ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO DO CARVACROL

AUTORES: Almeida Silva, O. (UFPI) ; Asevedo Mendes de Oliveira, F.R. (UFPI) ; Damascenonogueira Neto, J. (UFPI) ; Pergentino de Sousa, D. (UFS) ; Mendes de Freitas, R. (UFPI)

RESUMO: O presente estudo avaliou a atividade antioxidante in vitro do carvacrol. O carvacrol apresentou um forte potencial antioxidante in vitro, através da capacidade de remoção contra radicais hidroxilas e do óxido nítrico, bem como preveniu a formação de substâncias reativas com o ácido tiobarbitúrico (TBARS). Estudos para elucidar o mecanismo pelo qual o carvacrol atua são necessários para caracterizar melhor as propriedades antioxidantes do carvacrol.

PALAVRAS CHAVES: Carvacrol; Monterpeno; Antioxidante

INTRODUÇÃO: Radical livre é todo átomo ou molécula que contém um ou mais elétrons desemparelhados, e é constantemente formado em processos biológicos e pode ser removido por defesas antioxidantes. Estas espécies reativas estão envolvidas em muitas doenças. Agentes antioxidantes podem prevenir ou diminuir os danos oxidativos nos tecidos humanos produzidos por espécies reativas derivadas do oxigênio e espécie derivada do nitrogênio. Estudos têm relatado que os monoterpenos e seus derivados sintéticos têm diversas propriedades farmacológicas (CROWELL, 1999; GALEOTTI et al., 2002; DE SOUSA et al., 2007b,c; SILVA et al., 2009). O presente estudo objetivou avaliar a atividade antioxidante in vitro do carvacrol contra a formação de espécies reativas com ácido tiobarbitúrico (TBARS), a capacidade de remoção de radical hidroxila e produção de óxido nítrico.

MATERIAL E MÉTODOS: A determinação do conteúdo de espécies reativas com o ácido tiobarbitúrico foi realizada para quantificar o nível de peroxidação lipídica do carvacrol (ESTERBAUER; SCHAUR; ZOLLNER, 1991). A produção do radical hidroxila (OH.) foi quantificado por meio da reação de Fenton, onde este radical livre foi produzido pela degradação oxidativa da 2-desoxirribose (LOPES et al., 1999). O óxido nítrico (NO) foi gerado a partir da decomposição espontânea do nitroprussiato de sódio (NPS) em tampão fosfato 20nM (pH 7,4) (BASU; HAZRA, 2006). Uma vez gerado NO, ele interage com o oxigênio para produzir íons nitrito, que foram medidas pela reação de Griess. Os resultados obtidos foram expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) e a significância estatística foi determinada utilizando uma análise de variância seguida pelo teste de Neuman-Keuls. Os valores foram considerados significativamente quando apresentaram p<0,05.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos demonstraram que na maioria das concentrações testadas (0,9 – 1,8 – 3,6 – 5,4 – 7,2 µg/mL) o carvacrol, foi capaz de prevenir a peroxidação lipídica induzida por AAPH, inibindo a quantidade de TBARS formado. Produziu também a remoção do radical hidroxila sugerindo uma possível ação antioxidante desse monoterpeno. Na avaliação de produção de oxido nítrico o carvacrol demonstrou uma diminuição significativa desse composto, apontando para um potencial protetor in vitro das biomoléculas, como lipídios das membranas celulares. Portanto, o estudo demonstra que o carvacrol apresenta atividade antioxidante que foi confirmada pelos métodos in vitro utilizados.

CONCLUSÕES: Portanto, os resultados obtidos no presente estudo, demonstram que o carvacrol apresenta atividade antioxidante que foi demonstrada pelos métodos in vitro utilizados. Mais estudos são necessários para elucidar os possíveis mecanismos de ação que medeiam à ação antioxidante do carvacrol.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BASU, S.; HAZRA, B. 2006. Evaluation of nitric oxide scavenging activity, in vitro and ex vivo, of selected medicinal plants traditionally used in inflammatory diseases. Phytotherapy Research. v. 20, n. 10, p. 896-900.

CROWELL, P.M. 1999. Prevention and therapy of cancer by dietary monoterpenes. The Journal of Nutrition. v. 129, n. 3, p. 775–778.

DE SOUSA, D.P.; JUNIOR, E.M.V.; OLIVEIRA, F.S.; ALMEIDA, R.N.; NUNES, X.P.; BARBOSA FILHO, J.M. 2007. Antinociceptive activity of structural analogues of rotundifolone: structure–activity relationship. Zeitschrift für Naturforschung. C, A Journal of Biosciences. v. 62c, p. 39-42.

DE SOUSA, D.P.; NÓBREGA, F.F.F.; CLAUDINO, F.S.; ALMEIDA, R.N.; LEITE, J.R.; MATTEI, R. 2007. Pharmacological effects of the monoterpene α-β-epoxy-carvone in mice. Braz J Pharmacog. v. 17, n. 2, p. 170-175.

ESTERBAUER, H.; SCHAUR, R.J.; ZOLLNER, H. 1991. Chemistry and biochemistry of 4-hydroxynonenal, malonaldehyde and related aldehydes. Free Radical Bio Med. v.11, n. 1, p. 81-128.

GALEOTTI, N.; MANNELLI, L.D.; MAZZANTI, G.; BARTOLINI, A.; GHELARDINI, C. 2002. Menthol: a natural analgesic compound. Neurosci Lett. v. 322, n. 3, p. 145-148.

LOPES, G.K.; SCHULMAN, H.M.; HERMES-LIMA, M. 1999. Polyphenol tannic acid inhibits hydroxyl radical formation from Fenton reaction by complexing ferrous ions. Biochimica et Biophysica Acta (BBA) - General Subjects. v. 1472, n. 1-2, p. 142-152.

SILVA, M.I.; SILVA, M.A.G.; DE AQUINO, M.R.N.; MOURA, B.A.; DE SOUSA, H.L.; DE LAVOR, E.P.H.; VASCONCELOS, P.F.; MACÊDO, D.S.; SOUSA, D.P.; VASCONCELOS, S.M.M.; SOUSA, F.C. 2009. Effects of isopulegol on pentylenetetrazol-induced convulsions in mice: possible involvement of GABAergic system and antioxidant activity. Fitoterapia. v. 80, n. 8, p. 506-513.