ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Estágio Supervisionado: Investigando as aulas de Química no Ensino Médio

AUTORES: Ventura de Souza, R. (UESB) ; da Silva Adorni, D. (UESB)

RESUMO: Este trabalho tem por finalidade apresentar os dados obtidos durante a primeira etapa do Estágio Supervisionado II do curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB- campus Itapetinga, realizado durante o primeiro semestre/2011, onde se buscou observar o que ocorre durante as aulas de Química no Ensino Médio e as intervenções durante as mesmas. Os resultados obtidos nos mostram que mesmo com a miscigenação de alunos e turmas, algumas características parecem ser comum a todas ou quase todas, tais como: Capricho na realização das atividades, média dispersão das turmas, intervenções de ordem e disciplina do professor, ordem nas atividades realizadas entre outras.

PALAVRAS CHAVES: Ensino de Química; observação; ensino-aprendizagem

INTRODUÇÃO: O principal objetivo para as novas metas do Ensino de Química é acabar com os mitos que a cercam; que a disciplina é difícil e que não tem utilidade para a vida prática do aluno. A dificuldade é: como podemos acabar com estes mitos. Por onde devemos começar. Cabe ao professor buscar ferramentas e apontar os caminhos para a descoberta da ciência por parte de seus alunos. Mortimer e Scott (2002, p.286) afirmam que nas salas de aula de ciências, as interações entre o professor e os estudantes podem ser relacionadas a uma ampla variedade de conteúdos incluindo, por exemplo, a ‘estória científica’, aspectos procedimentais, questões organizacionais e de disciplina e manejo de classe. Cada um desses aspectos é importante para o trabalho do professor. Para que os alunos entendam a importância da Química e como ela está presente no seu dia-a-dia é necessário não apenas exemplos de sua utilização e sim que os mesmo compreendam ao longo da historia da ciência, como ela é importante para a vida da humanidade, onde os próprios alunos possam sozinhos atribuir um grau de importância a essa disciplina. O novo Ensino Médio, nos termos da lei, de sua regulamentação e encaminhamento, deixa de ser, portanto, simplesmente preparatório para o ensino superior ou estritamente profissionalizante, para assumir necessariamente a responsabilidade de completar a educação básica. Em qualquer de suas modalidades isso significa preparar para a vida, qualificar para a cidadania e a capacidade para o aprendizado permanente (Brasil, 2000). Com base em todas estas reflexões, sentimos a necessidade de conhecer o que acontece dentro da sala de aula. Quais as dificuldades encontradas pelos professores e alunos e quais as inovações que podem vir a surgir do decorrer das aulas de Química do Ensino Médio.

MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho apresenta um breve relato das observações feitas durante 18 aulas de Química em duas escolas do Ensino Médio que ocorreram entre os dias 11 de maio e 03 de agosto de 2011 nos três períodos letivos do Ensino Médio, em duas Escolas Estaduais do Município de Itapetinga- Ba, mediante a apresentação de um oficio de solicitação da UESB a instituição e a autorização por parte das mesmas. No total foram observadas 9 aulas duplas, perfazendo um total de observação de 18 horas/aula. As observações ocorreram nos três períodos letivos e seguiram uma ordem de roteiro proposto por Bassedas (1996, p.65-66). *Escola A: Localizado na região periférica da cidade, desde o ano de 1999. Possui 1.349 alunos, 43 professores, 24 funcionários, sendo um diretor geral, três vice-diretores, uma coordenadora pedagógica e uma secretária. Possui 12 salas de aula por turno, uma biblioteca pública um auditório, uma quadra de esportes, um laboratório de informática, um laboratório de ciências e um refeitório. * Escola B: Localizado na região periférica da cidade, desde o ano de 1951. Possui 1336 alunos, 62 professores, 30 funcionários sendo um diretor geral, três vice-diretores, uma coordenadora pedagógica e uma secretária. Possui 23 salas de aula, uma biblioteca, um laboratório de informática, um laboratório de manutenção de computadores, uma cantina, uma quadra de esportes. As observações ocorreram de forma orientada, onde se objetivou a descrição e ordem seqüencial das atividades: assunto; grau de globalização; vinculo entre as atividades; ritmo adaptado a toda a aula, pequenos grupos, individualmente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De forma geral, foi notável que os vínculos entre as atividades só foram estabelecido quando a aula iniciava-se com a continuação do assunto da aula passada. Todas as aulas observadas seguiram uma ordem e poderiam ser realizadas individualmente, em pequenos grupos, coletivamente e diferenciada. A maioria das aulas observadas conferiu-se compreensão por parte dos alunos, não houve contradições quanto à orientação das atividades e foi perceptível a organização do grupo/aula. Foi possível identificar diferenças nas atividades onde algumas foram centradas no professor, outras centradas nos alunos, em algumas, foi possível realizar duas ou mais atividades. O mesmo ocorreu na dispersão dos alunos e oscilações na estabilidade da atenção dos mesmos e na participação na tarefa em sala de aula. No diurno, em ambas as séries, a falta de atenção e conversas paralelas entre os alunos foi mais evidente. Segundo Guimarães, o atual desenvolvimento da área, as expectativas dos professores sobre como envolver os alunos com as atividades escolares podem ser concretizadas, em parte, na medida em que o ambiente escolar supra as necessidades psicológicas básicas dos estudantes. Por exemplo, dando oportunidades de escolha e tornando os alunos responsáveis pelas consequências de suas opções, compartilhando as tomadas de decisão, ouvindo e questionando os argumentos dos estudantes, entre outras estratégias. (GUIMARÃES, S. E.R., 2004, p.6). Podemos no geral afirmar que todas as atividades foram realizadas em tempo médio de execução. Em todas as séries observadas ocorreram intervenções do professor, principalmente, intervenções de disciplina, organização e reflexo. Na maior parte das turmas foi notável a existência de reflexão sobre as tarefas realizadas.

CONCLUSÕES: O estágio supervisionado, nos ajuda a entender melhor como podemos lidar com os diferentes tipos de turmas, turnos e séries e diferentes fatores podem interferir no processo de ensino aprendizagem e na relação professor - aluno. Assim é de fundamental importância esse contato prévio com uma turma, para que possamos identificar no dia a dia as teorias e hipóteses que estudamos teoricamente ao longo do curso de Licenciatura.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. MEC - SEMT. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, 2000.

BASSEDAS, Eulália. Intervenção educativa e diagnóstica psicopedagógico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

GUIMARÃES. S. E. R. O Estilo Motivacional do Professor e a Motivação Intrínseca dos Estudantes: Uma Perspectiva da Teoria da Autodeterminação. 2004, p.6.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/prc/v17n2/22466.pdf
Acesso em: 10/08/11

MORTIMER. E.F e SCOTT. P. Atividade discursiva nas salas de aula de ciências: uma ferramenta sociocultural para analisar e planejar o ensino. 2002, p.286.
Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/Ciencias/Artigos/mortimer_scott.pdf
Acesso em: 10/08/11