ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Proposta de jogo didático para o ensino de ligações químicas e tabela periódica

AUTORES: Diniz Júnior, A.I. (UFRPE/UAST) ; Santana, A.L.B.D. (UFRPE/UAST) ; Silva, J.R.R.T. (UFRPE/UAST)

RESUMO: O uso de jogos didáticos no Ensino Médio pode ser uma ferramenta bastante valiosa nas aulas de Química. Acreditamos que o caráter lúdico dos jogos, além de motivar, permite uma aprendizagem conceitual, raciocínio, reflexão e a construção de significados que podem ir além do livro texto. Diante de tal importância, o objetivo deste trabalho foi adaptar o tradicional jogo de dominó para trabalhar os conteúdos de ligações químicas e tabela periódica com alunos do Ensino Médio de Química, avaliando a aprendizagem dos mesmos frente ao uso do recurso lúdico. A atividade foi um fator importante na aprendizagem dos conteúdos, uma vez que a participação deles foi significativa e os resultados foram satisfatórios, verificando que 75% dos alunos acertaram todas as questões propostas na avaliação.

PALAVRAS CHAVES: Ensino; contextualização; aprendizagem

INTRODUÇÃO: A educação química como uma ciência está diretamente inserida nos contextos sociais a partir da qual é definida. Como afirma Mortimer (2010, p.26): “o conhecimento químico não é transmitido, mas construído ativamente pelos indivíduos”. De acordo com Santana e Rezende (2008) os jogos funcionam como elementos motivadores e facilitadores do processo de ensino e aprendizagem de conceitos científicos, enfatizando que o objetivo dos jogos não se resume apenas à facilitação da memorização do assunto pelo aluno, mas sim a induzi-lo ao raciocínio, à reflexão, ao pensamento e, consequentemente, à (re) construção do seu conhecimento. Além disso, essas práticas aumentam a motivação dos alunos perante as aulas de Química, pois o lúdico é integrador de várias dimensões do universo do aluno, como afetividade, trabalha em grupo e as relações com regras pré-definidas. Como afirma Soares (2008) o uso de jogos didáticos no Ensi¬no de Química é de estrema importância, pois funciona como ferramenta para despertar atenção nos alunos e interesse em aprender. Cunha (2012) nos diz que os jogos, no ensino, permitem também que os estudantes, durante a atividade, participem da avaliação do próprio jogo, de seus companheiros e façam uma auto avaliação do seu desempenho. Como afirma Mortimer (2010) é necessário utilizar de todos os métodos para que a ciência Química não se torne algo estático, de estruturas congeladas, mas que se renove a cada dia na sala de aula. Este trabalho teve como objetivo construir de um dominó gigante como atividade lúdica no Ensino de Química, para que os alunos se tornem familiarizados com ligações químicas iônicas e covalentes, como também levar os alunos a conhecer as ligações prováveis entre os diversos elementos químicos da família A da tabela periódica.

MATERIAL E MÉTODOS: O dominó foi adaptado para uma versão “gigante”, sendo confeccionado com material de baixo custo como papel ofício, pincel marcador e fita adesiva. O público alvo foram as turmas da 1º série do Ensino Médio da escola estadual de Pernambuco composta por 83 alunos. De início foi entregue aos alunos uma apostila com um exercício sobre as Ligações Químicas Iônicas e Covalentes. E após os alunos foram colocados em oito filas na sala de aula todos verticalmente, formando sete períodos, representando parcialmente a Tabela Periódica. Cada aluno ficou em mãos com uma peça do dominó, conforme a família e os elétrons que os elementos comportam na camada de valência. Explicou-se no momento do jogo que os elementos da Família IA, IIA e IIIA tinham tendência a perder elétrons e se ligar a elementos com tendência a ganhar elétrons para adquirir uma configuração estável como os da Família VA, VIA e VIIA. Esclareceu-se que quando houvesse este tipo ligação ela se chamaria de Ligação Iônica e que a Família IVA tanto faz perder ou ganhar elétrons dependendo do elemento químico em questão. Deixamos claro também que haveria ocasiões em que os elementos das famílias IV A, V A, VI A e VII A poderiam se associar entre si e com o átomo de hidrogênio de forma que completem o octeto na camada de valência, recebendo o nome de ligação covalente. Ao término explicamos que seriam escolhidos de forma aleatória alguns elementos para associações e o aluno que identificasse a família e tipo de ligação acumularia pontos até chegar à etapa final do jogo. Após a execução da atividade foi aplicado um questionário contendo 10 questões contextualizadas para verificar se os alunos haviam compreendido bem o tipo de ligação que havia sido trabalhada na sala de aula, apesar de não ter envolvido a tabela completa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Podemos considerar que a atividade foi um fator importante na aprendizagem dos alunos, uma vez que a participação deles foi bastante expressiva e os resultados foram satisfatórios. Verificou-se que 75% dos alunos acertaram todas as questões, 15 % responderam corretamente oito questões e apenas 10% erraram entre três a cinco questões (Fig.1). De maneira sucinta foi observado que em uma aula atrativa na qual o aluno participa e interage, o processo de ensino aprendizagem é mais significativo. Comprovou-se que o lúdico atrelado à Química, matéria que é considerada por muitos alunos como “chata”, pode ser aprendida brincando.

Figura.1

Resultado do questionário aplicado após atividade lúdica.

CONCLUSÕES: O jogo estimulou a participação dos estudantes durante a aula permitindo uma melhora significativa do conhecimento dos discentes em relação à disciplina. Através desta atividade foi demonstrado que o uso do lúdico é indicado para alternar as aulas tradicionais com ambientes de aprendizagem em que estimula a participação do aluno e o motiva em aprender o conteúdo. Assim, a utilização de atividades lúdicas serve de grande auxílio aos métodos de ensino, pois os alunos ficam motivados e interagem mais, melhorando a qualidade do processo de ensino - aprendizagem.

AGRADECIMENTOS: Aos alunos e ao professor da disciplina de Química da 1ª série do ensino médio da Escola Estadual Antônio Timóteo. A CAPES/PIBID e a UFRPE/UAST.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CUNHA, M. B. Jogos no Ensino da Química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Revista Química Nova na escola Vol. 34, N° 2, p. 92-98, 2012.
MORTIMER, E. F. Química, ensino médio. São Paulo: Scipione, 2010.
SANTANA, E. M.; RESENDE, D. B. O Uso de Jogos no ensino e aprendizagem de Química: Uma visão dos alunos do 9º ano do ensino fundamental, XIV Encontro Nacional de Ensino de Química, 2008.
SOARES, M. H. F. B. Jogos e atividades lúdicas no Ensino de Química: teoria, métodos e aplicações. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química, 2008.