensino Médio. A inter-relação cotidiana e sala de aula podem facilitar a compreensão dos conteúdos por parte dos alunos, diminuindo com isto a distância entre a escola e o cotidiano. Esta pesquisa iniciou-se a partir de uma pergunta que se tornou o problema básico a ser trabalhado: Como discutir sobre as drogas, seus mecanismos de ação e suas consequências, abordando Funções Orgânicas nas aulas de Química. O tema drogas foi colocado em questão sem perder de vista o enfoque introdutório das Funções Orgânicas.

MATERIAL E MÉTODOS: “Drogas, não caia nesse jogo” é o um jogo criado no Grupo de Estudos sobre Drogas de Abuso do Curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceará. É composto por um tapete contendo 24 bolinhas (6 da cor vermelha, 6 da amarela, 6 da cor azul e 6 da cor verde), uma roleta e 42 cartas-perguntas. O jogo pode ser aplicado pra 2,3, ou 4 jogadores. Esses jogadores se posicionam em cima do tapete de forma que cada jogador fique no meio de cada lado e fora dele fica uma pessoa que será o juiz do jogo. A função desse juiz é fazer as perguntas das placas, rodar a roleta dos comandos e verificar se os jogadores estão fazendo os comandos de forma certa. Em seguida, o juiz roda a roleta para saber qual o comando que os jogadores terão que fazer caso errem a pergunta. A primeira pergunta é feita e cada jogador terá que responder um de cada vez, caso algum jogador erre a resposta ele terá que respeitar o comando que apareceu na roleta. Caso contrário se algum jogador não errar a pergunta ele se manterá na mesma posição em que se encontra. Os jogadores ao mudarem de posição, não podem colocar nenhuma outra parte do corpo no tapete a não ser as mãos e os pés, caso isso aconteça ou ele caia, esse participante sai do jogo. O jogo termina quando restar apenas um jogador no tapete.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O jogo ‘’Drogas, não caia nesse jogo’’ foi aplicado na 9ª Escola de Verão de Química da Universidade Estadual do Ceará, para cerca de 50 alunos do Ensino Médio em uma escola pública da cidade de Cascavel-CE. Ao final do jogo foi apresentado aos jovens um questionário com perguntas sobre a utilização desse jogo em sala de aula. A maioria dos alunos respondeu que o jogo é uma ótima forma de informar e alertar os alunos sobre as drogas e suas consequências. Também foi feita uma entrevista com dois alunos e o professor responsável pedindo uma opinião em relação ao jogo. Segundo eles, o jogo foi bem aceito, necessário para uma melhor compreensão dos prejuízos causados pelas drogas, contribui para o aprendizado de Química, além de ser muito divertido.

CONCLUSÕES: Com a aplicação dos jogos em salas de aulas é percebida uma maior empolgação e vontade dos alunos em aprender, tornando-se bem mais atrativo do que apenas o método tradicional de ensino, ou seja, em uma aula aplicando-se jogos o conhecimento fica mais amplo, além de trazer maior participação dos alunos melhorando até mesmo a relação entre eles e entre aluno-professor.

AGRADECIMENTOS: À Universidade Estadual do Ceará - UECE

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: *VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1996
*FREIRE, P. e FAUNDEZ, A., Por uma pedagogia da pergunta. São Paulo: Paz e Terra, 1986
*FREIRE, Paulo. Entrevista concedida à repórter Amália Rocha da TV Cultura, em 1993,(gravada em vídeo).