ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: ANALOGIAS NO ENSINO DA QUÍMICA: uma análise de contextos na busca de construção de conhecimentos mais significativos.

AUTORES: Silva, E.M. (UNIFAP) ; Oliveira, E.J.M. (UEAP) ; Almeida, O.S. (UEAP) ; Lobato, C.C. (UNIFAP) ; Vieira, J.B. (UNIFAP) ; Coqueiro, P.E.V. (UEAP) ; Macêdo, W.J.C. (UFPA) ; Santos, C.B.R. (UNIFAP)

RESUMO: Considerando a importância do uso de analogias no ensino e os problemas de aprendizagem que o ensino da química apresenta, investigamos nessa pesquisa, como os alunos do 1º ano do Ensino Médio compreendem os modelos atômicos a partir das analogias usadas para apresenta-los e explica-los. Considerando que em uma das duas turmas foi ainda realizado uma intervenção, durante a aula da professora da turma com o intuito de frisar o uso das analogias, buscando a compreensão efetiva das mesmas pelos alunos. Os resultados obtidos foram que a utilização das analogias com eficiência torna o ensino da química mais produtiva, aproximando o aluno do conhecimento científico por intermédio de seus conhecimentos do seu cotidiano.

PALAVRAS CHAVES: Analogias; Modelos atômicos; Ensino - aprendizagem

INTRODUÇÃO: As várias contribuições da analogia na descoberta, desenvolvimento e avaliação de teorias científicas envolvem distintas formas e processos de representação, construção e uso de analogias. Dessa forma, analisar o conhecimento e, principalmente a maneira como este é apresentado ao lecionando acaba tendo prioridade com intuito de contribuir para o processo de ensinar e aprender (ABDOUNUR, 2003). A finalidade da aprendizagem significativa é a aquisição de novos significados e estes, por sua vez, são produtos da aprendizagem significativa. O cerne do processo de aprendizagem significativa é que, uma determinada ideia ao ser aprendida é relacionada de forma não arbitrária e substantiva (não literal) ao que o aprendiz já sabe, ou seja, relacionada a alguns aspectos relevantes existentes na sua estrutura cognitiva (AUSUBEL et al, 1980). A inadequação na sequência dos conteúdos passa uma visão bastante deformada da Química, o que dificulta a compreensão dos seus conceitos. Torna mais difícil compreender as relações entre os fatos, as leis, as hipóteses, as teorias, e os modelos científicos. Como resultado, a memorização de símbolos, nomes, fórmulas, leis, teorias, equações e regras passam a ser a principal atividade dos alunos de Química (BELTRAN & CISCATO, 1991).

MATERIAL E MÉTODOS: O referido estudo foi realizado nos municípios de Santana e Macapá, localizados no Estado do Amapá, sendo que Macapá assumindo a posição de capital do estado concentra grande parte da população do estado segundo o Censo realizado em 2010 pelo IBGE, cuja população do município é de 387.539 pessoas. Com este resultado o município é o mais povoado do estado do Amapá, possuindo mais da metade da população (59,75%), cuja população total é de 648.553 pessoas (IBGE, 2010). Para a realização deste estudo foram escolhidas duas escolas da rede pública de ensino do Estado do Amapá, uma no Município de Santana a escola BT, e outra no Município de Macapá a escola CA. As duas escolas estão localizadas nos centros das cidades recebendo alunos de diferentes bairros. Foram submetidas à pesquisa duas turmas de 1º anos, sendo uma turma em Santana e a outra em Macapá nos turnos manhã e noite, respectivamente. O estudo insere-se tanto na fala e opinião dos professores da disciplina química de ambas as escolas envolvidas, através da ação, como na do lecionando a cerca da utilização das analogias na abordagem de conceitos de química.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Tendo em vista as ideias e teorias apresentadas anteriormente, sobre a importância do uso de analogias no ensino de química e particularmente usando como exemplo o conteúdo dos modelos atômicos, investigamos, nessa pesquisa, como os alunos do Ensino Médio compreendem os modelos atômicos a partir das analogias usadas para apresentá-los e explicá-los, sabendo que o interesse do estudo é mostrar a efetiva utilização de analogias em todo o ensino de química. A partir das respostas das questões dos questionários, foi realizado um comparativo dos rendimentos entre os alunos da escola CA e da escola BT, dessa maneira, podemos analisar graficamente e detalhadamente o progresso que a escola BT obteve sobre a escola CA nas respostas das 04 questões referentes os modelos atômicos de Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr, que são as principais questões do questionário investigativo do aluno, pois e nessas questões que exploramos o entendimento dos alunos sobre as analogias que os modelos apresentam. Os dados podem ser observados na tabela 01 e no gráfico 1 É notória a diferença no desempenho dos alunos da escola CA e escola BT, comprovando que os usos de analogias nas explanações dos conceitos de química são uma forma eficaz de ajudar os alunos a compreender o conteúdo, mas que precisa ser bem elaborada e aplicada. Os dados foram analisados e plotados obtendo os seguintes resultados de acordo com a figura 1 O rendimento maior foi obtido na escola BT, onde foi realizada por nós a intervenção durante a aula da professora sobre os modelos atômicos. A intervenção teve como objetivo aproximar as analogias do conhecimento familiar dos alunos, onde utilizamos as analogias com uma atenção maior, com a devida preocupação de não criar uma ideia errônea aos alunos.

Tabela 1

Rendimento comparativo dos alunos das duas escolas sobre os quatro modelos atômicos abordados

Figura 1

Rendiamento dos alunos das escolas CA e BT nas questões 01, 02, 03 e 05 sobre os quatro modelos atômicos

CONCLUSÕES: Podemos dizer que as analogias acabam nos revelando aquilo que os professores sabem a respeito do conteúdo e o que os alunos conhecem para gerar conceitos para uma boa aprendizagem. As estratégias didáticas proporcionam aos professores um grande “leque” de opções, o que teoricamente é bom, pois a quantidade e diversidade de caminhos a seguir na abordagem de determinado tema, é de extrema importância para que se faça uma abordagem adequada que explora as diversas possibilidades de entendimento, e não só uma abordagem superficial, que poderá levar a resultados pouco interessantes.

AGRADECIMENTOS: Universidade Federal do Amapá - UNIFAP Universidade do Estado do Amapá - UEAP

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ABDOUNUR, O. J. Matemática e música: o pensamento analógico na construção de significados. 3. ed. São Paulo: Escrituras (Coleção Ensaios Transversais), 2003.

AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia Educacional. 2. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.

BELTRAN, N.; CISCATO, C. O. Química: parte integrante do projeto diretrizes gerais para o ensino de 2º grau núcleo comum (convênio MEC/PUC-SP). São Paulo: Cortez e Autores Associados, 1991.