ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O Projeto Político Pedagógico como análise para o desenvolvimento da postura ética e compromissada do aluno bolsista com a educação para o aperfeiçoamento teórico e metodológico da prática pedagógica.

AUTORES: Nascimento, Q.C.S. (IFG - CÂMPUS ITUMBIARA) ; Reis, A.F. (IFG - CÂMPUS ITUMBIARA) ; Tizzo, D.F. (IFG - CÂMPUS ITUMBIARA) ; Oliveira, L.R.S. (IFG - CÂMPUS ITUMBIARA) ; Silva, V.H. (IFG - CÂMPUS ITUMBIARA) ; Araujo, S.C.M. (COLÉGIO ESTADUAL DOM VELOSO) ; Rezende, G.A.A. (IFG - CÂMPUS ITUMBIARA)

RESUMO: O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) atua no curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Goiás – Câmpus Itumbiara, e propiciona experiências teóricas e práticas que aproxime os licenciados de sua área profissional. O contato com uma escola pública contribui para que o bolsista compreenda desde a formação do corpo educacional até os meios utilizados para a ascensão do processo de ensino aprendizado dos alunos. A começar pelo conhecimento do Projeto Político Pedagógico (PPP), que é um documento que contêm todas as informações de atividades desenvolvidas na escola. Com base nesses aspectos, o presente trabalho faz uma análise sobre o PPP da escola-campo, como o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da prática pedagógica do aluno bolsista.

PALAVRAS CHAVES: PPP; prática pedagógica; ensino-aprendizagem

INTRODUÇÃO: Toda escola tem objetivos e metas a concretizar, e a união dessas é o que constitui o chamado Projeto Político-Pedagógico (PPP), formalizado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996. Projeto, pois como diz Gadotti (cit. por Veiga, 2001, p. 18), pode ser tomado como promessa frente determinadas rupturas que tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores. Político “no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade” (André, 2001, p. 189) e pedagógico porque possibilita a efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo”. Segundo Veiga (1995) também e pedagógico, “no sentido de se definir as ações educativas e as características necessárias as escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade”. Juntando as dimensões de projeto, política e pedagogia o PPP busca uma direção, fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela coletividade, que situa, através da reflexão, as ações necessárias a construção de uma nova realidade. Sabemos que a educação perpassa um processo histórico caracterizado pela gestão democrática na escola, tornando-se vital para o êxito do processo ensino- aprendizagem um instrumento que possa nortear e amparar o trabalho da equipe. E o PPP (VASCONCELLOS, 1995) é uma metodologia de trabalho que possibilita resignificar a ação de todos os agentes da instituição. A inserção do bolsista na escola mostra que a observação deixa de ser uma atividade prática e se transforma em uma atividade teórica que envolve o estudo e reflexão. Analisamos o PPP da escola-campo e os resultados alcançados estão descritos neste trabalho.

MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional. O PPP é segundo Viana (2004 p.233) “... identificado como a explicitação dos fins e meios da ação educativa, é a formalização dos propósitos educativos que os sujeitos sociais se propõem atingir, é, como a palavra projeto indica, um lançar-se para frente "perspectivar" ações e objetivos para o futuro, a partir de uma rigorosa análise da realidade". A metodologia inicial de pesquisa foi à leitura e discussão do Projeto Político Pedagógico da escola campo, após passamos a observar em conjunto os profissionais da escola, suas dependências físicas e o movimento da sala de aula. Com o estudo da situação educacional e organizacional da escola, torna-se possível diagnosticar os problemas enfrentados que define ações a serem tomadas para melhorar a prática educacional. Como o PPP foi escrito em 2006 pela antiga direção da escola e as últimas alterações do projeto foram feitas em 2008, evidencia-se a necessidade de uma verificação mais aproximada do conteúdo do documento e confrontar este com a realidade vivenciada. A finalidade é de averiguar se as intenções descritas no PPP estão sendo discutidas e postas em ação por todos os que compõem a escola. E a partir desta análise construir uma metodologia de intervenção no processo de elaboração, desenvolvimento e avaliação do PPP enfocando o ensino de Química, na busca da conexão entre teoria e prática, seguindo como estratégia metodológica a pesquisa-ação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O projeto descreve de forma sucinta e teórica questões consideradas para um bom rendimento escolar, como também estabelece parâmetros para a aplicação de conteúdos, avaliação e as funções que devem ser desempenhadas por cada funcionário. Comprovamos que o ensino aprendizagem de Química está adequado ao proposto no projeto quando concorda com os objetivos de compreender os fenômenos ocorridos no cotidiano com os conceitos químicos, relacionar a linguagem química com as transformações vivenciadas no dia-a-dia, analisar os impactos ambientais e sociais decorrentes do avanço cientifico e tecnológico, quando aplicados na construção de uma disciplina intitulado como “Química no Cotidiano” e posteriormente como “Tópicos de Química”, levando os alunos a identificarem e avaliarem as ações químicas e suas transformações sobre a sociedade, tendo como base sua própria realidade. A disciplina de Química Geral adota o projeto quando tenta despertar o interesse pela composição e propriedades dos diversos materiais constituintes da matéria, propõe a identificação de produtos químicos e analisa a diversidade de funções e reações das substâncias orgânicas. Mas, a aplicação do projeto também comete grandes falhas, em especifico para o desenvolvimento do ensino de Química. Este propõe que a teoria deve caminhar paralelamente com a prática e ambas devem aplicar-se à situação da vida real, o que não tem acontecido no colégio conforme observação. Embora aja uma disciplina que evidencie a prática de Química no cotidiano, as teorias não têm sido comprovadas experimentalmente. O Laboratório de Química do colégio, por sinal bem equipado, não é utilizado por falta de um professor dinamizador que proporcione auxílio ao professor titular da disciplina em desenvolver suas aulas.

CONCLUSÕES: Através da análise do PPP, pode-se observar que este não se enquadra mais na realidade da escola, tendo em vista que foi elaborado a 6 anos atrás. Torna-se evidente a necessidade de uma reorganização do documento, pois há itens que fogem do momento vivenciado pela escola, como o Grêmio Estudantil e o Professor Dinamizador do Laboratório de Química, que não existem mais, mas no PPP cita-se como presente. Por fim, verifica-se a necessidade de aprofundamento do conteúdo de cada item do projeto a fim de retratar de forma mais clara a realidade da escola, visando atingir a finalidade educativa.

AGRADECIMENTOS: Ao IFG – Câmpus Itumbiara A CAPES e ao PIBID Ao NUPEQUI (Núcleo de Pesquisa em Ensino de Química)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANDRE, M. E. D. O projeto pedagógico como suporte para novas formas de avaliação. IN. Amélia Domingues de Castro e Anna Maria Pessoa de Carvalho (Orgs.). Ensinar a Ensinar. São Paulo, 2001.

BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: Plano de Ensino-Aprendizagem e Projeto Educativo. São Paulo: Libertat, 1995.

VEIGA, I. P. A. (Org.) Projeto político-pedagógico da escola. Campinas: Papirus, 1995.

VEIGA, I. P. A. Escola: espaço do projeto político-pedagógico. 4. ed. Campinas: Papirus, 2001.

VIANA, M. V. L. A autonomia da escola pública no contexto da reforma educacional: a instrumentalização de um conceito. In: EVANGELISTA, Ely G. S; E SILVA, A. H. (org). Caminhando e abrindo caminhos: trajetória de uma rede municipal de educação. Goiânia: Editora da UFG, 2004. p.219-331