ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: GINCANA DA QUÍMICA: O USO DE UMA COMPETIÇÃO LÚDICA PARA O ENSINO DE CONCEITOS BÁSICOS EM QUÍMICA

AUTORES: Ventura de Queiroz, B. (UFC) ; Lima Coelho, E. (UFC) ; Livya Moreira Rodrigues, A. (UECE) ; Cesar Ribeiro dos Santos, J. (UECE) ; Arruda Paz Cândido, L. (UECE)

RESUMO: Este trabalho tem como intuito apresentar uma atividade desenvolvida no projeto “Ações Construtivas do Conhecimento Químico nas Escolas Públicas” no Estado do Ceará, ocorrido em três escolas estaduais distintas de Fortaleza-CE. A atividade aqui apresentada envolve uma competição lúdica, com dinâmicas de Química, usada para explorar o conhecimento básico dos alunos nesta disciplina. Criou-se e aplicaram-se nove dinâmicas nas escolas do projeto, que eram realizadas com materiais de papelaria e tinha uma duração média de 20 minutos. As Gincanas contaram com a participação de 60 alunos do Ensino Médio. Após as competições foi aplicado um questionário avaliativo, cujos resultados mostraram que os alunos se sentiram motivados e interessados pelas dinâmicas.

PALAVRAS CHAVES: dinâmicas; atividades lúdicas; ensino de Química

INTRODUÇÃO: No contexto científico atual é importante que os professores busquem ferramentas e recursos pedagógicos que despertem o interesse dos alunos. Uma alternativa é a utilização das atividades lúdicas. Elas tornam o processo de aprendizagem mais divertido e espontâneo, uma vez que os estudantes se envolvem fisicamente e cognitivamente com a atividade. Desta forma o processo de ensino e aprendizagem envolve criatividade e dinamismo. Segundo Soares (2008), ”atividades como jogo e/ou brincadeiras, podem ser usados para apresentar obstáculos e desafios a serem vencidos, como forma de fazer com que o indivíduo atue em sua realidade, o que envolve, portanto, o despertar do interesse e a motivação que vem a seguir”. A disciplina de Química por ser uma ciência que estuda a parte microscópica da matéria, é citada pelos alunos como uma disciplina difícil, eles alegam a necessidade de decorar fórmulas e conceitos complexos. O papel do docente neste cenário faz-se necessário para desmistificar a visão de ciências pelos estudantes. Segundo Silva (2011), ”boa parte dos professores não procura alternar as aulas tradicionais com outras metodologias mais atraentes e eficientes que torne a transmissão do conteúdo de Química mais agradável”. O presente trabalho almeja relatar uma atividade denominada Gincana da Química, organizada pelos autores desta pesquisa, que ocorreu em três escolas estaduais da cidade de Fortaleza-CE. O trabalho fez parte do projeto “Ações Construtivas do Conhecimento Químico nas Escolas Públicas” no estado do Ceará.

MATERIAL E MÉTODOS: Os assuntos abordados nas dinâmicas utilizadas nas Gincanas foram: matéria e suas propriedades, misturas, substância pura e modelos atômicos. A experiência pedagógica foi realizada com 60 alunos das escolas: E E F M Dom Helder Câmara, E.E.E. P. Joaquim Albano e E.E.F.M. Johnson, todas localizadas em Fortaleza-CE. Os discentes cursavam entre o 1º e o 3º ano do Ensino Médio. A gincana aconteceu em três sábados nas dependências das escolas supracitadas, sendo que, a maioria das dinâmicas se deu no pátio ou em quadras esportivas das instituições. As dinâmicas trabalhadas nas gincanas foram: corrida com o limão, estourando o balão, soletrando, canguru, o rabo da cobra, rodando no cabo da vassoura, memória das respostas e ciclo da Química. Os materiais usados nas dinâmicas são encontrados facilmente em papelarias, como balões, cartolina, tinta guache, folha de EVA e giz. Com relação à organização das gincanas, todas as três escolas optaram-se por padronizar o número máximo de cinco estudantes por equipe. A formação das equipes ficou a critério dos estudantes. Todas as dinâmicas tinham duração máxima de 20 minutos. A equipe que ganhasse uma determinada dinâmica acumularia uma quantidade de pontos. Foram atribuídos 5 pontos para cada dinâmica. A equipe vencedora foi aquela que conseguiu pontuar mais durante toda a gincana. Esta foi premiada com livros, camisas do projeto e chocolates. É importante ressaltar que os erros referentes a conhecimentos químicos cometidos pelos alunos eram esclarecidos no decorrer de cada dinâmica. Após o término das atividades os estudantes responderam um questionário avaliativo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Analisando os questionários pôde-se observar que cerca de 40% dos alunos de todas as escolas responderam que acertaram a maioria das perguntas de Química na gincana. Notou-se que 73% deles gostaram da gincana, justificando que aprender brincando é mais fácil. Buscou-se investigar se os discentes haviam tido alguma dificuldade nas dinâmicas, 60% disseram que não, significando que a maioria deles entendeu e soube desenvolver bem as atividades propostas, o que torna a ideia reproduzível. Houve divisão de opiniões com relação às dinâmicas que os alunos mais gostaram, mas as brincadeiras que tiveram maiores índices de aprovação pelos discentes foram: rabo da cobra, corrida com o limão, e ciclo da Química. Esta última um deles relatou: “misturou sorte, conhecimento e trabalho em grupo”. Ao responder sobre o desempenho de sua equipe, mais da metade dos discentes relataram que ficaram satisfeitos por que todos se empenharam e aprenderam bastante. Em relação à organização da gincana, os discentes deram uma nota média de 9,4 para os idealizadores das atividades, o que mostra que a iniciativa teve uma boa aceitação por parte dos estudantes. Finalizando, os alunos deixaram seus depoimentos no questionário. Um deles citou: “Eu gostei muito. Foi ótimo expor nossos conhecimentos”; outros relataram: “Foi legal, deveria ter mais vezes” ; “foram interessantes e bastantes criativas”. Estes relatos mostraram que a pesquisa contribuiu para o aprendizado e interesse dos estudantes.

CONCLUSÕES: As dinâmicas que ocorreram na gincana foram de fácil aplicação e entendimento por parte dos alunos. Com os resultados obtidos no questionário conclui-se que o uso de atividades lúdicas, nas quais foram apresentadas neste trabalho, tem uma boa aceitação, consegue desenvolver competências nos alunos, como por exemplo, trabalho em grupo e criatividade. Com isso, conclui-se que atividades como esta devem ser inseridas no atual contexto da educação, uma vez que diversifica o ensino de Química e propicia uma transmissão de conteúdos de forma mais agradável.

AGRADECIMENTOS: A CAPES, aos professores coordenadores do Programa (Nadja Ricardo, Nágila Ricardo e Sergio Maia Melo) que nos deram suporte para a realização das Gincanas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Soares, Márlon. Jogos para o Ensino de Química: teoria, métodos e aplicações. Guarapari-ES. Ex Libris, 2008.
Silva, A.M. Proposta para Tornar o Ensino de Química mais Atraente. Revista de Química Industrial- RQI, 2º trimestre de 2011, pág 7-12.