ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Clube de ciências: auxiliando o aprendizado de alunos do ensino fundamental no município de São Miguel do Guamá.

AUTORES: Araújo Teles do Vale, T. (UEPA) ; Ramos da Silva, I. (UFPA) ; da Silva Carneiro, M.R. (UEPA) ; Lopes Ramos da Silva, I. (UFPA) ; Castro Oliveira, L. (UEPA) ; da Costa Ramos, G. (UEPA) ; de Jesus Farias dos Reis, A. (UEPA)

RESUMO: O ensino de química não é repassado nas escolas como deveria, uma vez que este aborda uma metodologia totalmente distante do cotidiano e consequentemente da atenção do discente, prejudicando a aprendizagem e tornando a disciplina monótona e maçante. Sendo assim, procuramos através do projeto clube de ciências proporcionar uma aprendizagem significativa em química, promovendo o discente de um mero espectador, para o efetivador principal do processo ensino-aprendizagem.

PALAVRAS CHAVES: Ensino; aprendizagem; Experimentação

INTRODUÇÃO: É de conhecimento comum que os alunos do ensino fundamental apresentam certa dificuldade à possibilidade de correlacionar os assuntos científicos com suas vivências, aqui entendidas como experiências escolares, cotidianas, sociais e culturais (INSTITUTO APRENDA.BIO, 2011). Diversos fatores contribuem para esta realidade, como a falta de capacitação dos professores, a situação atual das condições de trabalho do educador, a falta de interesse dos estudantes, a infra-estrutura subdesenvolvida das instituições de ensino, entre outros. Entretanto, esta crise gera reflexão, o que possibilita oportunidades para se propor alternativas que possam ir ao encontro das expectativas dos alunos diante ao ensino de ciências. (POZO; CRESPO, 2009; DELOZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002 apud BUCK & SCHROEDER, 2011) A criação de um espaço de estudo que possibilite que os discentes contribuam de forma autônoma e supervisionada implica em um desenvolvimento interativo, participativo e organizacional, possibilitando a construção do conhecimento científico, desenvolvendo assim, habilidades e competências intelectuais e comportamentais, a criatividade e a capacidade de soluções de problemas.(INSTITUTO APRENDA.BIO, 2011). Por estas qualidades criamos o clube de ciências, um local onde os alunos da rede publica de ensino fundamental de São Miguel do Guamá, têm a possibilidade de, no contra-turno, desenvolverem suas habilidades como pesquisadores científicos, instigando-os para resolução de problemas e realização de experiências químicas.

MATERIAL E MÉTODOS: O Clube de ciências funciona no núcleo XI da Universidade do Estado do Pará (UEPA) em São Miguel do Guamá. Os alunos da rede pública de ensino fundamental são convidados a se inscreverem como sócios do clube, ganhando acesso ao laboratório de informática (espaço para pesquisa e resolução de duvidas) e ao laboratório de bioquímica (espaço para a realização de experiências) da Universidade. Inicialmente os sócios recebem aulas sobre noções de biossegurança, em seguida são incentivados para a pesquisa cientifica, sendo orientados por um monitor voluntário para a experimentação, pesquisando, preferencialmente, experiências de química cujos materiais sejam de uso diário e de fácil acessibilidade. As atividades são realizadas uma vez por semana no contra-turno dos alunos inscritos. É importante ressaltar que os próprios discentes são responsáveis pela escolha e realização das experiências, priorizando a complementação do conhecimento adquirido na escola. No final de cada semestre os sócios fazem uma avaliação do projeto, criticando o desenvolvimento das atividades e contribuindo para seu aprimoramento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Sob os olhos de 100% dos discentes, o projeto clube de ciências proporcionou uma maior interação com a disciplina de química, possibilitando-os discernir informações que antes pareciam ser incompreensíveis, apurando suas habilidades cognitivas no que diz respeito a ciências e despertando aptidões para o ramo cientifico e acadêmico. De forma unânime, as atividades efetivadas pelo projeto foram capazes de desenvolver a autonomia dos alunos, usufruindo-se das pesquisas realizadas para despertar a reflexão, o saber científico, cultural e social dos educandos. Por meio das experiências químicas, 59% dos discentes alegam que adquiriram um maior contato com a disciplina de química, uma vez que em suas instituições de ensino, esta ciência é estudada predominantemente em sua forma teórica, não instigando a observação e a investigação que são essenciais para o desenvolvimento intelectual e social, dentro e fora da sala de aula. De acordo com 41% dos alunos, as atividades experimentais, forneceram subsídios para se observar e analisar a química atuante em nosso cotidiano, consequentemente facilitando a aprendizagem da disciplina. Estes resultados corroboram que o projeto é uma importante alternativa para aprimorar o ensino de ciências nas escolas do ensino fundamental, uma vez que um espaço reservado para que o aluno possa "fazer ciência" é indispensável para a progressão da curiosidade e da criatividade, contribuindo para a ampliação das competências e habilidades esperadas pelo ensino dessa disciplina.

CONCLUSÕES: Por meio dos resultados que obtivemos, através das atividades do Clube de Ciências, podemos perceber que os alunos agora enxergam uma disciplina de química presente em nosso cotidiano, prazerosa de se estudar, interessante de se entender, desenvolvendo assim competências valorosas para o crescimento intelectual, como a cooperação, a observação e a pesquisa, ratificando a importância de se possuir um espaço de estudo dinâmico e acolhedor para o aprimoramento do ensino de química.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: INSTITUTO APRENDA.BIO. Projeto Educacional – Clube de Ciências Ensino Médio e Fundamental II. São Paulo, 2011. Disponível em: http://www.aprenda.bio.br/portal/wp-content/uploads/2011/05/Projeto-Educacional-Clube-de-Ci%C3%AAncias.pdf Acessado em: 5 de julho de 2012
BUCH, Gisele Moraes; Schroeder, Edson. CLUBES DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO CIENTÍFICA: CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES COORDENADORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE BLUMENAU (SC). IV Simpósio Latino Americano e Caribenho de Educação em Ciências doInternational Council of Associations for Science Education (ICASE), 2011. Disponíve em: http://www.uel.br/ccb/biologiageral/eventos/erebio/comunicacoes/T176.pdf Acessado em: 5 de julho de 2012