ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O uso da Ludicidade como ferramenta eficaz no Ensino de Química, orientando formas corretas de descarte de resíduos contendo farinha de mandioca, pilhas, papel e mercúrio.

AUTORES: Luz, T.N.A. (UFPA) ; Silva, H.N.C. (UEPA) ; Rosa, C.R. (UEPA)

RESUMO: O Ensino de Química em geral é realizado de forma tradicional, dificultando o interesse do aluno pelos conteúdos. E para que os mesmos reconheçam a Química em seu cotidiano, relacionamos química e meio-ambiente através da ludicidade, criando um “Jogo” com painéis temáticos de perguntas e respostas sobre quatro materiais do cotidiano dos alunos e que muitas vezes são descartados sem tratamento adequado, são estes: mercúrio, pilhas, farinha de mandioca e papel. Observamos a aceitação da maioria dos alunos possibilitando a inclusão deste jogo como ferramenta facilitadora do processo de ensino-aprendizagem. Concluímos que o uso da ludicidade seria uma forma de complementar o conhecimento teórico, pois observamos um aumento no interesse coletivo e o desenvolvimento social dos alunos.

PALAVRAS CHAVES: Educação Ambiental; Atividades Lúdicas; Ensino de Química

INTRODUÇÃO: A atual situação da educação nos mostra o interesse por novas metodologias para que haja uma maior interação entre educador e educando, para que os conteúdos trabalhados em sala de aula se tornem facilmente compreendidos. Diariamente, deparamo-nos com uma variedade de informações, que vão desde o descobrimento de novas tecnologias ao aumento desenfreado da degradação ambiental, ou seja, a obtenção de uma enorme quantidade de informações, em um curto espaço de tempo. E a indicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) é que o papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades [...] aponte para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos. O crescimento constante das populações vem gerando grande problemática ambiental, pois quanto maior é a população humana, maior é o consumo de alimentos e recursos naturais. Tendo em vista esses fatos e visando a melhoria da educação e tomando por base o tema transversal proposto pelos PCN’s que envolve o meio ambiente, pensamos na criação de um jogo que atrairá o interesse do aluno as questões ambientais, abordando química e a educação ambiental, de forma natural e divertida. Deste modo, estaremos mudando a metodologia tradicional, para atrair a atenção dos alunos envolvendo-os em conhecimentos importantes para sua formação como cidadãos conscientes dos problemas ambientais atuais, para realizar o que diz Santana (2010) oportunizar [...] a interlocução de saberes e o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo. Os alunos serão os transmissores do conhecimento à sua comunidade, mudando aos poucos a forma que tratam o meio ambiente, almejando uma conscientização ambiental, pois os mais afetados pelo mau uso dos recursos naturais serão eles próprios e seus descendentes.

MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente identificamos, por meio de estudos e pesquisas bibliográficas, os conceitos sobre Ludicidade, Educação Ambiental, discussões sobre a valorização da Educação Básica, assim como também definimos os materiais a serem abordados nas discussões. Paralelamente esboçamos o jogo que envolve a participação de professores e alunos, mostrando a eles dois caminhos que podem ser seguidos: um caminho leva à degradação do meio ambiente e o outro a um desenvolvimento sustentável. Os materiais escolhidos foram os resíduos de papel, mercúrio, farinha de mandioca e pilhas, materiais que estão presentes no nosso lixo. Para aplicação da pesquisa foram escolhidas turmas da 8ª série do Ensino Fundamental pertencentes a uma Instituição de Ensino Público da Região Metropolitana de Belém–PA. A primeira etapa foi composta pela aplicação do questionário prévio contemplando 64 alunos, e a segunda foi o desenvolvimento do jogo e em seguida aplicação do questionário de avaliação no total de 67 alunos avaliados. Em cada turma houve a divisão em dois grupos de forma aleatória, e cada grupo deveria escolher um tipo de material, dentre as quatro opções que havia para dar inicio ao jogo. Com o material escolhido o grupo deveria responder a três perguntas referentes à poluição causada pelo material, cada resposta correta o grupo ganha um ponto e a cada resposta errada o ponto é dado ao professor. Se a maioria das respostas fosse errada era apresentado o destino dos resíduos “lado ruim”, que consistia no descarte inapropriado do material gerando poluição. Mas se o grupo tivesse mais respostas certas eram mostrados os dois lados: o “lado ruim” e o “lado bom”, onde eram apresentados informações sobre o processo de fabricação e a forma adequada de descarte do material em questão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os questionários para levantamento dos conhecimentos prévios foram aplicados para 32 alunos de cada turma. Quando questionados sobre a importância de aprender assuntos relacionados à Educação Ambiental, 100% concordaram com a importância da Educação Ambiental. E quando questionados “Você tem aulas de Educação Ambiental?”, no gráfico 1 observamos que a maioria da turma 1 afirmou não ter aulas frequentes de educação ambiental (1A) porém um percentual relevante de alunos afirmou que as aulas sobre a temática ocorrem às vezes variando de professor para professor (1B). Já na turma 2 a maioria afirmou ter aulas esporádicas sobre a temática ambiental (2B) contudo um percentual um pouco menor afirmou não haver aulas de educação ambiental (2A), com isso percebemos que os alunos da turma 2 ficaram divididos. Evidenciando como é complicado para um aluno do último ano do ensino fundamental diferenciar práticas da temática ambiental. Após a aplicação do jogo, foi feita a avaliação da atividade através de questionários avaliativos para 32 alunos na turma 1 e 35 alunos na turma 2. Quando questionados “Você gostaria que tivessem mais aulas desse jeito, onde seriam trabalhados mais jogos educativos?”, o gráfico 2 mostra que na turma 1 e na turma 2 a maioria dos alunos afirmou “sim, pois com o jogo a aula fica mais divertida e eu aprendo mais fácil”, confirmando o pensamento que eles tinham já no questionário prévio: a facilidade em aprender a temática através dos jogos educativos, pois facilita a compreensão sobre a aula e deixa a aula mais interessante e menos maçante. Relembrando que os jogos têm por função promover uma melhor relação professor-aluno e aluno-conteúdo, objetivando vencer o jogo e compreender o conteúdo.

GRÁFICO 1

FONTE: LUZ, T.N.A; SILVA, H.N.C. 2011. PAG - 55

GRÁFICO 2

FONTE: LUZ, T.N.A; SILVA, H.N.C. 2011. PAG - 63

CONCLUSÕES: O estudo desenvolvido por este trabalho consistiu na produção de um jogo didático, uma ferramenta que tem como objetivo auxiliar o aprendizado da disciplina Química, pelos alunos da 8a série do Ensino Fundamental. As perguntas questionavam como deveria ser o comportamento do aluno com o meio ambiente. Com os resultados podemos concluir que só a partir de uma educação de qualidade será possível dar aos alunos uma perspectiva de um futuro melhor, onde teríamos uma relação harmônica com a natureza, valorizando a ideia de um desenvolvimento sustentável.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL, Secretaria de Educação Ambiental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde-Brasília: Secretaria da Educação Fundamental, 2001.
SANTANA, Eliana Moraes de. A Influência de Jogos e Atividades no Ensino e Aprendizagem de Química. Cefet-MG. Disponível em:< http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos_senept/anais/terca_tema1/TerxaTema1Artigo4.pdf> Acesso em 14 de março de 2011.