ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O ENSINO DE QUÍMICA PARA DEFICIENTES VISUAIS ATRAVÉS DA CONFECÇÃO DA TABELA PERIÓDICA EM BRAILLE E EM ALTO RELEVO

AUTORES: Oliveira, D.F.L. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Noleto, A.P. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Ramos, W.S. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Santos, E.T.G. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Santos, R.S. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Dutra, M.M. (IFMT-CAMPUS CONFRESA) ; Guimarães, D.N. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Sfredo, J.R.S. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Scariot, W.O. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Lopes, V.S. (IFMT - CAMPUS CONFRESA)

RESUMO: Nos dias de hoje a inclusão escolar é um dos temas muito discutidos no campo educacional, pois é vasta a oferta de legislações que amparam o atendimento educacional para pessoas com deficiência. Estas discussões também estão sendo realidade na região do Baixo Araguaia - MT, para tanto este projeto apresenta uma alternativa para se trabalhar o ensino de química com o Deficiente Visual através da construção de uma Tabela Periódica em Braille e em Alto Relevo visando facilitar a aprendizagem do respectivo conteúdo nas escolas públicas de Confresa/MT.

PALAVRAS CHAVES: tabela periódica; Braille; alto relevo

INTRODUÇÃO: O IFMT Campus Confresa tem promovido ações que visam à melhoria do ensino e mediante este processo os alunos do Ensino Médio Técnico e Superior tem desenvolvido projetos de pesquisa e extensão com objetivo de tornar estas ações reais. Neste sentido acadêmicos do Curso de Licenciatura em Ciências da Natureza com Habilitação em Química desenvolveram um projeto voltado para inclusão de pessoas com deficiência visual, segundo (ALVES, 2011) para que possamos incluir, devemos respeitar e querer desenvolver o indivíduo em todos os aspectos dentro do processo de aprendizagem (...) através de atividades não só específicas, mas transformadas e adaptadas. Sabendo que o professor é o ser atuante da sala de aula é preciso que o mesmo tenha habilidades para trabalhar com uma vasta diversidade de alunos, incluindo-se também os alunos com deficiência visual. Mediante esta situação cabe ao professor criar um ambiente de aprendizagem com materiais pedagógicos em que todos os alunos tenham a oportunidade de participar do processo de ensino e aprendizagem seja ele deficiente ou não. Ao analisarmos a tabela periódica (USBERCO, 2006) nos coloca que os elementos químicos estão dispostos em ordem crescente de número atômico, originando na horizontal (em linhas) os períodos e, na vertical (em colunas), as famílias ou os grupos. Mas como fazer para que um aluno com deficiência visual possa perceber estes aspectos? Em atendimento a este questionamento o presente trabalho tem como objetivo tornar real o processo de ensino-aprendizagem em Química para o deficiente visual, através da confecção da Tabela Periódica em Braille e em Alto Relevo. Desta forma o aluno deficiente visual vai ter a possibilidade de conhecer como a tabela periódica é formada e como ocorre a distribuição dos elementos química.

MATERIAL E MÉTODOS: Observando os meios mais adequados e pertinentes para a confecção da Tabela Periódica em Braille e Alto Relevo que facilite ao aluno deficiente visual ter um aprendizado significativo e compreensão da mesma, serão utilizados os seguintes materiais: cartolina onde serão desenhados os traços geométricos para identificar a localização de cada elemento químico, barbante que será fixado em cima dos traços, cola branca para fixar os objetos, régua para medir os traços da tabela periódica, lantejoulas de diferentes formatos para a diferenciação dos elementos químicos, tinta, pincel atômico, papel sulfite de várias cores e reglete e punção para a escrita Braille para que estes compreendam o símbolo químico do elemento, seu número atômico e seu número de massa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Garantir o acesso e permanência na educação é um direito constitucional de todo cidadão brasileiro; cabe às escolas atender a vasta diversidade de seus alunos, incluído aqueles que necessitam de um atendimento educacional especializado como, por exemplo, os alunos cegos. Se para os ditos “normais” a química é algo que muitas vezes apresenta dificuldades, imagine como deve ser para o deficiente visual compreender as informações que são repassadas pelo professor quando o conteúdo diz respeito à Tabela Periódica. Através deste trabalho de confecção de uma Tabela Periódica em Braille e Alto Relevo, o aluno com deficiência visual tem a oportunidade de obter um aprendizado significativo e desta forma adquirir conhecimento dos elementos químicos apresentados na tabela periódica. Ao criarmos a Tabela Periódica em Braille e em Alto Relevo estamos atuando como um agente capaz de promover e desenvolver as habilidades do educando, pois é muito importante que este indivíduo se sinta apoiado e ajudado e que não seja julgado por todos que o cercam, reforçando suas dificuldades (ALVES, 2009). O presente trabalho reforça um dos princípios da educação especial, que é a inclusão educacional de deficientes visuais, pois nós acadêmicos do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza com Habilitação em química realizamos o mesmo com o objetivo de oferecer a nossos futuros alunos um material didático que ofereça condições para que os alunos com deficiência visual participem efetivamente do processo de aprendizagem. Não foi possível testar a tabela com deficientes visuais, pois em nosso município não temos alunos matriculados, mas acreditamos que este seja um recurso didático-pedagógico indispensável para as aulas de química, e ainda, a mesma esta em construção e será apresentada no 52° CBQ.

CONCLUSÕES: A Tabela Periódica em Braille e em Alto Relevo será o início de um processo de inclusão inovador para a região do Baixo Araguaia - MT, pois através de trabalhos como este é que podemos incluir os alunos com necessidades educativas especiais. Trabalhos e materiais didáticos voltados para a área da inclusão educacional são pouco explorados nesta região; esperamos que este trabalho seja o início de muitos e que o aluno ao se deparar com a Tabela Periódica em Braille e Alto Relevo obtenha não só habilidades de compreensão, mas sim conhecimento para o mundo do trabalho e vivência do dia-a-dia.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos primeiramente a Deus e em seguida ao IFMT campus Confresa pela iniciativa e por ter acreditado nos nossos esforços e luta pela INCLUSÃO.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ALVES, Fátima. Inclusão: muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2009.
USBERCO, João. Química, volume único. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm> Acesso em: 21 de jun. 2012.
MAZZOTTA, Marcos J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2011.
PERRENOUD, Philippe. A pedagogia na escola das diferenças: fragmentos de uma sociologia do fracasso. 2º ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.