ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Exercício e Prova de Consulta Livre para Mineralogia Industrial e Energética no Curso de Química Industrial

AUTORES: Zakon, A. (ESCOLA DE QUÍMICA - UFRJ)

RESUMO: A disciplina EQI-071 Mineralogia Industrial e Energética aborda os minerais metálicos e não-metálicos e os combustíveis fósseis e nucleares. Aplica-se um exercício de consulta livre de tradução dos termos técnicos de fluxogramas individualizados por aluno enfocando os tratamentos de minérios. A prova de consulta livre envolve as etapas de lavra, beneficiamento do minério e sua conversão química industrial e as especificações de matérias-primas, reagentes, utilidades e produtos na Biblioteca da EQ-UFRJ e outras. Os alunos aprendem a consultar livros, enciclopédias tecnológicas químicas e manuais de Engenharia e a organizar os dados reunidos.

PALAVRAS CHAVES: Mineralogia Industrial; MIneralogia Energética; Provas de consulta livre

INTRODUÇÃO: A Química Industrial é precursora das Engenharias Química, Metalúrgica e Ambiental. O âmbito da disciplina EQI-071 Mineralogia Industrial e Energética aborda grupos distintos de recursos extraídos da crosta terrestre: rochas ornamentais; rochas de sílica e quartzo (ígneas ácidas ([SiO2] > 65%), neutras (65% > [SiO2] > 52%); ígneas básicas (52% > [SiO2] > 45%), ultrabásicas ( [SiO2] < 45%); areias industriais; pedras preciosas; depósitos e rochas combustíveis orgânicas; rochas fertilizantes e corretivas de acidez de solo; minerais radioativos para combustíveis nucleares. É impraticável apresentar exemplos de tecnologias de lavra, beneficiamento e conversão para os grupos citados, que envolvem 3000 minerais conhecidos e os macerais componentes dos carvões, além das turfas, xistos e minérios de combustíveis nucleares. Abordam-se o cenário da produção mineral, e as tecnologias de lavra, beneficiamento e conversão química industrial para os grupos de recursos naturais significativos. Para fixar os conceitos de beneficiamento de minérios, aplica-se um exercício de tradução de fluxogramas, cuja correção é feita em sala de aula na presença da turma, mostrando diversas terminologias empregadas e as dificuldades envolvendo autores consagrados. Para orientar a confecção de memórias de cálculos para projetos básicos de extração, lavra, beneficiamento e conversão industrial, aplica-se uma prova na qual solicitam-se diagramas de blocos e sistemas e métodos de caracterização tecnológica química, além das referências resumidas e completas.

MATERIAL E MÉTODOS: Os materiais empregados para o ensino e avaliação dos alunos são os livros, enciclopédias tecnológicas químicas (antigos e recentes), dicionários enciclopédicos, manuais de engenharia química, enciclopédias científicas e tecnológicas, dicionários de línguas e específicos (Química, Geociências, etc.), publicações do DNPM - Departamento Nacional da Produção Mineral, CETEM - Centro de Tecnologia Mineral do acervo da Biblioteca Paulo Geyer da Escola de Química da UFRJ. O docente apresenta o acervo a todos os alunos, antes do início do exercício de tradução, percorrendo e mostrando os livros diante de cada estante. Os exercícios de tradução são corrigidos na aula seguinte, diante de todos, para revelar a pluralidade das interpretações e possíveis dificuldades. Para orientar os alunos quanto ao acervo variado da disciplina, o docente elaborou uma lista básica de textos e referências a serem consultadas que é anexada à folha de questões. As provas de consulta livre recebem um prazo virtual de 15 dias para entrega, porque podem ocorrer dificuldades na localização de dados tecnológicos, há alunos que se atrasam devido a compromissos de estágio e por inscrição em número excessivo de disciplinas. O docente atende os alunos durante a aula e fora do horário, inclusive por meio de correio eletrônico esclarecendo todas as dúvidas, mas cobrando os conceitos básicos lecionados em aulas expositivas e conceituais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A permissão de interagir entre si na própria aula de aplicação do exercício de tradução, e na prova, tranquiliza os alunos e gera um ambiente favorável ao aprendizado sem gerar estresses. Os poucos exemplares de publicações são revezados entre os usuários que obtém cópias das páginas quando necessário. O modelo das provas de consulta livre atual resultou de alguns anos de desenvolvimento da sua estrutura e da percepção - durante as correções das respostas de alunos (nos períodos anteriores) – do que deveria ser redigido com clareza para a compreensão do texto longo (ainda que dividido em partes). Por outro lado, o docente conseguiu, também, revisar itens do conteúdo da matéria exposta a partir do que foi possível que os alunos entendessem e respondessem nas suas provas. O docente recomenda aos alunos obter cópias de suas provas antes de entrega-las para possível. Há casos de alunos que demoram a entregar a prova e desistem desse ato, mas o docente, a Chefia do Departamento de Processos Inorgânicos e a Diretoria Adjunta de Graduação aceitam a entrega justificada mesmo após o prazo legal, pois o benefício atinge a todos. Ou seja, o mais importante é que o aluno aprenda o que lhe foi ensinado.

CONCLUSÕES: Os alunos aprendem sobre os minerais metálicos e não-metálicos e combustíveis fósseis e nucleares e a importância estratégica dos recursos naturais. Vivenciam os livros inerentes à Química Industrial e ordenam os conhecimentos em forma de “memória de cálculos” ou relatório técnico em termos sucintos, evitando o formato “monografia” ou “dissertação”. A disciplina exige o domínio de conceitos e linhas de raciocínio para enfrentar problemas de tecnologia química e de sustentabilidade, presentes nas etapas de lavra, beneficiamento e conversão química de recursos naturais (inclusive biomassas).

AGRADECIMENTOS: Agradecimentos: Sra. Cássia Costa R. D. de Deus, Sr. Fábio Ferreira e Srta. Angelina Pereira da Silva, Biblioteca Paulo Geyer da EQ-UFRJ.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ZAKON, A.; MILFONT, Jr; W.N. 2000 O Ensino de Anteprojetos de Tecnologias Inorgânicas na Graduação e Pós-Graduação de Engenharia Química Parte I – Processo em Escala Industrial e Parte II – Processo em Escala Laboratorial XXVIII Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia, COBENGE 2000, Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, MG, 29 de out. a 01 novembro de 2000.
ZAKON, A. 2009. Paradigmas da sustentabilidade na Engenharia Química. Revista Brasileira de Engenharia Química, 25(1):16-17.