ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Diagnóstico da execução de atividades práticas no ensino de Química dos Colégios Estaduais do município de Amargosa/Ba: Dificuldades encontradas pela experimentação química

AUTORES: Evangelista Silva, E. (UFRB) ; Antonio Albuquerque Dourado, G. (UFRB) ; Souza de Jesus, I. (UFRB) ; Cerqueira Fadigas, J. (UFRB) ; Santos de Sousa, C. (UFRB)

RESUMO: No presente trabalho, apresentamos resultados obtidos através de uma investigação feita por bolsistas do programa PIBID – subprojeto de Química da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, onde se buscou diagnosticar as condições de experimentação no ensino de química dos Colégios Estaduais do município de Amargosa/Ba, os quais são responsáveis pelo ensino médio e técnico do município. Através de visitas e questionários aplicados a professores, pode- se observar que a experimentação no ensino de química no município é pouco desenvolvida nos Colégios investigados, devido à falta de técnicos nos laboratórios, bem como, a falta de formação da maioria dos professores e problemas nos laboratórios, evidenciando as dificuldades encontradas pela experimentação Química no município.

PALAVRAS CHAVES: experimentação; ensino de química; diagnostico

INTRODUÇÃO: A Química é uma Ciência eminentemente experimental, nesta perspectiva, a realização de práticas experimentais auxilia na compreensão dos conteúdos teóricos. Além de ser uma estratégia eficiente que permite a contextualização e o estímulo de questionamentos de investigação (Guimarães, 2009). É de conhecimento dos professores de Química o fato da experimentação despertar um forte interesse entre alunos de diversos níveis de escolarização (Giordan, 1999). A maioria dos professores não ministra aulas práticas, embora as considere importantes e reivindiquem condições para tal. Segundo Francisco e cols. (2008), um envolvimento vívido pode ser compreendido, tendo por base o próprio pensamento freiriano, como a práxis (ação e reflexão) do aluno frente ao desafio que, no caso, é a interpretação do experimento. Ação e reflexão não podem ser destituídas uma da outra. A ação precisa estar diretamente relacionada a um pensamento reflexivo, para que de fato, o elo construído entre a motivação e aprendizagem ocasione progressos em termos conceituais. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei no 9.394 de 20 de dezembro de 1996, seção IV do Ensino Médio, art. 35, parágrafo IV, salienta que esta etapa do ensino terá como objetivo “a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina”(Brasil 1996). De acordo com os resultados do diagnóstico realizado, apesar de ter esse direito assegurado na lei, os alunos não vivenciam esta realidade, isto porque, as escolas não dispõem de laboratórios, e as que possuem, sofrem com a falta de condições para uso, e ausência de profissionais qualificados, requisitos essenciais para o desenvolvimento das aulas praticas.

MATERIAL E MÉTODOS: Nesta perspectiva, o presente trabalho trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, e tem por finalidade, diagnosticar as conseqüências da realização ou não de práticas experimentais no ensino de Química. Assim, foi aplicado questionários aos professores das respectivas Instituições de Ensino do município de Amargosa-Ba: Colégio Estadual Pedro Calmon, Colégio Estadual Santa Bernadete e Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) do Vale do Jiquiriçá. As perguntas estavam relacionadas a estrutura física dos laboratórios, caso existissem; a formação dos profissionais, bem como, a freqüência da realização de experimentos e a influência do desenvolvimento de práticas experimentais no aprendizado do ensino de Química.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As áreas de formação dos professores que estavam atuando no Ensino Médio, durante o período de execução da pesquisa encontram-se na Figura 1, sendo definidos como “outros” os professores que não possuem formação superior ou estão com ela em andamento. Apenas 12,5% possuem formação em Química. Dentre as escolas visitadas, 2 (66,7%) possuíam laboratórios com condições mínimas necessárias para uso. De acordo com as informações dos docentes destes colégios, em apenas 1 (50%) eram realizados experimentos, enquanto que, na outra, devido a falta de qualificação dos professores, não eram desenvolvidas estas práticas. Através dos dados coletados, observou-se também que nenhuma das instituições apresentava técnicos responsáveis pelo laboratório, tendo em vista sua importância, pois a carga horária do docente do Ensino Médio está direcionada exclusivamente para o ensino teórico, restando pouco tempo para o preparo de atividades experimentais. Os dados mostram também que nenhum dos docentes realiza experimentos em sala de aula.

Gráfico



CONCLUSÕES: O resultado da pesquisa nos permite evidenciar as maiores dificuldades encontradas pela experimentação no ensino de Química nas instituições de Ensino médio no município de Amargosa-Ba. Fatores como falta de laboratórios nas escolas, inexistência de técnicos, e a falta de professores laboratoristas são os entraves que não permitem a realização de boas práticas. Estes resultados nos da subsídio para desenvolver métodos eficazes que possam de forma efetiva minimizar ou ate mesmo sanar estes problemas.

AGRADECIMENTOS: Aos Colégios Estaduais Pedro Calmon e Santa Bernadete e ao Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) do Vale do Jiquiriçá. Ao PIBID e a CAPES.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] GUIMARÃES, C. C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola v. 31, p. 198-202, 2009.
[2] GIORDAN, M. O papel da experimenta¬ção no Ensino de Ciências. Química Nova na Escola v. 10, p. 43-49, 1999.
[3] BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
[4] GIMENEZ, S. M. N.; ALFAYA, A. A. S.; ALFAYA, R. V. S.; YABE, M. J. S.; GALÃO, O. F; BUENO, E. A. S.; PASCHOALINO, M. P.; PESCADA, C. E. A.; HIROSSI, T.; BONFIM, P. Diagnósticos das Condições de Laboratórios, Execução de Atividades Práticas e Resíduos Químicos Produzidos nas Escolas de Ensino Médio de Londrina – PR. Química Nova na Escola n. 23, p. 32-36, 2006.