ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: LINGUAGEM DOS QUÍMICOS: ANÁLISE DAS DIFICULDADES E CONHECIMENTOS DOS ALUNOS SOBRE A TABELA PERIÓDICA E NOTAÇÕES QUÍMICAS

AUTORES: da Paz Santos, E. (UFS) ; Barbosa de Aquino, G. (UFS) ; Batista da Silva, G. (UFS) ; de França Silva, B.C. (FPD) ; da Silva Neto, H.G. (UFPE)

RESUMO: O trabalho tem como objetivo avaliar as dificuldades e conhecimentos dos alunos sobre Notações Químicas e a Tabela Periódica, fazendo uma relação com o cotidiano, uma vez que a Química apropria-se de uma linguagem específica, a fim de descrever aspectos técnico-científicos diante dos conteúdos abordados. Para categorizar e levantar as principais dificuldades e os conhecimentos dos alunos, foi aplicado um questionário contendo perguntas do conteúdo em questão a 140 alunos da 1ª série do Ensino Médio de três escolas públicas de Aracaju-SE. Os resultados indicaram que os estudantes possuem um conhecimento aquém do esperado, o que não se caracteriza como suficiente para a compreensão de mundo, apontando para uma reflexão no processo de ensino realizado atualmente.

PALAVRAS CHAVES: Linguagem dos Químicos; Tabela Periódica; Aprendizagem

INTRODUÇÃO: A Química é uma ciência que apropria-se de uma linguagem específica no que diz respeito aos conhecimentos técnico-científicos dos conteúdos abordados em sala de aula, principalmente quanto os conteúdos são ministrados de maneira tradicional, onde os alunos aprendem apenas conceitos, nomenclatura e fórmulas químicas. Diante disto, faz-se necessário realizar um ensino bem estruturado, aplicável e relevante aos estudantes, de modo que percebam a importância desta matéria e consigam interpretar e inseri-la em seu cotidiano. A questão mais importante é que a aprendizagem da Química é caracterizada, segundo ROQUE E SILVA (2008, p.923), pela detenção “de uma linguagem específica e apropriada para a descrição dos fenômenos materiais”. Por isso, as fórmulas, os símbolos, as reações químicas, etc., são apenas modelos imaginários utilizados no intuito de explicar e figurar a realidade, material ou um processo químico. ROSA E SCHNETZLER (19992, p. 24), nesse âmbito, caracterizam a linguagem dos químicos como a face sofisticada do conhecimento químico, especificado como nível simbólico ou representacional em que há a representação de “substâncias químicas por fórmulas e suas transformações por equações”, mas que não representam aspectos fidedignos à realidade atômica e/ou molecular. Na visão de DAMASCENO et. al. (2008, p. 01) as fórmulas e as equações químicas são mediadoras do conhecimento químico, e o sucesso do ensino e consequentemente de sua aprendizagem dependem da maneira como os professores trabalham e relacionam esta simbologia com outros aspectos do conhecimento químico. Assim, o trabalho tem como objetivo avaliar as dificuldades e o nível de conhecimento de alunos do Ensino Médio sobre Notações Químicas e a Tabela Periódica, fazendo uma relação com o cotidaiano.

MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho foi realizado no período de setembro a dezembro de 2011 com a participação de 140 alunos da 1ª série do Ensino Médio Regular em três escolas públicas da cidade de Aracaju – Sergipe. Para tal, aplicaram-se questionários semi-estruturados contendo 10 perguntas de conhecimentos formais da grade curricular relacionadas aos conteúdos Notações Químicas e Tabela Periódica. A pesquisa apresenta uma característica de cunho qualitativo/quantitativo, com fins exploratórios e descritivos. Tendo-se em vista que se desejava realizar uma análise do nível cognoscitivo e de compreensão dos estudantes quanto à linguagem utilizada quando se refere a conceitos e símbolos da química, os estudantes consultaram cadernos, tabelas periódicas e livros, todavia não tiveram nenhuma intervenção dos professores regentes das turmas, a fim de verificar o nível de conhecimento dos estudantes, mesmo com auxilio de informações.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Diversas pesquisas constatam o desinteresse discente no aprendizado da Química, uma vez que possuem dificuldades em aplicar e inserir os conhecimentos científicos curriculares em seu cotidiano. Tal resultado é expresso na análise da figura 01, na ocasião em que foi solicitado aos discentes que associassem os nomes dos elementos químicos aos devidos símbolos. Observou-se um maior percentual de acerto para os símbolos que possuem alguma relação com o nome, como é o caso do Magnésio, Carbono e Hidrogênio e Oxigênio, além disso, são elementos mais conhecidos e comentados tanto no dia a dia quanto nas aulas de Química. Todavia, pode-se observar que para alguns símbolos de elementos químicos o número de acertos é relativamente baixo. Além disso, muitos fazem comparações errôneas dos elementos químicos com a realidade deles, como “magnetismo” e “latão”, o que representa que a maior parte dos alunos não sabe sequer ler a tabela periódica. Os nomes dos elementos químicos mudam de acordo com as variações linguísticas de cada país, mas os símbolos são os mesmos para qualquer parte do mundo. Assim sendo, mesmo que muitos símbolos se pareçam com o nome do elemento, tal aspecto não deve ser mencionado como regra, pois alguns dos nomes derivam do latim, como é o caso do elemento Chumbo (Símbolo Pb, provém do latim Plúmbeo) e do elemento Prata (Ag, provem de Argênteo) que possuem símbolo e tradução para a língua portuguesa muito diferentes. Os dados coletados indicaram a discordância e não correlação desses dois conteúdos, conforme apresentado na figura 02, em que apenas a minoria dos estudantes acertou completamente. Além disso, os alguns dos alunos entrevistados demonstram confundir as notações químicas com as próprias substâncias.

Elementos Químicos

Figura 01. Resultados obtidos com questionamento quanto aos nomes dos elementos químicos.

Notações Quimicas

Figura 02. Resultados para a correlação feita pelos estudantes sobre as notações químicas.

CONCLUSÕES: A aprendizagem de Química deve propiciar ao aluno a formação de uma visão holística de mundo, proporcionando um novo olhar sobre os conteúdos de modo que possa exercer criticamente sua cidadania em uma sociedade democrática. Por isso, o ensino, nesse caso da Tabela Periódica e das Notações Químicas, deve servir como meio de alfabetizar cientificamente os estudantes, inculcando ideias corretas, pertinentes à aplicação da Química no cotidiano.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DAMASCENO, H.C.; BRITO, M.S.; WARTHA, E.J. As representações mentais e a simbologia química. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química – XIV ENEQ, 2008. 12p.

ROQUE, N.F.; SILVA, J.L.P.B. A Linguagem Química e o Ensino da Química Orgânica. Química Nova, Vol. 31, N°4, 2008, p. 921-923

ROSA, M.I.F.P.S.; SCHNETZLER, R.P. Sobre a importância do conceito transformação química no processo de aquisição do conhecimento químico. Química Nova na Escola, n°8, 1998, p.31-35.