ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O USO DO JOGO “ORGÂNICA MOL” COMO MOTIVADOR DA APRENDIZAGEM DOS CONCEITOS DE QUÍMICA ORGÂNICA.

AUTORES: Dionizio, T.P. (IFRJ) ; Monteiro, C.V.O. (IFRJ) ; Castro, D.L. (IFRJ) ; Nascimento, R.S. (IERP) ; Jesus, V.L.B. (IFRJ) ; Souto, K.C. (IFRJ) ; Pinto, K.G.A. (IFRJ)

RESUMO: Fazer um vínculo entre o cotidiano do aluno e o conhecimento escolar é uma dificuldade que ainda vem sendo encontrada pelos professores, o que acaba desmotivando e proporcionando o desinteresse do aluno pelo conteúdo escolar. Através do PIBID, um programa, financiado pela CAPES, com o intuito de facilitar o processo de ensino aprendizagem dos alunos da rede pública, foi desenvolvida, em turmas do ensino médio (formação de professores) do Instituto de Educação Rangel Pestana, um jogo denominado “Orgânica Mol”, com o objetivo de montagens de moléculas orgânicas, partindo do princípio da sua importância e curiosidade destas, presentes no cotidiano do aluno.

PALAVRAS CHAVES: Ensino de química; PIBID; Formação de professores

INTRODUÇÃO: Não entender o significado, a importância ou até mesmo não contextualizar o conteúdo proposto, são fatores que influenciam para uma maior dificuldade do aprendizado de conceitos químicos. Através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, financiado pela CAPES, com o intuito de facilitar o processo de ensino aprendizagem dos alunos da rede pública, foi desenvolvido, em 3 turmas de 4º ano de Ensino médio na modalidade formação de professores do Instituto de Educação Rangel Pestana, um jogo denominado Orgânica Mol. Segundo Macedo (2000) “... mediante os jogos didáticos, vários objetivos relacionados à cognição podem ser contemplados, não somente àqueles associados aos conteúdos específicos, mas sobre tudo a socialização, motivação, criatividade e agilidade no raciocínio, constituição das estruturas lógicas, coordenação das ações no trabalho em comum e na troca verbal”. Ensinar ciências é sempre um grande desafio para os professores, principalmente com a necessidade de construir uma relação entre a teoria e o cotidiano dos alunos. De fato, para eles, as práticas experimentais geram um grande interesse e são caracterizadas como motivadoras e lúdicas. Segundo Vygotsky (1989), o jogo didático auxilia no desenvolvimento de raciocínio e habilidades, facilitando o aprendizado de conceitos, além de incentivar o trabalho em equipe e a relação aluno-professor.

MATERIAL E MÉTODOS: Este jogo foi aplicado no Instituto de Educação Rangel Pestana em 3 turmas de 4º ano, totalizando 97 alunos e 1 professor envolvidos na pesquisa. O jogo é disposto por dois montes de cartas. O primeiro, com nomes de moléculas orgânicas especificando a importância da determinada função e curiosidades sobre a molécula no cotidiano do aluno. O segundo monte de cartas é composto por átomos e ligações químicas. Os alunos devem se dividir em grupos (de 2 a 4) e logo após inicia-se o sorteio de uma molécula. Depois de sorteada e dita suas utilidades os alunos terão que achar no segundo monte de cartas os átomos e ligações e montar corretamente a molécula. O objetivo do jogo é chegar a montagem correta da molécula. Ao final da pesquisa os alunos foram avaliados por meio de um pequeno questionário que buscava avaliar se a metodologia aplicada facilitou o aprendizado em química e se foi visível a relação química-cotidiano.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Todas as turmas em que o jogo foi aplicado foram divididas em 4 grupos, pois tratavam de turmas que variavam de 27 a 38 alunos cada uma e para que todos tivessem um bom acesso aos montes de cartas precisavamos de no máximo 10 alunos por grupos (dispostos em círculos). No inicio do jogo, tiveram alunos que não queriam jogar justificando que orgânica era “muito difícil”, “uma matéria chata”, e até mesmo que nunca tinham ouvido falar nesse assunto. Contudo, o desafio foi proposto e se por acaso eles não gostassem dessa metodologia poderiam parar com a atividade. Durante a atividade os alunos que antes estavam meio travados se interessaram pelo assunto, pois puderam vincular moléculas que já tinham ouvido falar mas que não sabiam a utilidade com o cotidiano. Na hora da montagem tiveram dificuldades, visto que se tratava de alunos da modalidade de ensino formação de professores em que só tinham estudado química orgânica no 2º ano e já estavam no 4º. Alguns se destacaram por estarem cursando o pré- vestibular e estes foram de grande auxílio aos colegas que não se lembravam do assunto. Ao final da montagem, p/ os grupos que não tinham acertado, era esquematizada, no quadro, a molécula sorteada e tirada algumas duvidas expostas pelos alunos. Após as explicações, uma nova molécula era sorteada. Esta abordagem nos proporcionou um resultado surpreendente, pois ao final da atividade podemos comprovar, através de pesquisa feita com os próprios alunos, que 92% deles gostaram da atividade proposta e da relação feita entre as moléculas e seu cotidiano, 96% afirmaram nunca terem participado de aulas lúdicas de química e 87% dos alunos disseram ser primordial para o ensino de química ter algumas vezes uma aula diferenciada, assim como este jogo didático inserido.

CONCLUSÕES: Esta atividade proporcionou a contextualização da química estabelecendo uma relação entre o conhecimento científico e cotidiano do aluno, além de contribuir para o processo de aprendizagem do aluno no conhecimento de novos conceitos e curiosidades de forma agradável e prazerosa, contribuindo para a melhor relação e um menor distanciamento entre aluno e professor.

AGRADECIMENTOS: Ao IFRJ – Campus Nilópolis pela oportunidade da Pesquisa, à CAPES pelas Bolsas de Iniciação à Docência e ao IERP pela participação no projeto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] MACEDO, L. Aprender com jogos e situações problemas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
[2] VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
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